segunda-feira, 27 de junho de 2011

Patinador maluco pelo Galo

Luciano Dias (@jornlucianodias)

Imagine percorrer quase 750 quilômetros de patins, saindo de Brasília rumo à Cidade do Galo, em Vespasiano? Seria loucura? paixão? Alegria?

Sim, seria. Ou melhor: foi a mistura de todos estes sentimentos. O nome do aventureiro? Guto Ziller. Empresário, patinador, conscientizador ambiental, torcedor fanático pelo Galo...

Foram nove dias de viagem. O principal objetivo do patinador atleticano é despertar a consciência ecológica. Durante o percurso, Guto plantou uma árvore a cada 50 quilômetros.

Histórias para contar não faltam. Ele sofreu com as condições das estradas, trânsito, clima, saudade da família e contusões, principalmente, nas costas. Em Três Marias, na Região Central de Minas, por exemplo, Guto foi parar no hospital.

A conclusão da aventura movimentou a Cidade do Galo na última semana. Os jogadores ficaram impressionados com a aventura do patinador. Para o meia Daniel Carvalho, Guto serve de inspiração. "Isso que ele fez é para poucos. Poucas pessoas vão conseguir. Isso aí é um sinal para os jogadores se inspirarem em pessoas como estas".

O Esporte Fantástico Minas acompanhou a aventura de Guto Ziller. Acompanhe a reportagem especial.

Reportagem: Sálua Zorkot
Produção: Luciano Dias


sábado, 18 de junho de 2011

Desempregados F.C.

Luciano Dias (@jornlucianodias)




O desemprego é um problema social que atinge todo o mundo. Um fantasma que assombra milhares de brasileiros, inclusive os jogadores de futebol. Em uma rápida pesquisa é possível encontrar vários atletas renomados desempregados. Jogadores que há pouco tempo brilhavam em clubes de ponta.

Será que ainda há espaço na elite para alguns dos nomes abaixo?

- Goleiros: Dida (37 anos), Bosco (36), Galatto (28), Fábio Costa (33), Marcelo (27)

- Zagueiros: Alex Silva (26 anos), Fabiano Eller (33), Edcarlos (26), Cristiano Ávalos (33)

- Laterais: Elder Granja (28), Evanílson (35 anos), Gustavo Nery (33) , Dedê (33), Jadilson (33), Sylvinho (37)

- Meio-campistas: Zé Roberto (36 anos), Sávio (37), Claiton (33), Luiz Mário (34), Jonílson (32), Lopes (32)

- Atacantes: Gil (30 anos), Leandro Amaral (33), Fernandão (33), Kléber Pereira (35), Marcelo Ramos (38), André Dias (30), Jean (29)

Entre os nomes, podemos observar que figuram vários medalhões, a maioria na casa dos 30 anos. Uma das exceções é Alex Silva, zagueiro disputado por vários times, como Flamengo e Grêmio. O lateral Dedê, que brilhou no Borússia Dortmund (ALE) por mais de 10 anos, também abriu negociação com os dois clubes.

É verdade que alguns dos nomes lembrados, como Ávalos, Luis Mário e Marcelo Ramos, não jogam por grandes clubes já faz há um bom tempo. Por outro lado, é importante destacar que boa parte dos jogadores pesquisados, como Dida, Gustavo Nery, Zé Roberto e Sávio, fizeram várias partidas pela Seleção.

Além da queda de rendimento da maioria destes jogadores nos últimos anos, há algumas explicações para a falta de espaço destes atletas em grandes clubes:

- Os clubes estão apostando (bancando com ajuda de investidores) em jogadores que estão retornando da Europa, como Alex (Corinthians), Gilberto Silva (Grêmio), Adriano (Corinthians), Ronaldinho Gaúcho (Flamengo), Luis Fabiano (São Paulo), Elano (Santos);

- Todo ano, surgem nas categorias de base dos clubes centenas de jovens talentos. Jogadores, a princípio, com salários menores em comparação com estes desempregados. Neste caso, é mais barato investir nestas promessas do que nos medalhões sem clube;

- O futebol brasileiro está adotando nos últimos anos uma nova política: trazer jogadores de outros países Sul-Americanos. Amparado pelo poderio econômico do Brasil em relação às outras nações do continente, as equipes encontram bons jogadores por bons valores. Conca (Fluminense), Montillo (Cruzeiro) e D`Alessandro (Internacional) são alguns exemplos.

Com a fase negra de alguns grandes clubes por aí, não vai demorar muito para o time do Desempregados Futebol Clube receber mais “reforços”.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Dida x Fábio

Luciano Dias (@jornlucianodias)

Dois grandes goleiros da história do Cruzeiro. Um foi ídolo na década de 1990 e ganhou, entre vários títulos, uma Copa do Brasil e uma Libertadores. O outro é o salvador do momento e, por causa da bela fase, foi convocado por Mano Menezes para a seleção.

Este post traz um resumo das trajetórias de Dida e Fábio no Cruzeiro. Mas, afinal, quem o torcedor cruzeirense prefere? A resposta sobre quem fez mais história na Raposa é mais complicada do que você pensa.

Fábio: a "muralha azul"


Fábio Deivson Lopes Maciel tem 30 anos e nasceu no Mato Grosso, na cidade de Nobres, a 140km de Cuiabá. O atual capitão cruzeirense teve um começo conturbado no seu retorno à Raposa, em 2005. Cheio de altos e baixos. Fábio foi considerado um dos culpados da eliminação da Copa do Brasil de 2005, quando o time mineiro foi surpreendido pelo Paulista de Jundiaí.

Mas, aos poucos, Fábio se acertou na meta cruzeirense. E mais: se transformou em um dos ídolos da equipe. Em 2010, por exemplo, foi eleito o melhor goleiro do Campeonato Brasileiro. Ficou conhecido pelos torcedores pela alcunha de "A Muralha Azul", além de ser um exímio pegador de pênaltis. Ao todo, ele defendeu 11 penalidades.

O goleiro começou a carreira no União Bandeirante, do Paraná, em 1997. Em 2000, foi emprestado ao Cruzeiro. Poucos sabem, mas ele fez parte do grupo campeão da Copa do Brasil daquele ano. Quando acabou o empréstimo, voltou ao União, e logo foi para o Vasco, onde permaneceu por quatro anos, até o seu retorno definitivo ao time celeste, em 2005.

Em 2006, Fábio conquistou o Campeonato Mineiro. Feito que se repetiu em 2008, 2009 e 2011. No ano passado, inclusive, Fábio entrou para a história do Mineirão, tornando-se o terceiro goleiro a gravar suas mãos na Calçada da Fama do estádio.

No início deste ano, o goleiro renovou o contrato com o Cruzeiro até 2011. Com esta negociação, ele tem tudo para quebrar um recorde no time celeste e se transformar no goleiro com mais atuações pela Raposa. Hoje, Fábio é o segundo da posição que mais vezes vestiu a camisa estrelada. Já são mais de 380 partidas. O campeão de atuações é Raul, com 557 jogos.

Seleção: Fábio fez parte do grupo campeão da Copa América de 2004. Agora, recebeu uma nova oportunidade com a amarelinha, depois da convocação de Mano Menezes para os amistosos contra a Holanda, no dia 4, e Romênia, no dia 7.

Títulos no Cruzeiro:
Copa do Brasil: 2000
Campeonato Mineiro: 2006, 2008 , 2009 e 2011

Seleção Brasileira
Copa América: 2004

Dida: homem gelo


No início de 1994 chegou à Toca da Raposa um garoto alto, que no ano anterior havia impressionado o País com defesas sensacionais no Mundial de Juniores, conquistado pelo Brasil, e na decisão do Campeonato Brasileiro, entre o Vitória, time que o revelou, e o Palmeiras.

Com um jeito tímido e de poucas palavras, o baiano Nelson de Jesus Silva, o Dida, foi conquistando a confiança da torcida, que, há muito, desde os tempos de Raul, não tinha um goleiro como ídolo. Os 19 anos pareciam multiplicados quando ele esbanjava experiência defendendo o gol do Cruzeiro.

Ao todo, Dida fez 306 jogos com a camisa celeste. Com a equipe cruzeirense, conquistou vaga nas Olimpíadas de 1996 e levou a equipe mineira a várias conquistas. Destaque para as grandes atuações na Copa do Brasil de 1996, contra o Palmeiras de Rivaldo e Djalminha, e na Libertadores de 1997, quando Dida foi herói em várias partidas da competição, inclusive, no jogo decisivo contra o Sporting Cristal (PER).

Em 1998, Dida foi o goleiro do vice-campeonato Brasileiro. As belas atuações chamaram a atenção do Milan (ITA), que o contratou no mesmo ano.

Seleção: Dida participou de três Copas do Mundo: em 1998 foi o terceiro goleiro, em 2002 era o reserva e, em 2006, foi o goleiro titular da Seleção Brasileira.

Títulos no Cruzeiro:

Libertadores da América: 1997
Copa do Brasil: 1996
Copa Ouro: 1995
Copa Master da Supercopa: 1995
Campeonato Mineiro: 1994, 1996, 1997 e 1998

Seleção Brasileira
Copa do Mundo: 2002
Copa América: 1999
Copa das Confederações: 1997 e 2005


Breve comparativo e pontos fracos:

Dida fazia grandes defesas com uma frieza incrível. Não precisava dar aqueles pulos de malabaristas como vemos sendo feito por muitos arqueiros por aí.

Já Fábio é o melhor goleiro do mundo no quesito mano a mano com o atacante. É impressionante como o atual capitão cruzeirense fecha bem o ângulo do adversário. A elasticidade mostrada na decisão do Estadual deste ano, quando Magno Alves, do Atlético, ficou frente a frente com o goleiro é um grande exemplo.

Avaliando títulos, Dida leva vantagem sobre Fábio. A Libertadores de 1997 é um grande diferencial para o baiano. Por outro lado, Fábio leva vantagem na postura em campo e no carisma com o torcedor.

Mas nem tudo é perfeito no histórico destes dois grandes jogadores. Dida tinha sérios problemas na saída do gol. Além disso, ele não ia muito bem com os pés. Recuos de bola para o goleiro causavam arrepios nos cruzeirenses.

Já Fábio sofre muitos gols de faltas. Coincidência ou não, é o goleiro que mais levou gols de Rogério Ceni. Mas, é válido destacar que é uma deficiciência que vem sendo corrigida nas últimas temporadas. Para muitos cruzeirenses, outro fator que pesa para Fábio é a falta de títulos de expressão. Já passou da hora de ganhar uma Libertadores, por exemplo.

Confira a matéria do Esporte Fantástico Minas e tire as suas conclusões: