quinta-feira, 29 de julho de 2010

Geração Londres

Luciano Dias (@jornlucianodias)

Após a decepção da Copa do Mundo, a Seleção Brasileira de Futebol já pensa nas Olimpíadas de 2012, que será disputada em Londres. Trata-se da única competição que o nosso país nunca venceu. Inclusive, Londres 2012 pode ser a útima oportunidade de conquista, já que cogita-se que o futebol deixe de ser disputado nos Jogos Olímpicos.

A classificação (são duas vagas para a América de Sul) estará em jogo no Sul-Americano Sub-20, que será disputado no Peru, no início de 2011.

Já pensando em Londres, observa-se no Brasil uma safra muito boa de jogadores. Uma geração talentosa, praticamente pronta. Sem contar que em nosso país sempre surgem promessas momentos antes das competições. Também é válido lembrar que só poderão atuar em Londres atletas nascidos a partir de 1989 - além dos três jogadores acima de 23 anos que cada seleção pode escolher.




Mano Menezes, o novo técnico da seleção, já está pensando nos Jogos Olímpicos e, consequentemente, na Copa de 2014. Basta observar a primeira convocação do treinador para o amistoso contra os Estados Unidos, em Nova Jersey, no dia 10 de agosto. Uma seleção muito renovada.

Dentre os 24 jogadores chamados por Mano, sete tem idade para defender a seleção nas próximas Olimpíadas. São eles:

Renan (goleiro) - Avaí
Rafael (lateral-direito) - Manchester United-ING
Sandro (volante) - Internacional
Paulo Henrique Ganso (armador) - Santos
Alexandre Pato (atacante) - Milan-ITA
André (atacante) - Santos
Neymar (atacante) - Santos

Confira agora uma lista com outros bons jogadores que podem servir a seleção nas Olímpiadas de 2012:

Goleiros:
Rafael - Cruzeiro
Renan - Botafogo
Renan Ribeiro - Atlético-MG
Rafael - Santos
Darley - Feyenoord-HOL
Neto - Atlético-PR

Laterais direitos:
Douglas - Goiás
Raul - Atlético-PR
Patric - Avaí
Danilo - Santos

Zagueiros:
Mário Fernandes - Grêmio
Breno - Bayern de Munique-ALE
Sidnei - Benfica-POR
Rafael Tolói- Goiás
Manoel - Atlético-PR
Bruno Costa - Atlético-PR
Dalton - Internacional
Welington - Cruzeiro

Laterais esquerdos:
Diego Renan - Cruzeiro
Alex Sandro - Santos
Fábio - Manchester United-ING
Bruno Collaço - Grêmio (emp. Ponte Preta)
Dodô - Corinthians

Volantes:
Airton - Benfica-POR
João Pedro - Atlético-MG
Fransérgio - Atlético-PR
Tinga - Palmeiras
Uchoa - Cruzeiro
Casemiro - São Paulo

Armadores:
Phillipe Coutinho - Inter de Milão-ITA
Giuliano - Internacional
Douglas Costa - Shakhtar-UCR
Maylson - Grêmio
Elkeson - Vitória
Alex Teixeira - Shakhtar-UCR
Bernardo - Cruzeiro (emp. Goiás)
Tartá - Fluminense
Renan Oliveira - Atlético-MG (emp. Vitória)
Alan Patrick - Santos
Mithyuê - Grêmio (emp. Atlético-PR)
Dudu - Cruzeiro (emp. Coritiba)
Oscar - Internacional
Erick Flores - Flamengo (emp. Ceará)
Zezinho - Santos
Éverton Ribeiro - Corinthians (emp. São Caetano)
Sérgio Mota - São Paulo

Atacantes:
Dentinho-Corinthians
Wellington Silva - Arsenal-ING
Alan - Fluminense
Walter - Internacional
Ciro - Sport
Caio - Botafogo
Mazola - São Paulo (emp. Guarani)
Jonathan Reis - PSV-HOL
Diego Maurício - Flamengo
Alan Kardec - Benfica-POR
Bergson - Grêmio
Jonathan - Vasco

Um dos principais problemas enfrentados pela seleção em Olimpíadas é o fato de os clubes europeus não serem obrigados a liberarem seus atletas para a competição. Como os jogadores brasileiros deixam o país muito cedo, boa parte deles já está atuando na Europa antes dos 23 anos.

Mano Menezes prometeu iniciar de forma bastante antecipada um trabalho de planejamento com vistas à Olimpíada, com o qual pretende convencer os times europeus a cederem os principais jogadores brasileiros para a competição.

A safra é boa. Resta selecionar os grãos com sabedoria e tranquilidade. Sem contar que novos talentos ainda vão aparecer. Além disso, as perspectivas com Mano Menezes são muito positivas.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Minas Gerais tem mais um representante no NBB

Paulo Marques (@paulo16marques)

Após o encerramento, no último sábado (17), da Assembléia da Liga Nacional de Basquete, reunião que discute os rumos do Novo Basquete Brasil (NBB) 2010/2011, os dirigentes do Unitri/Uberlândia confirmaram a participação da equipe mineira na próxima edição da competição nacional.

Os representantes do Triângulo Mineiro, campeões brasileiros e sul-americanos em 2004, se apresentam para os treinamentos da temporada 2010/2011 já no próximo dia 1º de agosto e dois reforços alimentam as esperanças dos torcedores uberlandenses. O armador Valtinho e o pivô Estevam – que foram campeões da última temporada pelo Universo Brasília e participaram da campanha vitoriosa dos mineiros em 2004 – estão de volta com objetivo de reativar o basquete na região.

Ao todo, foram contratados nove reforços, entre eles, dois norte-americanos - o armador Robby Colum e o ala pivô Robert Day. Para a direção do time foi contratado o ex-jogador Ratto, que inicia sua carreira como treinador e quando atleta teve passagens pela seleção brasileira e pelo Universo Brasília. De acordo com o supervisor da equipe, o uruguaio Fernando Larralde, o objetivo é contratar mais um estrangeiro, ainda não anunciado. Além disso, alguns jogadores da base vão integrar a equipe principal.

Os atletas treinarão e jogarão no Uberlândia Tênis Clube (UTC). Larralde informou que os primeiros jogos do Campeonato Mineiro e do NBB serão disputados no UTC, mas nas partidas mais importantes, a Arena Sabiazinho será utilizada. A entrada em grande parte dos jogos será gratuita. Segundo o dirigente, isso é para fazer com que os amantes do basquete voltem a apoiar a equipe de basquete local.

Segue abaixo a relação dos jogadores do Unitri/Uberlândia:

Armadores: Valtinho, Robby Colum e Bernardo

Alas: Robert Day, Raul e Soró

Pivôs: Brasília, Estevam e Átila Passos

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Aventura na Arena do Jacaré

Luciano Dias (@jornlucianodias)

Sete Lagoas, a 70 quilômetros de Belo Horizonte, é a casa de América, Atlético e Cruzeiro neste segundo semestre. Tudo por causa de um erro de planejamento dos orgãos públicos. Com o início da reforma do Mineirão, estava previsto que os times da capital mandariam seus jogos no Independência. Mas o atraso nas obras do estádio do bairro Horto, na região Leste de BH, mudou o planejamento dos clubes.

Sem Independência e sem Mineirão, os torcedores de América, Atlético e Cruzeiro que moram na capital foram castigados. Os times de Belo Horizonte optaram em realizar a maioria dos jogos no Estádio Joaquim Henrique Nogueira, mais conhecido como Arena do Jacaré, em Sete Lagoas. Mesmo sendo o estádio mais próximo e ter passado por uma reforma completa, na qual foram investidos R$ 15,6 milhões, a Arena do Jacaré não está tão pronta assim para receber partidas da elite do futebol brasileiro.

O Acréscimos esteve no estádio neste domingo (18), no duelo entre Cruzeiro e Goiás, pela 9ª rodada do Brasileirão. Nem mesmo a vitória da Raposa por 1 a 0 amenizou as críticas dos torcedores. O comerciante José Francisco Soares, por exemplo, destaca que não vale a pena sair da capital e pagar 40 reais para assistir o jogo do time do coração na Arena do Jacaré. "Apesar das cadeiras, o estádio não tem muito conforto. Se chover, os torcedores não têm nenhuma proteção. Além disso, boa parte das cadeiras estão sujas".

As reclamações de José Francisco são pertinentes. Assistir aos jogos em Sete lagoas é uma veradeira aventura. De fato, a Arena do Jacaré é coberta apenas no setor de imprensa. Infelizmente é assim em grande parte dos estádios brasileiros. A sujeira das cadeiras se refere à poeira das obras. A impressão que se passa é que o estádio realmente não está pronto. Em várias partes, é possível encontrar vestígios de que falta algo para terminar. Do lado de fora, alguns trechos ainda não foram asfaltados. Falta também sinalização adequada, principalmente com relação aos setores de entrada.

No espaço destinado a quem comprou o ingresso "mais barato" - de R$ 40 (R$ 20 meia-entrada) -, há apenas um banheiro masculino e outro feminino, além de um menor para deficientes físicos. Pelo menos, para suprir a demanda, vários sanitários químicos foram colocados.

E para quem pensa que o torcedor que paga o ingresso mais caro (R$ 80 nos jogos do Cruzeiro) tem muitas vantagens, está enganado. Os únicos privilégios são a situação dos banheiros e a menor lotação do bar. No mais, por ironia, apenas desvantagens. A visibilidade da "cadeira especial", por exemplo, é pior do que nos outros setores do estádio.

As condições da Arena do Jacaré e a distância da capital resultam no pequeno número de torcedores que está pagando para assistir aos jogos no estádio. No confronto entre Cruzeiro e Goiás, apenas 3.578 pagantes. No duelo entre os Atléticos de Minas e de Goiás, na última quinta-feira (15), somente 3.179 pessoas pagaram ingressos.

E percorrendo o trajeto para chegar ao estádio, parece que nem a população de Sete Lagoas está mobilizada com os jogos do Campeonato Brasileiro. Não tem clima de jogo. Sensação muito estranha!

Condições do gramado

As condições do campo não agradaram os jogadores de Cruzeiro e Goiás no duelo deste domingo. Observando das arquibancadas, é possível verificar que as bolas rasteiras "quicam" demais. Na linguagem do futebol, podemos dizer que a bola "fica viva". Olha que o gramado é todo novo. Foi replantado e refeito o sistema de drenagem. No entanto, tem muitas ondulações.

O atacante cruzeirense Thiago Ribeiro destacou, após a partida, que fica difícil dominar a bola e isso, segundo ele, beneficia o marcador.

E a tendência é que o gramado fique ainda mais prejudicado. Em 16 dias, de 15 de julho até o clássico entre Atlético e Cruzeiro no dia 1º de agosto, serão sete jogos na Arena do Jacaré, incluindo as duas partidas do América pela Série B.

É válido lembrar que, por segurança, o clássico terá a presença apenas da torcida do Galo, já que o mando de campo é do time alvinegro.

Dificuldades para a imprensa

O setor onde está posicionado a imprensa também é muito criticado pelos jornalistas. O número de cabines é mais do que insuficiente para comportar todos os cronistas. Boa parte dos jornalistas trabalham ao ar livre. Cinegrafistas, computadores e equipamentos ficam em locais improvisados. É possível verificar um emaranhado de fios espalhados pelas arquibancadas.

Com isso, os torcedores que pagaram para ficar no "setor especial" são praticamente empurrados para as partes laterais das arquibancadas, onde a visibilidade não é das melhores.

Ressalvas e pontos positivos

A Assessoria da Prefeitura de Sete Lagoas destaca que foi avisada "em cima da hora" que seria a casa dos clubes da capital durante a disputa do Campeonato Brasileiro. Por isso, a impressão de que o estádio ainda não está pronto. Ainda segundo a assessoria, a sinalização das vias já está sendo implantada e as obras no entorno devem ser finalizadas em 30 dias.

Já o Governo do Estado informou que a Arena do Jacaré passará por várias modificações. Pode-se citar a ampliação do espaço dedicado à imprensa, a criação de espaços para cadeirantes ao longo de toda a arquibancada e o aprimoramento das áreas destinadas à circulação do público. Sobre o andamento das obras do Mineirão e do Independência, o Governo afirmou apenas que está tudo dentro do cronograma.

É válido deixar claro que as condições atuais da Arena do Jacaré não suportam os jogos importantes. Partidas, por exemplo, da Série A do Campeonato Brasileiro. Por enquanto, trata-se apenas de um belo estádio para atender as partidas do Campeonato Mineiro e das séries inferiores do Brasileiro.

Mas, as perspectivas da Arena do Jacaré são muito positivas. O projeto do estádio é muito interessante. Veja a maquete abaixo:


A expectativa é de que a Arena do Jacaré comporte 25 mil torcedores. Por enquanto, os laudos do Corpo de Bombeiros permitem que o estádio tenha apenas 13.770 pagantes.

Destaque para a iluminação da Arena do Jacaré, que é excelente. As condições para deixar os veículos, mesmo o estacionamento não estando totalmente pronto, tambêm devem ser ressaltadas. A previsão é de que o estádio tenha um espaço para comportar cerca de 700 carros. De qualquer forma, há vários espaços disponíveis para deixar os veículos nos arredores da Arena do Jacaré. Ao contrário, por exemplo, do Independência, onde as dificuldades de estacionar em jogos de grande público são muito grandes.

Opções para chegar à Arena do Jacaré

Os torcedores de Belo Horizonte têm duas opções para chegar à Arena do Jacaré. A mais utilizada e a melhor opção é pela BR-040. A pista é duplicada em toda sua extensão, de BH a Sete Lagoas. Trata-se de uma via de trânsito rápido. O condutor deve ficar atento à vários radares móveis e aos pontos com alto índice de acidentes.

A outra opção é a MG-424, trajeto que o blog seguiu para assistir Cruzeiro e Goiás. É o melhor caminho para os torcedores que moram na região Norte da capital e nas cidades da Região Metropolitana, como Santa Luzia, Lagoa Santa, Pedro Leopoldo, Vespasiano e Matozinhos. A MG é duplicada entre BH e Pedro Leopoldo. Após este trajeto, o trânsito fica mais lento, principalmente por causa da não duplicação e das condições da pista. Há vários buracos, principalmente no trecho de Matozinhos.

Chegando em Sete Lagoas, é possível encontrar várias sinalizações referentes ao estádio Arena do Jacaré.

domingo, 18 de julho de 2010

PERFIL: Calcinha na pista (parte 2)

Pedro Rotterdan (@protterdan)




Depois de apresentar Danica Patrick, este domingo é dia de conhecer mais uma mulher que deixa as pistas de automobilismo mais belas. Por isso, temos ainda mais, batons, glitters, sombras, rimeis, brincos e unhas bem feitas. E, realmente, cada vez mais as mulheres estão presentes no automobilismo, não só dentro dos boxes, como também nos cock pits.


Brasileira, formada em administração, tem como ídolo e herói, assim como muitos brasileiros, Ayrton Senna. Nos boxes, improvisou um salão de beleza onde faz as unhas, maquiagem e escova antes das corridas.


Ana Beatriz Figueiredo ou simplesmente: Bia Figueiredo, 25 anos, nasceu na capital paulistana. Primeira brasileira a disputar uma das principais categorias do automobilismo mundial, a Fórmula Indy, estreando este ano. Isso faz dela a primeira a participar, também, das 500 Milhas de Indianápolis, principal corrida da categoria. E não para por aí. Quer mais? Correndo pela Fórmula Renault Brasil, em 2005, Bia foi a primeira mulher do mundo a vencer uma corrida na modalidade que tem competições em outros países da Europa. Na Indy Lights, antiga divisão da Fórmula Indy, também foi a primeira vencedora, em 2008. Ela também é a primeira mulher do mundo a conseguir uma pole position na F3 Sul-americana, em 2006.


Se muitas mulheres gostam de fazer compras nas horas vagas, Bia prefere passar esse tempo viajando seja na companhia de parentes ou amigos. Jogos de tênis, bons livros e dar uma voltinha de jet ski estão entre os hobbies preferidos, além, é claro, de uma boa corrida de kart. Antes das corridas, Bia costuma escutar Don't stop me now do Queen. O filme “O diabo veste Prada” é o preferido dela. Cinco vezes por semana vai à academia. Ela corre e anda de bicicleta para se preparar para as provas. Acabou a corrida? Bia bebe água para se reidratar e come sushi, mas não dispensa o velho arroz com feijão, mesmo estando longe do Brasil.


Ela começou no Kart aos nove anos, em 1994. Ficou na categoria até 2003, quando se transferiu para a F-Renault. Em 2007 foi para a Europa e Estado Unidos treinar pela F-Renault local e na Indy Lights, respectivamente. Em 2008 estreou na categoria americana e, além da primeira vitória, ainda recebeu o prêmio Award Rising Star (Estrela em Ascensão).


Bia estreou na Fórmula Indy este ano correndo em casa, no GP São Paulo Indy 300, terminando a prova em 13º lugar. Depois só voltou a pontuar na sexta etapa, nas 500 Milhas de Indianápolis, quando terminou a prova em 14º. Com 33 pontos, está em 29º entre 43 pilotos.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

O fim de um Mundial histórico

Luciano Dias (@jornlucianodias)


Uma Copa que entra para a história. O primeiro mundial disputado em continente africano traz um novo campeão. Com um gol de Iniesta na prorrogação, a Espanha venceu a Holanda por 1 a 0 e deixou, definitivamente, a fama de amarelar em decisões. Os espanhóis conquistaram a Eurocopa em 2008 e o mundo este ano. Finalmente justificou a fama de Fúria, adquirida nos anos 50.

Além do inédito título espanhol, a Copa da África do Sul vai ficar na memória por diversos motivos. Veja alguns:

Quebra de tabus e surpresas

Se por um lado a Espanha quebrou o tabu de conquistar pela primeira vez o Mundial, por outro, a África do Sul se transformou na primeira anfitriã a ser eliminada na fase de grupos. O time do técnico Parreira foi até bem, fazendo quatro pontos. Mas foi insuficiente para ir às oitavas.

O Paraguai também quebrou um tabu. Com muita determinação tática, o time sul-americano conseguiu, pela primeira vez, passar às quartas-de-finais de um Mundial. O time foi eliminado pelos campeões espanhóis, por um modesto 1 a 0. A campanha foi motivo de festa para os paraguaios.

As surpresas ficam por conta do Uruguai, que chegou às semifinais, e para a Nova Zelândia, que sai do Mundial sem ser derrotada. Por incrível que pareça, foi o único time invicto da competição. Olha que o país só foi à Copa porque a Austrália disputou as eliminatórias pela Ásia, e não pela Oceania, como era de costume.

Num país de futebol amador, a teoria mostrava que a Nova Zelândia seria saco de pancadas. A realidade foi um pouco diferente. Sim, os kiwis, como são chamados, não passaram às oitavas. Mas despedir do segundo Mundial (o primeiro foi em 1982) sem perder, inclusive para Itália, foi motivo de comemoração.

Renascimento uruguaio

A força celeste está de volta. Bicampeão Mundial (1930 e 1950), o Uruguai não chegava às semifinais desde a Copa de 70. Mesmo sem ter um time muito técnico, os uruguaios sobressaíram com muita raça. Além disso, a equipe contou com o melhor jogador da Copa: Diego Fórlan. A quarta colocação no Mundial significa o retorno do Uruguai ao cenário do futebol mundial.

Decepções

França e, principalmente, Itália entraram como favoritas ao Mundial. Mas os países que fizeram a final da Copa de 2006 (triunfo italiano) não passaram sequer à segunda fase. Não venceram nenhuma partida. Duas grandes decepções.

Muito se esperava também da Inglaterra e do Brasil, pentacampeão mundial. No entanto, os dois não foram muito longe. Os ingleses, com muitas estrelas e com um futebol sem brilho, ficaram nas oitavas. A goleada de 4 a 1 sofrida para a Alemanha ilustrou o péssimo futebol da equipe. O atacante Rooney, então candidato a um dos destaques para esta Copa, não marcou nenhum gol.

Já o Brasil foi eliminado pela segunda vez seguida nas quartas. Desta vez, a holandeses foram os algozes. Em 2006 foi a França. O time brasileiro mostrou instabilidade e Kaká e Robinho não conseguiram brilhar como o esperado. O técnico Dunga deixou a seleção com algumas convicções questionadas pela imprensa e pela torcida.

Personagens


A bola Jabulani e as vuvuzelas roubaram a cena no Mundial. Segundo vários jogadores, principalmente no inicio da competição, a bola polêmica, que significa "celebrar" em isiZulu (um dos 11 dialetos da África do Sul), tomava rumos estranhos. O atacante brasileiro Luis Fabiano chegou a dizer que a Jabulani era "sobrenatural". Já o goleiro Júlio César a comparou com uma bola de supermercado.

As vuvuzelas também roubaram a cena. Trata-se de um instrumento muito popular na África e é usado pela torcida em todas as partidas. Muito barulhenta, as vuvuzelas foram criticadas por vários jogadores. Messi, Tevez, Cristiano Ronaldo, Evra são exemplos de atletas que contestaram a tradição sul-africana. Coincidência ou não, nenhum desses jogadores chegou sequer às semifinais.

Para muitos, o técnico Diego Maradona também foi um dos personagens. De terno (fato incomum) e com muita vibração, o argentino roubou a cena nas partidas de sua seleção.

Gols - a segunda pior média da história

O saldo de gols foi de 2,27 por partida. Foram dois tentos a mais que o Mundial da Alemanha, em 2006. Se não fosse o feito de Iniesta, marcado no final da prorrogação, a Copa da África do Sul se igualaria ao Mundial da Itália, em 1990, como a Copa com a pior média de gols da história. Em 90, a bola entrou 115 vezes em 52 embates. Média de 2,2 por partida.

A própria campeã não fez muitos gols. A Espanha marcou sete vezes. Por coincidência, nos quatro jogos da fase de mata-mata, a Fúria venceu suas partidas por magros 1 a 0.

A baixa média tem relação direta com a primeira rodada. As redes balançaram apenas 25 vezes nos 16 primeiros duelos do Mundial. Média de 1,6 por partida. Pela primeira vez na história das Copas, a média da rodada inicial ficou abaixo dos dois gols.

Os melhores da Copa

Pelo segundo ano seguido, um alemão é eleito o melhor jogador jovem da Copa. Depois de Lukas Podolski levar o prêmio em 2006, o atacante alemão Thomas Muller foi eleito o melhor jogador jovem do Mundial deste ano. Com cinco gols, ele ainda levou a Chuteira de Ouro. Muller disputou o prêmio com David Villa, Sneijder e Forlán. O primeiro critério de desempate para levar a Chuteira de Ouro é o número de assistências. Muller, com três passes que resultaram em gols, foi mais eficiente que os rivais.

Boas lembranças também para o goleiro espanhol Iker Casillas. O jogador, que levou o prêmio Luva de Ouro, mostrou liderança e fez defesas salvadoras. De fato, calou a boca dos críticos que não acreditaram no seu potencial. Casillas entra para a história do futebol espanhol. Afinal, foi ele o jogador que leventou a taça da primeira Copa conqusitada pela Fúria.

Mas, o destaque mesmo ficou com Diego Forlán (foto). O atacante, que atuou mais como armador, foi o eleito o craque da Copa. Ele comandou a seleção uruguaia. Para muitos, Forlán levou a celeste nas costas.


imagens: Fifa

domingo, 11 de julho de 2010

PERFIL: Fúria do automobilismo

Pedro Rotterdan (@protterdan)

O primeiro kart, construído pelo pai, foi o presente de três anos de vida. O primeiro título foi aos sete anos, em 1988, pelo infantil. A conquista foi coroada com vitória nas oito corridas da competição. Por falta de dinheiro, quase não seguiu a carreira e, após a ajuda de um importador de kart, conseguiu patrocínio e seguiu a carreira de sucessos. É Piloto de Fórmula 1 desde 2001, quando estreou pela Minardi.

Bicampeão mundial, certamente tem os GP’s do Brasil de 2005 e 2006 na memória. Afinal, foi aqui que ele conquistou os dois títulos mundiais correndo pela Renault. O primeiro veio na antepenúltima corrida, quando chegou em terceiro lugar. O segundo, no último GP, após chegar na vice liderança, atrás de Felipe Massa. Nesses dois anos conseguiu um feito: parou Michael Schumacher após cinco títulos do alemão entre 2000 e 2004.

Esse é o espanhol Fernando Alonso, que após o título de 2005 passou a ser o piloto mais novo a vencer um Mundial de F1 com 24 anos e 56 dias, batendo a marca do brasileiro Emerson Fittipaldi, que tinha 24 anos oito meses e 29 dias. O feito foi quebrado pelo inglês Lewis Hamilton, em 2008, após ser campeão com 23 anos.

Alonso também é embaixador da UNICEF e, por duas vezes, visitou programas da entidade no Brasil. Em depoimento, no site oficial, ele afirma que está nesse projeto, pois todas as crianças precisam das mesmas oportunidades, alimentos, educação, devem ser felizes e sorrir sempre.

Polêmicas com companheiros

O espanhol tem na carreira uma marca: problema no relacionamento com companheiros de equipe. A mais recente foi no Grande Prêmio da Inglaterra, em Silverstone, neste domingo (11), envolvendo o brasileiro Felipe Massa. Logo no início da corrida, Alonso deu um toquinho no carro do companheiro, que teve que entrar no box e trocar um dos pneus. Massa se sentiu prejudicado e, na coletiva, afirmou que ia procurar Alonso e falar sobre o acontecimento. O espanhol terminou a prova em 14º, uma posição à frente do brasileiro.

Em 2007, Alonso viveu, possivelmente, um de seus piores momentos na F1. Chegou na McLaren como bicampeão e candidato à renovação do título, mas esbarrou na boa campanha do, então estreante, Lewis Hamilton. Além de pilotar contra os rivais, também trocava farpas com o companheiro e com a equipe. Em 2009, um novo problema: Nelsinho Piquet. O brasileiro decidiu abrir a boca e denunciou uma armação da equipe na temporada de 2008. Piquet teria sofrido um acidente só para Alonso manter a ponta na corrida.

Em Silverstone, a corrida foi vencida por Mark Webber, que subiu para o terceiro lugar no Mundial com 128 pontos, 17 a menos que Hamilton, líder da temporada. Barrichello foi o melhor brasileiro no GP da Inglaterra, terminando a corrida em quinto. Lucas di Grassi abandou a prova e Bruno Senna nem correu.

sexta-feira, 9 de julho de 2010

CBB anuncia criação da Liga de Basquete Feminino

Paulo Marques (@ paulo16marques)

O basquete nacional, a partir do segundo semestre, ganhará mais um combustível para seu desenvolvimento. Nesta semana a Confederação Brasileira de Basquete (CBB) autorizou a criação da Liga de Basquete Feminino (LBF). Com isso, ainda este ano, como prometem os dirigentes, já teremos um Novo Basquete Brasil (NBB), para as mulheres.

Podemos entender este feito como apenas uma obrigação das entidades competentes, mas vai muito além desse mínimo detalhe. O Campeonato Nacional de Basquete Feminino não consegue ter visibilidade suficiente que atraia investimentos e, também, não gera motivação para que novas jogadoras sejam incentivadas a iniciar carreira no esporte.

Como já foi garantido, o formato dessa nova liga de basquete feminino será baseada no que acontece no campeonato masculino. Atualmente as equipes participantes se empenham na organização do evento, sistema que será adotado pelas oito equipes que farão parte da LBF. Esse formato faz com que os problemos vividos pelas equipes sejam minimizados.

Apenas a mudança já é motivo de deixar quem faz e gosta de basquete esperançosos. O Novo Basquete Brasil (NBB - masculino) foi um projeto que até certo ponto deu certo. As equipes participantes tiveram mais visibilidade, com isso, mais investimentos foram conquistados. O nível do campeonato também foi algo a ser destacado. Neste último torneio, vencido pelos jogadores do Universo, de Brasília, a maioria dos jogos foram emocionantes e com um nível técnico que há muito tempo não se via nos jogos aqui no Brasil.

A tendência é que a mesma coisa aconteça com as meninas do basquete brasileiro. Com mais incentivos, fica muito mais fácil fazer basquete. Mas como sempre defendemos, não podemos esquecer das categorias de base. Como vemos, principalmente nas Federações, existem torneios para estas categorias, mas não existe um trabalho que pense no futuro desse esporte. Mecanismos que tornem o basquete profissional viável devem estar sempre atrelados ao pensamento de renovação.

Uma Fúria que quer deixar de ser amarelona

Luciano Dias (@jornlucianodias)

O que dizer de uma seleção que já teve di Stéfano, Puskas, Butragueño, Hierro, Guardiola, Raul e Luis Henrique? O que dizer de uma equipe que tem, atualmente, Casillas, Puyol, Iniesta, Xavi, David Villa e Fernando Torres? Grandes jogadores né?! O problema que este país nunca conquistou uma Copa do Mundo. Tem a fama de amarelar em momentos decisivos. Chega aos torneios com ares de favorita, faz uma boa primeira fase e cai no mata-mata

Mas, o rótulo de tremer em ocasiões importantes pode acabar neste domingo, na grande final da Copa do Mundo da África, contra a Holanda. É a chance de conquistar, pela primeira vez, um Mundial.

A melhor colocação espanhola em Copas foi no Brasil, em 1950, quando a seleção ficou em quarto lugar. É nesta época que a equipe ganha o apelido de Fúria. Um time que tinha a base formada pelo vitorioso Real Madrid dos anos 50. Um país que contava com a categoria de di Stéfano. Mas a goleada sofrida para a seleção brasileira, por 6 a 1 , nas semifinais, já dava sintomas de que a equipe falhava nas decisões.

Pode-se dizer que o primeiro grande momento da Espanha no futebol aconteceu na Eurocopa de 1964, quando o país levou o torneio com uma vitória por 2 a 1 contra a União Soviética. Mas, depois da conquista, a Fúria decepcionou por muito tempo.

Esperava-se muito da seleção quando sediou a Copa de 1986. Nas oitavas, o time goleou a sensação Dinamarca, apelidada de "Dinamáquina", por 5 a 1. Só Butragueño (D) marcou quatro gols neste jogo. Tudo indicava que chegava o momento espanhol. Mas, nas quartas, a seleção foi eliminada da Copa para a modesta Bélgica, na prorrogação. Para muitos, era mais uma amarelada espanhola.

A Fúria entrou nas últimas Copas como uma seleção que poderia surpreender. Apenas poderia. Mas, a geração de Raul (E), Hierro e Luiz Henrique amarelou, tremeu. Em 1998, por exemplo, a campanha pífia fez com que a seleção saísse na primeira fase.

A fama de amarelona foi deixada um pouco de lado na Euro de 2008, quando os espanhóis conquistaram o torneio pela segunda vez. A vitória contra a Alemanha na final calou os críticos de plantão. O problema é que o rótulo pode voltar este ano, caso o país perca a decisão contra a Holanda.

A base da equipe, formada principalmente por jogadores do Barcelona (oito convocados são do clube catalão), tem tudo para acabar com a síndrome. Afinal, trata-se de uma nação acostumada com conquistas nos últimos anos. Que o diga o piloto Fernando Alonso, o tenista Rafael Nadal, a seleção masculina de basquete e os clubes de futebol Real Madrid e Barcelona.

De fato, já passou da hora da Espanha justificar o apelido Fúria!

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Quem vai deixar a fama de amarelona?

Luciano Dias (@jornlucianodias)

Holanda e Espanha são famosas por formar bons times. Mas, carregam o rótulo de amarelar em momentos decisivos. Uma dessas seleções vai deixar a fama para trás neste domingo, na grande final da Copa da África do Sul. Uma decisão histórica, por diversos motivos:

- É a primeira vez que Espanha ou Holanda conquistam uma Copa. Será o oitavo vencedor. Alemanha, Argentina, Brasil, França, Inglaterra, Itália e Uruguai já foram campeões;
- É a primeira vez que um time Europeu conquista o Mundial fora do continente;
- É a primeira vez que a decisão não tem a presença de Brasil, Alemanha, Itália ou Argentina;
- É a primeira vez que a Espanha chega à decisão;
- Os Europeus vão ultrapassar os sul-americanos em número de títulos: 10 contra nove.

Nesta publicação e no post desta sexta (9), resumos das grandes fases vividas por Holanda e Espanha no futebol. Começamos pelos holandeses, que chegaram à final com 100% de aproveitamento neste Mundial e nas Eliminatórias.

Laranja Mecânica, Carrossel Holandês...

A Holanda já esteve muito perto de conquistar o Mundial. Foi à final em duas oportunidades, em 1974 e em 1978. Era a fase da "Laranja Mecânica", uma das maiores seleções de todos os tempos. Uma geração que começou a mostrar a força nas Olimpíadas de 1968, quando levou a medalha de ouro vencendo a Argentina por 3 a 1 na decisão. Antes desta conquista, a Holanda era considerada apenas uma seleção inocente no mundo do futebol.

A campanha na Copa de 74, na Alemanha, foi histórica: em sete jogos, cinco vitórias, um empate e uma derrota. O único revés, inclusive, foi na final contra os alemães ocidentais. Os donos da casa venceram por 2 a 1, de virada.

Mesmo não levando o caneco, os holandeses, comandados por Rinus Michels, encantaram o mundo com uma maneira dinâmica de jogar futebol. Os atletas não guardavam posições e faziam a bola passar de pé em pé até chegar ao gol adversário. Um verdadeiro "Carrossel Holandês" (foto). Na ocasião, a bela seleção revelava para o mundo o habilidoso meio-campista Johann Cruyff, considerado o maior astro da história do futebol holandês.

Cruyff recusou-se a disputar a Copa de 1978, na Argentina, em protesto contra a ditadura militar que mandava no país sul-americano. Mesmo sem o craque, mas com a boa fase do atacante Rosembrick, a seleção chegou novamente à decisão. No entanto, os holandeses perderam a final novamente para uma seleção anfitriã. Os argentinos venceram por 3 a 1, na prorrogação.

Dez anos depois, a Holanda voltou à cena mundial. O time conquistou a Eurocopa de 1988, contando com grandes jogadores, como Rijkaard, Koeman, Van Basten e Gullit. Com a bela campanha na Euro, muito se esperava do país nas Copas de 90 e de 94. Mas, a Holanda decepcionou.

No Mundial da Itália, os laranjas amarelaram e saíram nas oitavas, para a Alemanha Ocidental, terminando em 16º lugar. Foi a pior colocação do país na história das Copas. Já em 94, nos Estados Unidos, a queda foi inesquecível para os brasileiros. A seleção canarinha derrotou os holandeses por 3 a 2, com uma perfeita cobrança de falta batida por Branco.

Em 1998, os holandeses ficaram no quase. Mais uma vez o Brasil foi o algoz. Os europeus caíram nas semifinais na disputa por pênaltis. A base daquela seleção era o time do Ajax, campeão mundial de clubes em 1995. Van der Sar, Bogarde, os irmãos de Boer, Davids, Overmars e Kluivert disputaram o Mundial da França. O time ainda contava com os talentos de Seedorf e do já veterano Bergkamp.

O inicio do novo milênio foi sinônimo de crise para o futebol holandês. A renovação não aconteceu com rapidez. A geração de Van Nistelrooy não brilhou. Não se classificou para a Copa de 2002 e em 2006 caiu para Portugal já nas oitavas-de-finais. Mas a pressa é inimiga da perfeição. Mal sabiam os holandeses que em 2010 os grãos seriam tão bem selecionados.

A Holanda tem hoje um time talentoso, como em outras épocas, mas com maior preocupação com os resultados. O time já está há 25 jogos invicto. São 22 meses sem saber o que é derrota. Se contarmos apenas Eliminatórias e Copa, a Holanda tem 100% de aproveitamento. E se vencer a final contra a Espanha, a seleção pode se juntar ao Brasil de 70, que também ganhou todos os jogos das Eliminatórias e do Mundial.

A geração de Stekelemburg, Van Bommel, Robben, Kuyt, Sneijder e Van Persie pode entrar para a história neste domingo. Não como o melhor time de todos os tempos da Holanda. Mas como a seleção que, simplesmente e finalmente, deu o primeiro Mundial ao bonito futebol holandês.


Nesta sexta, um resumo dos melhores (e piores) momentos do futebol espanhol. Uma Fúria que tem a fama de amarelar nas decisões.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Alemanha Multicultural

Luciano Dias (@jornlucianodias)


A Alemanha já foi dividida em dois estados (Oriental e Ocidental) após a Segunda Guerra Mundial, em 1949. Mas, o país foi reunificado em 1990, culminando com a queda do Muro de Berlim, que dividia a nação.

Por incrível que pareça, a queda da famosa barreira foi importante para a abertura cultural do país. Hoje, podemos dizer que existe uma Alemanha cada vez mais global. O exemplo claro é visto na seleção que está nas semifinais do Mundial da África do Sul.

Dos 23 jogadores convocados pelo técnico Joachim Löw para a Copa, 11 têm origens fora da Alemanha. Praticamente um time titular. Fato inimaginável há algumas décadas. Trata-se, de fato, de uma seleção multicultural. Veja a lista de atletas:

Jogadores que nasceram em outros países:

- Marko Marin (meio-campo) - Bósnia
- Piotr Trochowski (meio-campo) - Polônia
- Lukas Podolski (atacante) - Polônia
- Miroslav Klose (atacante) - Polônia
- Cacau - (atacante) - Brasil

Jogadores que nasceram na Alemanha, mas com descendência de outros países:

- SerdarTasci (zagueiro) - Turquia
- Mesut Ozil (meio-campo) - Turquia
- Sami Khedira (meio-campo) - Tunísia
- Jérôme Boateng (lateral) - Gana
- Dennis Aogo (lateral) - Nigéria
- Mário Gomez (atacante) - Espanha

O caso do lateral Jérôme Boateng é o mais curioso. Ele é filho de pai ganês e mãe alemã. Jérome optou em defender a Alemanha. Já seu irmão Kevin-Prince escolheu Gana. Ironicamente, ambos os países se enfrentaram na primeira fase desta Copa. Vitória alemã por 1 a 0. Jérome e Kevin-Prince Boateng se transformaram nos primeiros irmãos a se enfrentarem em um Mundial.

De fato, nos últimos anos, a Alemanha tem se notabilizado pela convocação de jogadores de outra nacionalidade, como Gerald Asamoah (atacante nascido em Gana que disputou as Copas de 2002 e 2006), Kevin Kurányi (nascido no Brasil, de pai húngaro-alemão e mãe panamenha) e Paulo Rink (brasileiro revelado pelo Atlético Paranaense que jogou amistosos pela Alemanha entre 1998 e 2000).

A mistura étnica é considerada uma das receitas para o bom desempenho alemão no Mundial da África. Em cinco jogos, a seleção aplicou três goleadas, sendo duas em equipes tradicionais, como Inglaterra e Argentina. Podemos dizer que o caldeirão multicultural misturou força física e habilidade dos estrangeiros com a frieza e determinação tática dos alemães.

Preocupação

A Copa da África do Sul apresenta um recorde. O número de jogadores representando um país onde não nasceu é o maior em todos os Mundiais. Das 32 seleções que disputam o torneio, 26 contam com jogadores naturalizados. Ao todo, são 76 atletas defendendo a camisa de um país onde não nasceram.

Apenas África do Sul, Brasil, Eslováquia, Eslovênia, Espanha, Honduras, Inglaterra e Uruguai não contam com naturalizados no elenco. A comparação com os dois Mundiais anteriores assusta. Em 2002, eram apenas 43 naturalizados. Na Alemanha, em 2006, o número subiu para 64 jogadores, 12 a menos do que na Copa deste ano.

Os países que mais cedem jogadores para outros são França (23) e Brasil (6). O caso mais curioso ocorre na seleção da Argélia, em que 17 dos 23 atletas convocados para o Mundial nasceram na França. A maioria só se tornou argelino depois que a equipe garantiu a vaga na Copa, o que comprova que a naturalização foi motivada apenas pela vontade de disputar a competição.

O número de naturalizados, que cresce em escala exponencial, vem preocupando a FIFA que já está discutindo a questão.

Tratamento individualizado

A FIFA tem que se atentar, e muito, ao crescimento de atletas naturalizados. Mas os casos devem ser tratados de maneira individualizada.

Por exemplo: o volante dos EUA Benny Feilhaber nasceu no Brasil, mas foi para o país norte-americano com seis anos de idade. No meu ponto de vista, não há problema nenhum em sua naturalização.

Ao contrário do atacante de Portugal Liedson. Ele nasceu em terras canarinhas e jogou boa parte de sua carreira por aqui. Atuou em grandes clubes brasileiros, como Coritiba, Corinthians e Flamengo. Liedson se naturalizou português com quase 30 anos de idade. A Federação Portuguesa de Futebol teria aproveitado uma ausência legislativa para naturalizá-lo.

É este tipo de ação que deve ser proíbida pela FIFA.

domingo, 4 de julho de 2010

PERFIL: Calcinha na pista (parte 1)

Pedro Rotterdan (@protterdan)



Batom, glitter, sombra, rímel, brincos e unhas bem feitas. Sim, isso faz parte do mundo da velocidade. Cada vez mais as mulheres estão presentes no automobilsmo, não só dentro dos boxes, como também nos cock pits.

Arrojada, nervosa e briguenta. 1,59 de altura. Se é “nos pequenos frascos que estão os melhores perfumes, também estão os piores venenos”. Por se sentir prejudicada, por três vezes chegou a tirar satisfação com outros pilotos.

Mesmo com o gênio difícil, ela também é amável, admira os pais, é dona de Billy, um cão da raça schnauzer e, como a maior parte das mulheres, gosta de fazer compras nas horas livres. Às vezes um ensaio sensual também lhe cai bem. Sem estilo musical definido já se arriscou a tocar flauta e cantar no coral da escola. Se for música, que seja um cd da Alanis Morissette. Se for filme, que seja uma comédia com Adam Sandler ou Jim Carrey.

Essa é Danica Patrick, piloto de Fórmula Indy desde 2005. Começou a carreira no kart em 1993 e, aos 16 anos, saiu de casa do EUA e foi morar na Inglaterra, onde foi correr pela Fórmula Ford Festival. Lá conseguiu a melhor colocação de um norte-americano na competição, um segundo lugar em 2000.

Para se preparar para as provas, Danica corre diariamente, faz academia e pratica yoga. Mentalmente, ela visualiza as pistas para se concentrar e lembrar todos os traçados, além, é claro, de uma alimentação balanceada com peixe, vegetais, frutas e aveia.

Já no primeiro ano na categoria, um excelente resultado na prova mais tradicional da Indy: um quarto lugar nas 500 milhas de Indianápolis. A primeira e única vitória na Indy aconteceu em abril de 2008, quando se tornou a primeira mulher a vencer uma prova de automobilismo em circuito fechado. O feito foi conquistado no Grande Prêmio do Japão.

Danica na F1 ou na Nascar?

Pelo menos durante os próximos dois anos, nenhuma das duas categorias. É que a piloto renovou o contrato com a Andretti Autosport após uma série de especulações que Danica Patrick iria para a Nascar. Em 2005, ela admitiu que sonha pilotar uma F1 e, em 2008, após sua primeira vitória, chegou a declarar que gostaria de fazer um teste na principal categoria do automobilismo mundial, o que não aconteceu.

Em março deste ano ela declarou ter desistido da F1 pelo clima não ser tão cordial como na Indy. "Na F1, não se vê um piloto receber apoio ou ser gentiu com os rivais. Pilotos como o Takuma Sato, que chegam aqui depois de estarem na F1, ficam espantados com a gentileza das pessoas. E a verdade é que toda a gente é calma, descontraída e simpática", afirmou Danica em uma entrevista ao The Times.