quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Técnico do UNI-BH fala sobre o bicampeão estadual universitário

Mestre em Educação Física e professor do UNI-BH, Luciano Chequini é técnico do time do centro universitário há quatro anos. Gaúcho, o técnico é chamado amigavelmente de Tchê pelos jogadores e tem expressões conhecidas no grupo, como “tô morto” e “nhaca”. Foi jogador de futebol profissional, teve boas passagens por times do sul do país e no Brasiliense (esteve na campanha do vice-campeonato da Copa do Brasil em 2002) e desempenha grande trabalho no UNI. Além de dirigir um time vitorioso (venceu seis dos oito campeonatos disputados), auxilia os estudantes de Educação Física com estágios e ensinamentos práticos.

Em entrevista realizada pouco antes da última preleção antes do time viajar para Goiânia, onde disputará o Campeonato Nacional de Futebol Universitário, Tchê fala um pouco sobre sua carreira, o trabalho realizado no UNI e o Brasileiro Universitário.

Acréscimos - Qual foi sua trajetória até assumir a direção do time do UNI-BH?

Luciano Chequini
- Fui jogador profissional até os 25 anos. Quando terminei o curso de Educação Física, parei de jogar futebol e fui preparador físico de alguns times no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. Percebi que precisava de algo mais e surgiu uma oportunidade de fazer mestrado aqui em Belo Horizonte. Durante o mestrado trabalhei no Brasiliense, na campanha que foi vice da Copa do Brasil, e depois montei uma equipe universitária para me manter no mercado.

Acréscimos - Você criou o time do UNI?

LC
- Já existia uma equipe do UNI, que disputava alguns campeonatos inclusive o brasileiro. Mas quando eu cheguei que tomou corpo, estruturei a equipe como um projeto, preparação física e treinamento regular.

Acréscimos - Quais as vantagens em dirigir um time universitário? Pensa em voltar a comandar um time profissional?

LC
- A vantagem é o salário fixo, ainda mais que no futebol a gente tem esse problema. Os funcionários do time passa seis, nove meses sem receber, até perde a noção de dinheiro. Na universidade não ganha o mesmo valor, mas tem a segurança de receber no dia. Tive algumas propostas para sair, mas ainda não achei nenhuma interessante. Não que eu não vá voltar.

Acréscimos - Você trabalhou com atletas profissionais e agora está dirigindo atletas universitários. Quais as diferenças?

LC
- Trabalhar com atleta profissional é mais fácil. O comando é mais fácil, existe quem comanda e quem são os comandados bem claro. Se as pessoas não reagem como a gente quer, tira da equipe e coloca outra peça. Tinha um amigo que foi campeão carioca em 89 pelo Vasco, o Luís Carlos Martins, dizia que para cada um que sai tem onze querendo entrar. Os atletas profissionais não querem nem machucar, porque eles sabem que outro pode entrar, jogar melhor e tomar a posição. Mas aqui no futebol universitário é diferente, apesar de existirem bolsas para alguns atletas, o pessoal joga mais porque gosta e a qualidade é menor. Então temos que ceder em alguns aspectos que no profissional não cederia pra poder manter a equipe. Se fosse cortar todo mundo que me irritasse, não teria time.

Acréscimos - O UNI disponibiliza onze bolsas para o time de futebol. Além disso, qual a estrutura que o centro universitário oferece? É o suficiente para realizar um bom trabalho?

LC
- Na verdade, se eu for pensar na estrutura que deveria ser, está muito aquém. Mas pensando em relação a estrutura que começamos, quando nem campo tinha, melhorou bastante. Hoje temos campo para treinar, sala de musculação e onze atletas com bolsa. Não é a bolsa que queríamos, mas é melhor que nada. E a partir do momento que conquistamos espaço, com resultados apresentados, novas oportunidades para os alunos relacionados à bolsa e viagens vão acontecendo. Inclusive alguns atletas foram para o exterior por causa do projeto daqui.

Acréscimos - Fale um pouco sobre esses atletas que foram para o exterior.

LC -
No time do UNI, além de fazerem o que gostam, aprendem a trabalhar com o futebol, que ainda é pouco estudado. Aqui a gente analisa bastante a parte científica e, por isso, muitos trabalham como preparadores físicos ou treinadores e quando vão para algum lugar normalmente se destacam. Cinco jogadores foram para os Estados Unidos - um deles é treinador da seleção sub-15 americana -, dois foram para a Europa, um para o Canadá e três se profissionalizaram, inclusive um foi para a segunda divisão do Campeonato Paulista no ano passado.

Acréscimos - Você está no comando do time faz quatro anos. Quais foram os resultados obtidos neste período?

LC -
Jogamos todos os mineiros e regionais desde que entrei, e com o último brasileiro, foram oito torneios disputados. Ficamos em quarto no Brasileiro passado, um resultado ótimo e surpreendente, e em segundo em um Regional. Todos os outros torneios fomos campeões.


Thiago Ricci

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