quinta-feira, 29 de abril de 2010

Internazionale da Itália?

Luciano Dias

Barcelona 1 a 0 sobre a Internazionale de Milão. Um belo jogo. Mesmo com o revés, o time da Itália se classificou para a final da Liga dos Campeões. A Inter é uma equipe que mostra a força e a frieza do futebol italiano.

Não é bem assim. Tudo certo que a Inter é uma das principais potências da Itália. Mas os jogadores da Azurra estão em último plano no elenco do time de José Mourinho. O jogo desta quarta-feira (29) é um belo exemplo. Dos 14 atletas que entraram em campo, simplesmente não havia nenhum jogador italiano.

A Internazionale, que também está prestes a conquistar o escudeto em seu país, é um verdadeiro desfile sul-americano. Mais precisamente de brasileiros e argentinos. Contra o Barça, entraram em campo nove jogadores da América do Sul, sendo quatro brazucas, quatro hermanos e um colombiano.

Por incrível que pareça, apenas dois europeus jogaram contra o clube espanhol: o holandês Sneijder e o romeno Chivu. Inclusive, havia mais africano do que europeu. Três no total: o camaronês Samuel Eto´o, o queniano Mariga e o ganês Muntari. Só lembrando que o treinador, José Mourinho, também não é italiano. Trata-se de um "simpático" português.

O elenco da Internazionale mostra que o futebol está cada vez mais importado. Mostra também a importância de jogadores brasileiros e argentinos pelo mundo.

Mas, a parte Giuseppe Meazza de Milão não quer nem saber quem entra em campo. Quer que os títulos sigam para a Internazionale - um time italiano, mesmo não parecendo.

Veja os jogadores da Inter que entraram em campo contra o Barcelona:


- Júlio César - brasileiro
- Maicon - brasileiro
- Lúcio - brasileiro
- Samuel - argentino
- Zanneti - argentino
- Cambiasso - argentino
- Thiago Motta - brasileiro
- Chivu - romeno
- Sneijder - holandês
- Eto´o - camaronës
- Diego Milito - argentino

- Mariga - queniano
- Muntari - ganës
- Ivan Cordoba - colombiano

- José Mourinho (técnico) - português

terça-feira, 6 de abril de 2010

Onde estão os pentacampeões?

Luciano Dias

O que andam fazendo os pentacampeões de 2002?

Se aposentaram? Continuam atuando em grandes clubes? Ainda vestem a camisa da seleção? Foram esquecidos? Todas estas perguntas ajudam a formular a resposta.

Muitos já devem ter esquecido os jogadores que deram ao Brasil o quinto título Mundial. Era a famosa "famíla Scolari". Dos 23 convocados para a Copa disputada na Coreia e no Japão, apenas Kaká não ultrapassou a casa dos 30 anos. Curiosamente, ele é a maior esperança brasileira para a conquista do hexa, na África do Sul.

Seis heróis do penta disputam o Paulistão deste ano. Marcos, pelo Palmeiras; Roberto Carlos e Ronaldo, pelo Corinthians; Rogério Ceni, pelo São Paulo; além de Roque Júnior e Juninho Paulista, pelo Ituano.

Dois já se aposentaram. Ou melhor, apenas Vampeta se despediu dos gramados oficilamente. Cafu ainda tem dúvidas se quer voltar ou não. Sem clube apenas o rodado atacante Luizão.

Mas, quem continua firme na seleção? Bem, firme mesmo apenas Lúcio, Gilberto Silva e Kaká. Kleberson vem sendo lembrado nas últimas convocações. Já Roberto Carlos, Ronaldo e, principalmente, Ronaldinho Gaúcho ainda alimentam as esperanças para disputar o Mundial da África.

Abaixo, um comparativo dos pentacampeões. Como esles estavam em 2002 e como estão hoje. Confira:

1 - Marcos, 36 anos (Palmeiras): O clube é o mesmo de 2002. Mas, é inegável que os cabelos e a agilidade do goleiro caíram nos últimos oito anos;

2 - Cafu, 39 anos (aposentado?): O capitão do penta ainda não se decidiu sobre a aposentadoria. Este ano, ele quase foi contratado pelo Grêmio Prudente e pelo Santo André. Mas Cafu preferiu esperar um pouco mais. Lembrando que o último jogo oficial do lateral foi pelo Milan, em maio de 2008. Será que Cafu ainda aguenta mais alguns anos?

3 - Lúcio, 31 anos (Inter de Milão): Em 2002, quando atuava pelo Bayer Leverkusen (ALE), era um dos jogadores mais criticados do elenco da seleção. Hoje, Lúcio é fundamental e se transformou em um dos melhores zagueiros do mundo;

4 - Roque Júnior, 33 anos (Ituano): A única semelhança do jogador de 2002 para o cenário atual são as cores da camisa do time: rubronegra. De campeão do mundo pelo Milan, hoje Roque Júnior é uma das decepções do Ituano;

5 - Edmilson, 33 anos (Zaragoza-ESP): Preterido pelo Palmeiras nesta temporada, Edmilson tenta recuperar o futebol dos tempos de Barcelona. Muito difícil, pois a agilidade do jogador está longe de ser a mesma. Em 2002, o zagueiro, que também faz as vezes de volante, atuava pelo Lyon (FRA);

6 - Roberto Carlos, 37 anos (Corinthians): Se o futebol não é o mesmo, o marketing do jogador continua igual ao dos tempos de Real Madrid. Após a sua saída de seleção, a lateral-esquerda do Brasil ficou sem dono. Roberto Carlos ainda sonha em beliscar uma vaguinha para a Copa da África. Sonho que não é impossível;

7 - Ricardinho, 33 anos (Atlético-MG): Em 2002, Ricardinho, um dos destaques do Corinthians, foi chamado de última hora para a Copa, após o corte do volante Emerson. Se na época a vaga caiu no colo do armador, hoje o que caiu, e muito, foi o seu futebol. Em resumo, Ricardinho é um pensador cada vez mais lento;

8 - Gilberto Silva, 33 anos (Panathinaikos-GRE): Uma das surpresas em 2002, Gilberto Silva é titular absoluto da seleção atual, mesmo criticado pela imprensa e por torcedores. Se há oito anos o jogador era considerado versátil, hoje tenta se desvencilhar do rótulo de volante pragmático;

9 - Ronaldo, 33 anos (Corinthians): Artilheiro da Copa do Mundo de 2002. Uma carreira invejável. Os gols e a agilidade caíram. Mas Ronaldo continua sendo um jogador diferenciado... Dentro de campo, na mídia e no marketing. Os números ($$) dele no Corinthians, atual clube, mostram isso. Ronaldo ainda sonha com uma vaga para a Copa da África. De fato, vai ficar só no sonho;

10 - Rivaldo, 38 anos (Bunyodkor-UZB): Um dos melhores jogadores do mundo em 2002, Rivaldo não conseguiu encontrar o bom futebol após aquela Copa. Atualmente, o jogador até brilha. Mas brilha no apagado futebol do Uzbequistão;

11 - Ronaldinho Gaúcho, 30 anos (Milan-ITA): Foi um dos destaques da Copa de 2002. Hoje, é preterido por Dunga. Após a Copa da Coréia/ Japáo, a carreira de Ronaldinho decolou. Foi rei no Barcelona e melhor do mundo em 2004 e 2005. O fracasso na Copa de 2006 culminou com a queda de rendimento do craque. Atualmente, no Milan, o jogador está recuperando, aos poucos, o futebol. O que para este blogueiro é o suficiente para garantir um lugarzinho na seleção na disputa da Copa da África;

12 - Dida, 36 anos (Milan-ITA): Perdeu a posição para Marcos meses antes da Copa de 2002. Teve a sua chance no Mundial seguinte, em 2006. Decepcionou. Aliás, vem decepcionando também a torcida do Milan nos últimos anos. São os prenúncios do fim da carreira;

13 - Belleti, 33 anos (Chelsea-ING): Em 2002, era um dos destaques da equipe do São Paulo. Pode-se dizer que Belleti é um jogador competente, mas a sorte é a sua principal qualidade. Por exemplo, foi o herói do título da Liga dos Campeões conquistado pelo Barcelona, em 2006. Mesmo reserva, sobrevive no Chelsea, simplesmente um dos times mais ricos do mundo;

14 - Anderson Polga, 31 anos (Sporting Lisboa-POR): Uma das surpresas da Copa de 2002, quando vivia grande fase com a camisa do Grêmio. Depois do mundial, foi para o Sporting Lisboa, onde teve grandes atuações. Mas, hoje a fase não é das melhores e é constantemente vaiado por sua torcida;

15 - Kleberson, 30 anos (Flamengo): Campeão brasileiro pelo Atlético Paranaense, Kleberson foi a melhor surpresa da Copa de 2002. Foi um dos últimos convocados, mas terminou o mundial como titular absoluto. Depois de passagens frustradas pela Europa, o volante reencontrou o bom futebol no Flamengo, em 2009. Como prêmio, vem sendo nome constante nas últimas convocações de Dunga. A chance de disputar uma segunda Copa é muito grande;

16 - Júnior, 36 anos (Atlético-MG): Outro pupilo de Felipão. Na época da Copa de 2002, não estava na melhor fase no Parma, da Itália. Mas, as belas atuações no Palmeiras, no final da década de 90, foram suficientes para credenciar o jogador para o Mundial daquele ano. Hoje, no Galo, atua mais na armação de jogadas. Obviamente, não aguenta mais voltar para marcar;

17 - Denilson, 32 anos (Kavala-GRE): Com uma habilidade invejável, era o 12º jogador da Copa de 2002. De lá pra cá, seu futebol caiu assustadoramente. No ano passado, atuou no modesto Itumbiara, de Goiás. Atualmente, ainda ganha dinheiro na Grécia. Mas futebol que é bom... nada;

18 - Vampeta, 36 anos (aposentado): Irreverente e em grande fase, Vampeta foi muito importante na disputa das Eliminatórias para o Mundial de 2002. Depois do penta, apareceu, principalmente, em declarações polêmicas e na cambalhota na rampa do Palácio do Planalto. Encerrou a carreira em 2008, vestindo a camisa do Juventus, de São Paulo. Este ano, Vampeta iniciou a sua trajetória como treinador no modesto Nacional, clube da capital paulista;

19 - Juninho Paulista, 37 anos (Ituano): Rápido e habilidoso, Juninho tinha tudo para ser uma peça fundamental no esquema de Felipão na Copa de 2002. Mas não se adequou e perdeu a posição para Kléberson. Após o penta, Juninho rodou pelo mundo e atuou, inclusive, no futebol australiano. Atualmente, é presidente e meio-campo do Ituano. É outro que já está preparando as malas para se despedir da vida de jogador e se mergulhar na vida de cartola;

20 - Edilson, 39 anos (Bahia): Fundamental nas Eliminatórias, o "capetinha" entrou em quase todas as partidas no Mundial de 2002. Depois de ter anunciado aposentadoria em 2008, Edilson não resistiu e voltou aos gramados este ano. Ele veste a camisa do Bahia com o aval do técnico Renato Gaúcho. Sem querer afastar o "capetinha", o fim está muito próximo;

21 - Luizão, 34 anos (sem clube): O estoque de gols parece ter acabado. Deve ter distribuído nos mais de 15 clubes que passou. Em 2002, Luizão só não foi titular porque Ronaldo se recuperou. Com todo respeito, ainda bem. Mesmo não parando em nenhum clube, trata-se de um atacante com vários títulos no currículo. O que parece não ser suficiente para Luizão conseguir um bom contrato nos dias atuais;

22 - Rogério Ceni, 37 anos (São Paulo): Mesmo sem a mesma elasticidade de 2002, Ceni ainda é considerado um grande goleiro. É de fato o comandante Tricolor em campo. Não será surpresa se, em breve, Ceni se transformar em cartola são-paulino;

23 - Kaká, 27 anos (Real Madrid-ESP): O único que não chegou à casa dos 30 anos. Kaká foi para o Mundial de 2002 para apenas respirar o clima de Copa do Mundo. Sábia percepção de Felipão. Kaká é hoje fundamental na seleção. Mesmo sem viver grande fase no Real Madrid, a torcida e a imprensa brasileira depositam no craque a esperança de se buscar o hexa para terras canarinhas. Será que a Copa da África é a Copa de Kaká?

- Luis Felipe Scolari, 61 anos (Bunyodkor-UZB):
Super valorizado após a Copa de 2002, Felipão recebeu propostas de grandes clubes e de várias seleções. Preferiu Portugal. Utilzando a mesma fórmula dos tempos de seleção brasileira - a união -, fez um belo trabalho por lá. Em 2008 e 2009, teve uma passagem, sem muito sucesso, pelo Chelsea. Hoje é comandante do Bunyodkor, do Uzbequistão. Muito pouco para um treinador pentacampeão do mundo.