quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

POR ONDE ANDA? Jorginho Paulista

Luciano Dias (@jornlucianodias)

O que dizer de um jogador que já atuou por Palmeiras, Vasco da Gama, PSV Eindhoven, Boca Júniors, São Paulo e Cruzeiro? Currículo invejável né?! Parece que estamos falando de um craque. Mas, não estamos. O POR ONDE ANDA? encontrou o Jorge Henrique Amaral de Castro Nascimento ou, simplesmente, Jorginho Paulista. Depois de atuar em grandes clubes, o lateral tenta mostrar que ainda tem futebol no Campeonato Candango.

Um começo promissor

Jorginho Paulista começou a carreira no Palmeiras. Mas, antes mesmo de conseguir uma chance no profissional do Verdão, o lateral já havia chamado atenção de vários clubes da Europa. O motivo? Ele foi um dos destaques da Seleção Brasileira sub-17, campeão do Mundo pela primeira vez, em 1997. Para registro, naquele time estavam nomes como Ronaldinho Gaúcho e o goleiro cruzeirense Fábio.

Rapidamente, o PSV Eindhoven (HOL), mesmo clube que buscou Ronaldo Fenômeno também com 17 anos, foi atrás do lateral promissor. Mas Jorginho não teve uma boa adaptação na Holanda. Voltou ao Palmeiras em 1999, mas não apareceu. Afinal, na sua posição estava Júnior, atleta que tinha como duas das principais características raramente se machucar e, também, receber poucos cartões.

No mesmo ano, Jorginho foi para a Itália vestir a camisa da Udinese. Sem sucesso. Em 2000, foi emprestado ao promissor time do Atlético Paranaense, que apresentava bons valores, como Lucas, Kelly, Kleber Pereira e Adriano Gabiru. Mesmo assim, Jorginho Paulista não conseguiu deslanchar no Furacão.

A grande fase

Vasco da Gama. Foi neste clube que Jorginho Paulista deu mostras de que seu bom início no futebol não aconteceu por acaso. No time cruzmaltino, Jorginho Paulista foi campeão Brasileiro (Copa João Havelange), em 2000.

Naquela equipe, o lateral teve bom desempenho ao lado de nomes como Romário, Euller e os Juninhos Paulista e Pernambucano.

O cigano

A boa fase de Jorginho Paulista o levou para o Boca Júniors (foto), em 2001. O time argentino era considerado o melhor das Américas naquele momento. Mas Jorginho não teve grande desempenho na equipe de Riquelme, que vivia excelente momento. O preconceito (desculpa?) seria um dos fatores para a sua saída.

Em 2002, Jorginho Paulista voltou ao Brasil para atuar no Cruzeiro. Outra passagem frustrada. O lateral não aguentou a pressão da torcida celeste, que cobrava um jogador a altura do ídolo Sorín, que foi negociado após a Copa Sul Minas.

No mesmo ano, Jorginho foi para o São Paulo. Viveu altos e baixos no Tricolor Paulista. Ele revezava na lateral esquerda com Gustavo Nery. No fim das contas, prevaleceu o melhor momento de Nery.

Em 2004, Jorginho teve bons momentos no Botafogo, durante a disputa da Série B. Talvez, tenha sido este o último ano que o jogador conseguiu mostrar um bom futebol. Repito: na Série B.

No ano seguinte foi para o Vasco. Mas não foi bem como na passagem anterior. Em 2006 e 2007, tentou a sorte no exterior. Primeiro, no Tianjin Teda, da China. Depois, no Pumas, do México.

Ainda em 2007, o lateral jogou pelo Paulista e pelo Real Salt Lake, dos Estados Unidos. Em 2008 e em 2009, atuou pelo Bragantino e pelo Campinense.

No primeiro semestre do ano passado, o lateral apenas treinou no La Coruña, da Espanha. Havia a possibilidade de contratação após a grave fratura sofrida pelo também brasileiro Filipe Luis. Jorginho chegou até a participar da pré-temporada no clube galego, após a Copa do Mundo, mas não fechou contrato e, a partir de agosto, ficou completamente parado.

"Amanhã às duas horas na Ceilândia, em frente ao lote 14, é pra lá que eu vou"

Com 31 anos, Jorginho Paulista foi contratado pelo Ceilândia, atual campeão Candango. No time do Distrito Federal, o lateral está jogando como meio-campo.

Mas, o Ceilândia não anda tão bem. No estadual, a equipe ocupa apenas posição intermediária. O pior aconteceu logo na estreia da Copa do Brasil. O time foi goleado, em casa, por 5 a 0, pelo Caxias-RS e já foi eliminado da competição. Veja a foto e a frustração do jogador.

Será que o cigano Jorginho Paulista vai ficar por muito tempo em terras candangas?

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

O adeus de um FENÔMENO

Luciano Dias (@jornlucianodias)

O dia 14 de fevereiro entra para a história do futebol. Ronaldo, um dos melhores jogadores de todos os tempos, se despede oficialmente dos gramados, com 34 anos. O atacante não resistiu a batalha contra os desgastes físicos, os problemas com a balança e, até mesmo, o hipotireoidismo, revelado hoje em sua coletiva de despedida.


É o fim... Acabou a carreira do maior jogador que este que vos escreve viu jogar.

FENÔMENO, apelido que caiu como uma luva. FENÔMENO de gols, FENÔMENO de marketing, FENÔMENO de mídia.

Ronaldo também é FENÔMENO quando o assunto é superação. Basta observar as voltas por cima depois de várias contusões no joelho durante a carreira. Ao todo, ele enfrentou oito cirurgias.

Mais motivos para Ronaldo ser FENÔMENO? Foi eleito o melhor jogador do mundo por três vezes: 1996, 1997 e 2002. Somente o camisa 9 e o francês Zinedine Zidane (1998, 2000 e 2003) conseguiram faturar o título em três temporadas.

Ronaldo tem duas Copas do Mundo no currículo – em 1994 e em 2002. No penta, inclusive, calou os críticos e foi o artilheiro da competição com oito gols.

Por falar em Copa, Ronaldo é simplesmente o maior artilheiro da história do Mundial. São 15 gols em quatro edições, sendo que em 1994 nem pisou em campo.

Ronaldo é FENÔMENO de mídia. Tudo que ele faz, vira notícia. E é bom destacar que os fatos negativos extra-campo não mancham a bela trajetória dentro das quatro linhas.

Ronaldo é o cara dos arranques incríveis. Ele parecia passar por dentro dos adversários. É um atacante de dribles desconcertantes e de belas finalizações.

Mas, já estava na hora de parar. A carreira de um FENÔMENO não pode ser manchada com atuações pífias, como as deste ano. É válido ressaltar que os títulos conquistados, os prêmios individuais, os belos gols, as impressionantes arrancadas não podem e não serão apagados pelos amantes do futebol.

Valeu FENÔMENO!

"Foi uma carreira linda, vitoriosa, emocionante... Tive muitas derrotas, infinitas vitórias, fiz amigos e não lembro de ter feito um inimigo. Tenho muitos agradecimentos a fazer. A todos os clubes em que passei: São Cristóvão, Cruzeiro, PSV, Barcelona, Inter de Milão, Real Madrid, Milan... O Corinthians eu agradecerei logo mais. Quero agradecer a todos os jogadores que atuaram comigo e aqueles que jogaram contra, aos que foram leais e aos que foram desleais também. Agradecer aos treinadores com os quais tive boa relação e aos que eu tive divergências. E também agradecer aos patrocinadores que sempre acreditaram em mim."

RONALDO, 14 de fevereiro de 2011

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Drama nas laterais do Galo

Luciano Dias (@jornlucianodias)

O Atlético-MG não consegue encontrar laterais que caiam nas graças da torcida e dos treinadores. Seja na esquerda ou na direita, nos últimos 10 anos, mais de 50 nomes foram testados. A maioria sem sucesso.

Com a camisa 2, o último jogador que teve destaque foi Cicinho, em 2003. Lá se vão mais de sete anos. Mancini, em 2002, também foi muito bem na lateral. E depois de fazer um "tour" no futebol italiano, o jogador voltou ao Galo, oito anos depois, para atuar como meia-atacante. Após a saída de Cicinho, vários laterais tentaram a sorte na direita. Para ser mais preciso, 25 nomes.

Coelho até começou bem na primeira passagem, em 2007. Só começou bem... Retornou em 2009 mas não teve uma boa sequência. Foi vaiado pela torcida e... Foi descartado por Dorival Júnior para esta temporada.

Veja alguns nomes que não caíram nas graças dos atleticanos na direita: Rodrigo Dias (2004 a 2006), Tesser (2004), George Lucas (2005), Evanilson (2006), Luisinho Netto (2007), Sheslon (2008), Cesar Prates (2008), Elder Granja (2009)... Alguns jogadores, como os volantes Carlos Alberto e Zé Antônio, chegaram a ser improvisados.

No atual elenco, Dorival conta com Rafael Cruz e Patric no setor. Nenhum garantiu a posição. Inclusive, o atacante Neto Berola chegou a ser improvisado na lateral direita durante os treinamentos. Na estreia do Campeonato Mineiro, o volante Serginho também foi testado.

Se você pensa que o problema é só com os camisas 2 do galo, está enganado. O Atlético também tem dificuldades para achar um lateral esquerdo que agrade a torcida. O último foi o hoje meia Felipe, que está no Vasco da Gama. Lá se vão quase 10 anos. A passagem de Felipe pelo Galo aconteceu em 2001, quando o alvinegro chegou às semifinais do Campeonato Brasileiro, sendo eliminado pelo São Caetano.

De lá para cá, observou-se vários laterais tentando se firmar. Michel (2002 a 2004), Rubens Cardoso (2004/05), Thiago Feltri (2006 a 2010), Agustin Viana (2008), Calisto (2008), Fernandinho (2010), Leandro (2010)... Nem mesmo o penta campeão Júnior, que ficou entre 2009 e 2010, agradou muito.

André Santos, constantemente lembrado por Mano Menezes nas convocações e que hoje brilha no futebol turco, também atuou pelo Galo. Foi em 2006, na disputa da Série B, mas na época ficou na reserva de Thiago Feltri.

Atualmente, apenas Leandro é lateral esquerdo no elenco atleticano. O jogador, que brilhou no Cruzeiro em 2003, ainda não conseguiu mostrar o mesmo futebol no Atlético. O técnico Dorival Júnior tranquiliza a carência: “Foi a única posição que não contratamos ainda. Temos apenas o Leandro neste momento. Mas o Richarlyson tem esta característica e pode ser improvisado no setor”.

Paulo Roberto Prestes foi um dos maiores laterais esquerdos da história do Galo. Ele brilhou no alvinegro entre 1985 e 1996. Para o ex-jogador, o problema não é só no Atlético. "Atualmente, é difícil encontrar bons laterais no mercado. A solução seria fazer um trabalho concentrado nas categorias de base", destaca.

Veja a lista de laterais que passaram pelo Galo nos últimos anos:


Veja a matéria do Esporte Record sobre a situação das laterais atleticana: