segunda-feira, 24 de outubro de 2011

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

POR ONDE ANDA? Dimba

Luciano Dias (@jornlucianodias)

Ele demorou sete anos para descobrir o nome verdadeiro. No currículo, gol do título Carioca de 1997, quando atuava pelo Botafogo, além de artilharias importantes, como o do Campeonato Brasileiro de 2003 com incríveis 31 gols vestindo a camisa do Goiás. O POR ONDE ANDA? foi atrás de Editácio Vieira de Andrade, mais conhecido como Dimba. Este ano, o jogador voltou à juventude e trocou as chuteiras de campo pelas de futebol de salão.

O começo e a demora

Demora. Palavra que anda junto com Editácio Vieira de Andrade, apelidado carinhosamente de Dimba pelos familiares. Por incrível que pareça, o jogador, que nasceu em Brasília e foi criado em Sobradinho, demorou sete anos para descobrir o verdadeiro nome.

Ele estava na primeira série e, durante uma aula, a professora procurou por Editácio. Ninguém levantou o dedo. Depois de fazer uma rápida pesquisa, a mestre foi em direção ao aluno e disse quem era o Editácio. O estudante ficou assustado e insistiu que seu nome verdadeiro era Dimba. Apenas ao chegar em casa é que veio a conclusão: Editácio era realmente o Dimba.

Além de demorar a descobrir o próprio nome, o garoto também demorou a se destacar como jogador. Foram nas quadras de Sobradinho que Dimba deus os primeiros chutes e engatinhou para o futebol.

Mas, com o passar dos anos, as quadras ficaram pequenas para a ascensão do atleta. Então, resolveu trocar o salão pelos gramados. Olha que ele demorou a fazer a mudança, que aconteceu apenas com 21 anos, em 1994.

O primeiro clube de Dimba foi o Sobradinho. Depois, atuou pelo Brasília e pelo Gama, retornando ao time da cidade natal em 1996, ano do primeiro feito como atleta. O jogador foi o artilheiro do Campeonato Candango e, mesmo estando em uma região com pouca tradição no futebol, despertou interesse de grandes clubes.

O herói

Em 1997, a primeira chance em um time grande. Dimba foi comprado pelo Botafogo, que apostou no faro de artilheiro do jogador. O atacante, que sempre ficava no banco de reservas nos primeiros meses no Fogão, se transformou no herói do título Carioca daquele ano. Ele entrou na decisão contra o Vasco e fez o gol da conquista. A felicidade era tão grande, que Dimba chegou a comer grama durante a comemoração.

A boa fase no Botafogo parou por aí. Dimba era apontado como o substituto de Túlio Maravilha. Mas, com atuações irregulares, ele virou apenas uma moeda de troca do alvinegro em 1998.

O Cigano

Em menos de dois anos, Dimba atuou por quatro clubes: América-MG, Portuguesa, Bahia e Leça (POR). Parecia que sua carreira não iria decolar. Em 2000, voltou para a reserva do Botafogo. Uma passagem melancólica. Em um ano, o jogador atuou somente quatro partidas como titular e entrou outras 20 vezes no segundo tempo. Foram apenas quatro gols e contrato reincidido a oito meses do fim.

A situação não andava nada boa. Os gols desapareceram. Não deu outra: Dimba resolveu voltar para o Centro-Oeste em 2002 para ficar perto da família e tentar levantar a carreira. Ótima escolha para o recomeço.

O artilheiro do Brasil

Os gols reapareceram no Centro-Oeste. No Gama, em 2002, foram 40 gols durante a temporada – um a mais do que Romário. Sua equipe caiu para a Segundona do Brasileiro, mas Dimba ganhou uma nova chance no mundo do futebol.

Em 2003, o atacante apareceu muito bem no Goiás. Dimba conseguiu voltar os holofotes de todo Brasil para si. Durante o primeiro Campeonato Brasileiro de pontos corridos, o atacante foi o artilheiro isolado da competição, com impressionantes 31 gols.

A valorização foi imediata e, diante de tantas propostas, o jogador preferiu atuar no futebol árabe, mais precisamente no Al-Ittihad, da Arábia Saudita. Por lá, o artilheiro ficou apenas no primeiro semestre de 2004. O suficiente para aumentar a conta bancária.

No mesmo ano, Dimba era apontado como a solução de gols para o ataque do Flamengo. Mas o atacante não vingou. Pelo contrário. Apesar de um bom começo, decepcionou a torcida rubronegra. Marcou apenas 14 gols em 37 partidas. Sob enorme pressão da diretoria, da torcida e da imprensa esportiva, deixou o time carioca no início de 2005, quando passou a vestir a camisa do São Caetano.

A boa fase foi recuperada no Azulão, mas a queda para Série B em 2006 decretou a saída do jogador do clube do ABC Paulista.

De volta ao Centro-Oeste

Se a fase não era boa no Sudeste do País, Dimba sempre foi sinônimo de gols e de solução para os clubes do Centro-Oeste. Pelo menos foi assim em 2001, quando deixou o Botafogo para atuar no Gama.

Em 2007, foi contratado pelo Brasiliense, time que se destaca por contratar jogadores mais rodados. No Jacaré, ficou até agosto de 2008.

Já considerado veterano, Dimba continuou no futebol do Distrito Federal. Entre 2009 e 2010 atuou por Ceilândia e Legião. Este ano, voltou ao Ceilândia, participando da modesta campanha da equipe no Campeonato Brasiliense. Chegava a hora de deixar os gramados.

Outro recomeço

Chegava a hora de deixar os gramados, mas não o futebol. Com 37 anos, Dimba resolveu voltar às origens e retornou ao futsal. Ele é um dos reforços do Peixe Brasília para a disputa o Campeonato Brasiliense, da Copa Brasília e da Taça Brasil de Futsal.

Logo na primeira partida por sua nova equipe, Dimba, que agora joga na posição de pivô, já demonstrou o seu faro de matador. Desta vez, ele jogou a demora para escanteio. Mesmo acima do peso e sem a melhor readaptação nas quadras, marcou dois gols já na sua estréia pela Copa Brasília.

Um belo recomeço para este jogador que faz questão de ressaltar no futsal uma frase que o marcou no futebol de campo: “Onde o Dimba está, tem gol”.

Em relação ao fim da carreira, Dimba deixa claro que não desistiu dos gramados e quer ganhar mais títulos no futebol de campo para, aí sim, se aposentar.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Quem ficará na série A?

Christiano Soares

A era dos pontos corridos traz, este ano, um campeonato mais equilibrado, mais concorrido. Na parte de cima, o Corinthians é o líder "intruso" entre os cariocas: Vasco, Botafogo, Flamengo e Fluminense. São Paulo e Inter completam a lista dos candidatos ao caneco. No final da tabela, a luta contra a queda está cada vez mais "emocionante". Santos, Bahia, Ceará, Cruzeiro, Atlético-MG, Atlético-PR, Avaí e América buscam chegar aos 44 pontos para permanecer na elite do futebol nacional.

Nesta reta final, interessante notar que o líder Corinthians enfrentará todos os times do atual Z-4, além do Ceará. Botafogo e São Paulo também não ficam para trás, duelam contra três times integrantes da zona de degola.

Mas a parte, que este blogueiro chama atenção, é para a turma de baixo da tabela. Quero saber: que vai ficar na série-A? Até o final, veremos muita angústia, tristeza e nervosismo entre os torcedores ansiosos por uma reação. Assim, vejamos os compromissos de cada time:



O Santos - com apenas 1% de chance de cair para a 2ª divisão - precisa apenas de duas vitórias para se salvar. Para alcançar o objetivo, a equipe de Muricy terá a oportunidade, no chamado "jogo de seis pontos", contra Bahia ou Ceará ou Atlético-PR. Fora os duelos diretos, o Peixe ainda pode "atrapalhar" Botafogo, Flamengo, Vasco e São Paulo na luta pelo título. Mas o elenco santista busca mesmo, o alívio e se dedicar somente ao Mundial.



Com 95% de chance para seguir na série-A, o Bahia ainda permanece com "a panela no fogo". Para apimentar o tempero, o tricolor baiano tem pela frente São Paulo, Vasco, Inter, e também, os confrontos diretos com Ceará e Santos. A meta pode se tornar complicada devido aos adversários.



E por falar em pimenta, posso afirmar, o Ceará vai precisar de bastante água para reduzir o calor e permanecer na elite. Com risco de rebaixamento de 34%, o Vovô tem, nada mais nada menos, cinco confrontos diretos: Atlético-PR, Cruzeiro, Bahia, Avaí e Santos. Além de Corinthians e Fluminense, postulantes ao título. Seria o Ceará um forte candidato a cair?



Com um pouco mais de risco, o Cruzeiro tem hoje 42%. Acostumado a lutar pelo título nos últimos anos, a Raposa é a maior decepção para muitos comentaristas, que a consideravam, uma das favoritas. Serão quatro jogos contra adversários diretos: Avaí, Atlético-PR, Ceará e o maior rival. Para aumentar a angústia dos cruzeirenses, o time celeste ainda enfrenta Botafogo, Flamengo e Inter. Outro fator negativo, o jejum de vitórias. Até o momento, 11 jogos.



Pelo segundo ano seguido, o torcedor atleticano sofre com a pífia campanha do time. Com um aproveitamento de apenas 33,3%, o Galo chega à reta final com o risco de rebaixamento de 53%. Fluminense, Botafogo e Corinthians estão em pauta. O único duelo direto contra o rebaixamento é com o Cruzeiro - o clássico terá apenas torcedores do rival. No 1º turno, essa mesma sequência de partidas, deu ao Galo somente quatro pontos dos 24 em disputa.



Apenas a dois pontos atrás do Atlético-MG, encontramos o Furacão com 31,1% de aproveitamento. Além dos confrontos diretos diante Ceará, Santos, Cruzeiro e América-MG, os atleticanos terão de enfrentar Corinthians e São Paulo. E na última rodada, o clássico diante do Coritiba.



O Avaí tem risco de 92% e jogará contra times da ponta: Botafogo, Corinthians, São Paulo e Vasco, além dos confrontos diretos diante de Ceará e Cruzeiro. A equipe do torcedor ilustre Guga tem uma missão praticamente impossível.



Por falar em missão quase impossível, o América está com um pé na 2ª divisão. O Coelho tem pela frente os gigantes: Corinthians, Fluminense, Botafogo e São Paulo. E o confronto direto contra o Atlético-PR.

Serão oito rodadas de tirar o fôlego! Lembro, a última rodada é de clássico para a maioria das equipes. Isto vai aumentar ainda mais a emoção contra o rebaixamento. Agora, não é hora de reclamar da arbitragem, nem daquele gol perdido, e muito menos, daquele pontinho desperdiçado. Analise as equipes, os jogos restantes... e responda: quem ficará na série-A?

domingo, 16 de outubro de 2011

domingo, 9 de outubro de 2011

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Do jogo do bicho ao sucesso no futebol

Luciano Dias (@jornlucianodias)

O técnico Cuca pediu para contratá-lo já na primeira semana de trabalho no Atlético. Um vídeo que circula na internet mostra o treinador fazendo o pedido para alguns torcedores. "O Pierre está pronto para vir, manda os caras contratarem o Pierre do Palmeiras…"

A diretoria atleticana atendeu e Lucas Pierre Santos de Oliveira chegou para corrigir a pane defensiva do Galo. Os gols sofridos diminuíram. Para muitos, por causa do garra de Pierre.

Aliás, garra faz parte da vida deste jogador, apelidado de "cão de guarda". Ele se lembra dos tempos difíceis na pequena Itororó, cidade baiana com menos de 20 mil habitantes. O volante atleticano era apenas um motoboy do jogo do bicho. Época complicada, em que o futebol parecia um sonho distante, difícil de acontecer.

Pierre levava os jogos de moto para as bancas e depois buscava os resultados. Por dia, eram três corridas indo e outras três voltando. Muitos quilômetros rodados. Levou alguns tombos de moto, mas conseguiu se levantar em busca da vitória.

Nos momentos livres, o futebol era a diversão e o sonho de um futuro melhor. Jogando num time do município, Pierre acabou sendo visto e levado para o Vitória, onde ficou durante seis meses nas categorias de base. Ele quase não foi por medo de perder o emprego garantido. Sem sucesso no clube baiano, o atleta voltou para a banca do jogo do bicho. Seu destino parecia ser mesmo esse.

Só parecia. Um integrante do conselho do Vitória o indicou para fazer um teste no Ituano. Pierre pegou um ônibus no domingo rumo a Campinas, sem ar condicionado e que parava em todos os lugares. O jogador foi bem e, em seguida, ajudou o Ituano a fazer a melhor campanha da história do clube, no Paulista de 2002.

De lá para cá, Pierre variou entre o Ituano e o Paraná, até chegar ao Palmeiras pelas mãos do técnico Caio Júnior, em 2007, que havia sido seu comandante no time paranaense.

Atualmente, o atleta é peça fundamental no esquema de Cuca no Atlético e reconhecido pelo seu talento na marcação e nos desarmes. Com 29 anos, Pierre ainda tem um sonho. O de vestir a camisa da Seleção Brasileira.

Momentos complicados

Fora de campo, Pierre também teve que mostrar o espírito guerreiro. A família já passou por situações complicadas. Ele teve que começar a trabalhar com 16 anos, quando a mãe sofreu um acidente de carro, quebrou duas vértebras da coluna e precisou de cuidados durante 9 meses. O primeiro emprego foi em um bar, onde conheceu o dono da banca de jogo do bicho, que o levou para trabalhar.

Já casado e na melhor fase da carreira, outro drama familiar: na gravidez da esposa, a bolsa se rompeu prematuramente, com seis meses, dando a luz a um casal antes da hora. O menino não aguentou e morreu. A menina, nasceu com 520 gramas, e lutou bravamente na UTI por 3 meses, até que se recuperou. No meio do caminho, uma deficiência de oxigênio no cérebro acabou por danificar algumas de suas funções motoras. Hoje, com 3 anos de idade, ela faz Fisioterapia e Ecoterapia.

Mesmo com a filha doente, Pierre não deixou de jogar normalmente pelo Palmeiras. Com a filha recém-nascida na UTI, ele treinava com o celular dentro do calção de treino e, toda vez que precisava sair, o então técnico, Vanderlei Luxemburgo, o autorizava.

As lesões também fizeram parte da carreira do jogador. A primeira, no melhor momento da carreira, justamente quando estava sendo cotado para a seleção brasileira. Quando voltou a jogar bem, outra lesão, que o afastou dos gramados novamente. Depois disso, não conseguiu repetir as ótimas atuações que o marcaram no Palmeiras.

*Colaborou: Ramon Guerra (@ramallguerra)

Confira o quadro "Vida Antes da Bola", do Esporte Fantástico Minas, com o volante Pierre:

segunda-feira, 3 de outubro de 2011