segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Inspiração santista

Luciano Dias

Os clubes brasileiros devem seguir o planejamento do Santos. Calma! Não estou falando da equipe de futebol masculina do time da baixada paulista, que ocupa a modesta 13ª colocação no Campeonato Brasileiro. Destaco o time feminino do Peixe. Neste domingo, as “Sereias da Vila” golearam o Universidad Autônoma (PAR) por 9 a 0, na Vila Belmiro lotada, e conquistaram a primeira Copa Libertadores de futebol feminino.

Se a diretoria do Peixe errou no planejamento no futebol masculino, o mesmo não pode se dizer na programação feminina. Jogadores como Marta, a melhor do mundo, e Cristiane foram contratadas. O resultado foi muito positivo. O Santos conseguiu renda, bilheteria, marketing, mídia e título. Marta e Cristiane não foram gastos, mas sim, grandes investimentos.

Além disso, o sucesso das “sereias da vila” renova as esperanças de que os clubes possam investir no futebol das mulheres. As garotas têm talento. Sem apoio, o futebol feminino do Brasil já foi campeão Pan-Americano, em 2003 e 2007, medalha de prata nas duas últimas Olimpíadas e vice na Copa do Mundo de 2007. Imaginem se as mulheres tivessem apoio?

O sucesso da equipe santista foi uma boa cartada. O mesmo deve ser feito pelos outros clubes do futebol brasileiro. O resultado, pode ter certeza, vem em curto prazo. Assim como o Santos de Pelé, na década de 60, que abriu as portas de um clube brasileiro para o mundo, o Santos de Marta segue o mesmo pioneirismo.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Selecionados tipo exportação

Luciano Dias


Muitos garotos sonham em ser um jogador de futebol, atuar na seleção brasileira e disputar uma Copa do Mundo. Alguns se tornam grandes atletas, mas não conseguem jogar com a camisa amarelinha. A concorrência por aqui é muito grande. Resultado: muitos estão optando em defender as cores de outros países.

O último a fazer este caminho foi o atacante Liedson, ex Coritiba, Flamengo e Corinthians. O jogador foi convocado pela seleção portuguesa e agora segue os passos de outros dois brasucas: Deco e Pepe.

A convocação do atleta reacende a discussão. É correto um jogador defender um outro país? Nesta quinta-feira, o atacante dinamarquês Jon Dahl Tomasson, ex-Milan e hoje no Feyenoord, ironizou a naturalização do atacante Liedson. “Eles estão necessitados de um verdadeiro atacante e então foram ao Brasil comprar um” disparou.

Em novembro de 2007, o presidente da FIFA Joseph Blatter, declarou sua preocupação com a invasão de jogadres brasileiros em seleções de outros países. “Se não tomarmos cuidado com a invasão do Brasil sobre Europa, Ásia e África, na Copa do Mundo de 2014 ou de 2018, teremos 16 dos 32 times repletos de jogadores brasileiros. Este perigo é real”, disse Blatter.

Para se naturalizar por outros países, a FIFA exige que uma pessoa fique dois anos em seu território para ganhar a cidadania. Foi o caso do atacante do Arsenal (ING) Eduardo da Silva, que defende a Croácia. Além disso, o atleta não pode ter atuado em jogos oficiais pelo seu país. Por sorte, há dois anos não perdemos o lateral-direito Daniel Alves. O jogador foi proibído de defender a Espanha pois já havia atuado pela seleção de base do Brasil.

Esta regra não vale para o atacante Araújo. Ele chegou a jogar pela seleção brasileira apenas em amistosos, assim pode defender as cores do Catar. Outro caso atípico é a do centroavante Marcelo Moreno, que atuou na seleção sub-20 do Brasil. No entanto, o jogador pode jogar pela Bolívia porque tem dupla nacionalidade. Moreno é filho de pai brasileiro e mãe boliviana.

Atualmente, 14 brasileiros defendem as cores de outros países. Lideram o ranking Alemanha e Portugal, com três atletas cada. Outros cinco jogadores atuaram por outras seleções, mas já se aposentaram.

Confira a lista completa:

André Neles - Guiné Equatorial
• Araújo - Catar
• Cacau - Alemanha
• Deco - Portugal
• Eduardo da Silva - Croácia
• Kevin Kurányi - Alemanha
• Liedson - Portugal
• Marcos Senna - Espanha
• Marco Aurélio (Mehmet Aurélio) - Turquia
• Pepe - Portugal
• Roger Guerreiro - Polônia
• Santos - Tunísia
• Tulio Tanaka - Japão
• Zinha - México

Aposentados:
• Alex Santos - Japão
• Guimarães - Costa Rica
• Oliveira - Bélgica
• Paulo Rink - Alemanha
• Anfilogino Guarisi - Itália

Algum jogador desta lista poderia ter oportunidades na seleção brasileira?

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Onde estão os apelidos?

Luciano Dias

Tão presente nos campos brasileiros quanto os dribles e os gols, o apelido sempre fez parte do conjunto de símbolos distintivos do nosso futebol. Como exemplos claros, grandes jogadores da história nacional: Pelé, Garrincha, Didi, Tostão, Zico, Dunga, Bebeto...

Os apelidos ainda continuam presentes entre os atletas brasileiros. Mas, nos últimos anos, observa-se a profusão dos nomes compostos e a adoção dos sobrenomes. Veja este time selecionado na Primeira Divisão do Campeonato Brasileiro:

Fernando Henrique, Leonardo Moura, André Dias, Leonardo Silva e Júlio César; Márcio Araújo, Rodrigo Souto, Cleiton Xavier e Leandro Domingues; Victor Simões e Diego Tardelli

Tem também esta escalação:

Eduardo Marttini, Márcio Gabriel, Welton Felipe, Ronaldo Angelin e Thiago Feltri; Rafael Miranda, Douglas Costa, Lúcio Flávio e Diego Souza; Jorge Henrique e Kleber Pereira

Onde estão os apelidos? Ainda existem muitos. Mas, estão em decadência. Basta comparar o elenco tetracampeão da Copa de 94 com a nossa seleção atual.

Em 94, Branco, Cafu, Dunga, Mazinho, Zinho, Bebeto, Viola, Zetti, Muller faziam parte da equipe. Na convocação da seleção que enfrenta a Estônia , apenas o melhor deles tem apelido: Kaká. Tem Robson que se transforma em Robinho e Luis que vira Luisão. Estes entram em classes “tímidas” de apelidos (se é que podemos considerar apelidos): a dos aumentativos e dos diminutivos. Os demais convocados são nomes comuns, nomes compostos e sobrenomes.

Em 1930, na primeira Copa do Mundo, no Uruguai, o Brasil apenas engatinhava nos gramados, e já contava em sua linha com legítimos representantes da tradição de desprezar nomes de batismo. Brilhante, Nariz, Russinho e Preguinho estavam lá.

Mas, hoje a história é bem diferente. Na Série A do Brasileirão deste ano, poucos jogadores possuem apelidos. Destaques para os isolados Toró, Obina, Triguinho,Tcheco, Tchô, Aranha, Indio, Neneca, Magrão, Dentinho, Boquita e Muriqui.

Tem alguns que adicionam os apelidos aos nomes, tais como Gérson Magrão, Wellington Saci, Bruno Batata, Leo Gago, Leandro Guerreiro e Carlinhos Bala. Outros acrescentam o estado onde nasceu ou se destacou ao nome. Marquinhos Paraná, Marcelinho Paraíba, Carlinhos Paraíba, Marcelinho Carioca, Wellington Paulista, Alex Mineiro, Júnior Carioca, Sandro Goiano, Fabinho Capixaba, Val Baiano, Serginho Mineiro, Fábio Bahia.

No mais, o que se encontra em maior quantidade são apelidos sem muita criatividade. Voltemos às classes dos aumentativos e dos diminutivos. Marcinho, Marcão, Luisinho, Chicão, Juninho, Fabinho, Fabão, Marquinhos, Diguinho, Renatinho, Andrezinho e Vandinho. Tem alguns jogadores que preferem apenas abreviar os nomes. Fred, Leo, Fhael, Chico e Roni

Mas, vira e mexe, a gente se depara novamente com a overdose de nomes compostos. Então, vão mais alguns. Que tal estas escalações?

Fábio Costa, Wagner Diniz, Luis Alberto, Thiago Heleno e Márcio Azevedo; Eduardo Costa, Carlos Alberto, Jorge Vagner e Antônio Flávio; Éder Luis e Rafael Moura

Ou

Rogério Ceni, Marcos Rocha, André Turatto, Antônio Carlos e Júnior Cesar; Roberto Brum, Wellington Monteiro, Pedro Ken e Luciano Henrique; Thiago Ribeiro e André Lima

Imperadores, Fenômenos e Gladiadores ficam, principalmente, por conta da torcida. Apelido mesmo, só na bandidagem: Elias Maluco, Fernandinho Beira-Mar, Marcinho VP, Uê, Ratinho, Gordo, Buda, Lesado e Escadinha.

terça-feira, 28 de julho de 2009

Invasão estrangeira

Luciano Dias


Viáfara; Adrian Gonzalez, Sorondo, Escudero e Armero; Valência, Guiñazu, Conca e D´Alessandro; Guerrón e Maxi Lopez.

O time formado acima poderia muito bem estar concorrendo pelo título brasileiro deste ano caso jogassem juntos. A presença de estrangeiros no futebol nacional é marcante nas últimas décadas. Somente na Série A do Brasileirão existem 32 jogadores de outros países. Isso, excluindo o argentino Sorín, que anunciou a aposentadoria do futebol nesta terça-feira.

É fato. Os clubes brasileiros sofrem com o êxodo de seus melhores jogadores para a Europa e suprem suas carências buscando alternativas, principalmente, no MERCOSUL. As equipes nacionais fazem valer a valorização do Real perante outras moedas sul-americanas para então compor propostas “generosas” aos jogadores de fora, que começam a se multiplicar por aqui.

Apenas Avaí, Goiás, Barueri e Santos, que negociou o colombiano Molina na semana passada, não possuem estrangeiros nos elencos. Ao contrário dos times fronteiriços, como os grandes do Rio Grande do Sul, que sempre tiveram por habito contar com sul-americanos em seus planteis.

Internacional e Grêmio são os clubes com o maior número de estrangeiros. São quatro jogadores de cada lado. No Colorado, tem Sorondo, Guiñazu, D´Alessandro e Bolaños. Já o Tricolor dos Pampas aposta em Orteman, Maxi Lopez, Perea e Herrera.

Lembrando que no Brasil as equipes podem escalar apenas três atletas de outros países por partida. Ou seja, os técnicos da dupla Gre-Nal excluem um jogador de cada equipe por jogo. No Inter, quem sobra com mais freqüência é o equatoriano Bolaños. No Grêmio é o uruguaio Orteman quem fica de fora na maioria das partidas.

A Argentina é o país que mais fornece jogadores para o Brasil atualmente. São 10 na Primeira Divisão. Existem ainda cinco colombianos, quatro uruguaios, três chilenos, três paraguaios, dois equatorianos e dois bolivianos.

Mas, não pensem que existem estrangeiros apenas da América do Sul. Destaque, por exemplo, para o sérvio Petkovic, há mais de dez anos no futebol brasileiro. Tem também nigeriano – Nwodo, do Náutico - e árabe dos Emirados – Kamali, do Atlético Paranaense. Os dois últimos tiveram poucas oportunidades no futebol brasileiro.


Confira a lista dos jogadores estrangeiros na Série A do Brasileirão:

Fontes: sites dos clubes

Atlético Mineiro - Renteria (COL)

Atlético Paranaense - Valência (COL), Kamali (EMI), Rodrigo Diaz (ARG) e Júlio dos Santos (PAR)

Botafogo - Castillo (URU)

Corinthians - Escudero (ARG)

Coritiba - German (PAR), Ariel (ARG)

Cruzeiro - Guerrón (EQU)

Flamengo - Petkovic (SER), Fierro (CHI) e Maxi Biancucchi (ARG)

Fluminense - Conca (ARG)

Grêmio - Orteman (URU), Maxi Lopez (ARG), Perea (COL) e Herrera (ARG)

Inter - Sorondo (URU), D´Alessandro (ARG), Guiñazu (ARG) e Bolaños (EQU)

Náutico - Nwodo (NIG), Acosta (URU)

Palmeiras - Armero (COL), Figueroa (CHI) e Ortigoza (PAR)

Santo André - Pablo Escobar (BOL)

São Paulo - Saavedra (CHI), Adrian Gonzalez (ARG)

Sport - Arce (BOL)

Vitória - Viáfara (COL)

OBS.: Mais estrangeiros ainda podem chegar (ou sair) ao futebol brasileiro, já que a janela de transferências fecha no último dia de agosto

terça-feira, 7 de julho de 2009

Raros reencontros

Coluna Luciano Dias - Memória e calculadora esportiva

Cruzeiro e Estudiantes (ARG) começam a decidir nesta quarta-feira mais uma final de Copa Libertadores. As duas equipes, que saíram da mesma chave (o grupo 5), fizeram grandes partidas nas fases de mata-mata.

O Cruzeiro eliminou Universidad do Chile, São Paulo e Grêmio. Já o Estudiantes deixou para trás Libertad (PAR) e os uruguaios do Defensor e do Nacional.

O grupo dos finalistas não era considerado forte. Além de Cruzeiro e Estudiantes, contava com Deportivo Quito (EQU) e Universidade Sucre (BOL). Ao contrário do grupo 1, considerado "da morte", que tinha Sport, Palmeiras, LDU (EQU) e Colo-Colo (CHI). Mas, a equipe que foi mais longe deste grupo – o Palmeiras – chegou apenas às quartas-de-finais.

Cutucadas de lado, não é muito comum equipes que saíram do mesmo grupo chegarem à final da Libertadores. Em 50 edições do torneio, o fato aconteceu apenas em três oportunidades: 1997, 2008 e 2009.

Podemos reparar que a final de equipes de mesmos grupos acontece pelo segundo ano consecutivo. Tendência ou apenas coincidência? Eu prefiro acreditar na coincidência de duas equipes competentes se encontrarem no mesmo grupo na primeira fase.

Ano passado, Fluminense e LDU se reencontraram na grande final. Na primeira fase, eles estavam juntos no grupo 8 da competição.


Na grande final, o favoritismo era todo do time brasileiro, que fez melhor campanha na primeira fase. Mas, quem riu por último foram os equatorianos, que conquistaram a América pela primeira vez.

Finais:
LDU 4 x 2 Fluminense – Equador
Fluminense 3 x 1 Cruzeiro – Brasil (pênaltis: 3 a 1 LDU)


Pela segunda vez, o Cruzeiro reencontra um time do mesmo grupo na final. Em 1997, a Raposa havia enfrentado o Sporting Cristal (PER) na primeira fase, no grupo 4.


Na final, a equipe brasileira venceu com um gol salvador de Elivelton, no Mineirão.

Finais:
Sporting Cristal 0 x 0 Cruzeiro – Peru
Cruzeiro 1 x 0 Sporting Cristal - Brasil

Neste ano, mais um time brasileiro envolvido na coincidência. Novamente o Cruzeiro. . Desta vez, a Raposa faz a final contra os argentinos do Estudiantes. Veja como ficou a classificação da primeira fase:



Final: o ataque celeste x a defesa platina

O Cruzeiro marcou 12 gols no mata-mata e teve o melhor poderio ofensivo entre os clubes que disputaram esta parte da Libertadores. A defesa, porém, sofreu 5 gols nestas fases, bem mais do que o único gol que o Estudiantes sofreu no mata-mata.

É inegável que os adversários que o Cruzeiro deixou para trás na competição são de maior qualidade que as equipes eliminadas pelos argentinos que perderam boa parte de sua força com a lesão do lateral Angeleri, também da seleção argentina.

O Cruzeiro, por sua vez, contará com um jogador que foi desfalque em duas partidas no mata-mata e grande arma ofensiva do clube: Ramires. Junto com Kléber, Wágner e Wellington Paulista (fundamental para a classificação contra o Grêmio marcando três gols), o meiocampista forma o quarteto que deve incomodar a zaga argentina.

O Estudiantes também conta com bons valores individuais embora dependa bastante de Verón, que se recupera de contusão. Mauro Boselli, o artilheiro da equipe com seis gols na Libetadores, é a outra grande ameaça ofensiva dos argentinos.

Pela campanha e pelo elenco o Cruzeiro é o favorito. Embora seja difícil apontar favorito em final representada por brasileiros e argentinos.

sexta-feira, 3 de julho de 2009

É vantagem decidir em casa?

Coluna Luciano Dias - Memória e calculadora esportiva

É importante fazer melhor campanha na primeira fase para ter a vantagem de decidir em casa na fase de mata-mata. VANTAGEM? Não é muito bem o que está acontecendo no futebol mundial. Como exemplos mais próximos, as semifinais da Libertadores e as finais da Copa do Brasil.

Na competição continental, Cruzeiro e Estudiantes (ARG), que fizeram as segundas partidas fora de casa, levaram a melhor. O mesmo pode se dizer para o Corinthians na Copa do Brasil contra o Internacional.

Vamos aos números, analisando a partir das quartas-de-finais, quando os favoritos começam a se encontrar:

Libertadores – Dos seis duelos, os times que fizeram o primeiro jogo em casa levou a melhor em quatro oportunidades, contra duas dos clubes que decidiram dentro dos seus domínios. Destaques para Cruzeiro e Estudiantes, que jogaram as segundas partidas fora nas quartas e nas semi.

Copa do Brasil – Equilíbrio, mesmo assim, melhor para quem decidiu fora. Dos sete confrontos, em quatro oportunidades levou vantagem quem jogou a segunda partida fora dos domínios. Destaque para o Corinthians, que decidiu fora nas quartas, nas semi e nas finais.

Vamos observar se o mesmo acontece na Europa, na Liga dos Campeões. Em consideração, as quartas-de-finais e as semifinais:
Lembrando que a final é disputada em um único jogo, em campo, geralmente, neutro

Goleada!! Desta vez, quem jogou o segundo jogo fora, levou grande vantagem. Dos seis confrontos, em cinco classificou-se quem jogou a segunda partida fora dos seus domínios.

Placar final nos três campeonatos (Libertadores, Copa do Brasil e Liga dos Campeões): 13 para quem decidiu fora contra 6 para quem decidiu em casa.

Supostas explicações:

Sem muitas explicações. As poucas que existem, são óbvias. O importante é saber jogar de acordo com o regulamento. Nos últimos anos, as equipes estão fazendo isso melhor. O técnico do Corinthians, Mano Menezes, antes da final da Copa do Brasil contra o Internacional, resumiu: “Tudo depende da primeira partida”. Ou seja, fazer um bom resultado no primeiro jogo em casa (geralmente, os mandantes estão fazendo isso bem) é essencial.

Para o volante Christian, também do Corinthians, equipes que querem ser campeãs não podem escolher onde jogar. “Time que quer ser campeão não pode propor onde quer jogar. Temos que saber jogar fora de casa e marcar bem, porque neste tipo de competição não se pode escolher muita coisa", explicou.

Outro fator que, querendo ou não, está fazendo a diferença é o tal do gol fora de casa. Equipes que fazem bons resultados em casa e tomam poucos gols, jogam o segundo confronto atuando nos contra-ataques, beliscando um golzinho que pode fazer toda a diferença.

Como exemplos, os jogos decisivos desta semana. Cruzeiro e Corinthians, ao marcarem dois gols fora de casa, obrigaram Inter e Grêmio marcarem cinco. Quase impossível.

Discussões à parte, tem aqueles que preferem acreditar apenas em coincidências. Será?

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Hexa mais longe do Brasil

Coluna Luciano Dias - Memória e calculadora esportiva

O Brasil conquistou neste domingo mais um título para o seu currículo. Em uma virada incrível, nossa seleção derrotou os EUA por 3 a 2 e levou a Copa das Confederações. Foi apenas um leve aperitivo para o Mundial de 2010.

Mais um título da tão contestada “Era Dunga”. O maior objetivo, sem dúvidas, é o hexacampeonato da Copa do Mundo. Mas, se depender do histórico, o Mundial não vem para terras canarinhas. Sempre que um país vence a Copa das Confederações, o desempenho na Copa do Mundo seguinte não é dos melhores.

As três primeiras edições da Copa das Confederações foram disputadas na Arábia Saudita. Em 1992, deu Argentina com autoridade. Mas, no Mundial de 94, o destaque dos hermanos ficou para o doping de Maradona. Os argentinos caíram nas oitavas-de-final para a boa seleção da Romênia.

Em 1995 e em 97, os vencedores da Copa das Confederações foram Dinamarca, dos irmãos Laudrup, e Brasil, respectivamente. Mas, no Mundial da França, o troféu não foi para estes países. Brasil e Dinamarca se encontraram nas quartas-de-final. Melhor para a seleção canarinha, que em um belo jogo derrotou os dinamarqueses por 3 a 2. Os brasileiros chegaram à final contra os franceses. Precisa dar mais detalhes?

Em 1999, no México, a Copa das Confederações foi para os anfitriões, que na final derrotaram o Brasil por 4 a 3 numa bela partida. Mas, no Mundial de 2002, os mexicanos caíram para os vizinhos estadunidenses nas oitavas-de-final. Em 2001, a França levou a Copa das Confederações. Que seleção! No Mundial, que fiasco! Franceses eliminados na primeira fase sem marcar um golzinho sequer.

A França quase mudou o histórico negativo desta relação das Copas das Confederações e do Mundo. Isso porque o time de Zidane levou a Copa das Confederações novamente em 2003 e no Mundial de 2006 ficou no quase. Perdeu a final para Itália, nos pênaltis.

A partir de 2005, a Copa das Confederações passa a ser disputada a cada quatro anos, um ano antes do Mundial e no país sede da Copa do Mundo. Como se fosse um preparativo (ou aperitivo) do Mundial. E neste novo roteiro, o Brasil levou a Copa das Confederações da Alemanha, depois de um passeio sobre a Argentina na final. Mas, no Mundial, o passeio foi de Zinedine Zidane. Resultado: Brasil eliminado nas quartas. E os franceses são nossos algozes novamente.

Em 2009... Bem, a Copa das Confederações deste ano ainda está na memória dos brasileiros. A expectativa é que o histórico se modifique e o Brasil conquiste a África de vez no Mundial de 2010.

quinta-feira, 25 de junho de 2009

A Zebra tá solta

Coluna Luciano Dias - Memória e calculadora esportiva

Quem nunca ouviu os saturados jargões: "no futebol não existe mais bobo" ou "o futebol é uma caixinha de surpresas"? Já são praticamente comuns no esporte e parecem sempre se encaixar perfeitamente nos debates futebolísticos. E quem nunca ouviu falar em Zebra? Ela está sempre presente no futebol.

Nesta Quarta-feira, foi a Espanha, invicta há 35 jogos, quem foi surpreendida pelo “simpático” animal. E quem estava fantasiado de Zebra era a seleção dos EUA. Pela Copa das Confederações, os norte-americanos, que se classificaram incrivelmente para as semifinais, derrotaram a Fúria por 2 a 0 e está na final da competição. E a Copa das Confederações vem realmente mostrando que é produtora de zebras. Na primeira fase, a poderosa Itália perdeu para o Egito por 1 a 0.

O termo Zebra é utilizado no futebol quando um time considerado inferior vence. A origem do termo vêm do “jogo do bicho”, que contém vinte e cinco animais e ganha aquele que acertar o animal que é sorteado. A zebra não faz parte dos animais participantes, logo é impossível sortea-la no jogo, daí surgiu o termo que começou a ser utlizado quando ninguem acertava o animal sorteado e todos gritavam “xiii, deu zebra".

Torneios como Copas privilegiam esse tipo de acontecimento exatamente por serem decididos em dois jogos apenas, o que possibilita que um time consiga um bom resultado em casa e se retranque ou consiga um golzinho na casa do adversário e elimine o oponente. Zebras são fatos que dificilmente acontecerão em torneios de pontos corridos, já que o planejamento e o elenco contam mais do que uma boa atuação em casa em um jogo isolado.

A revista Mundo Estranho fez um ranking de zebras entre seleções. Confira as 10 citadas:

1 - EUA 1x0 Inglaterra, Copa de 1950
2 - Coreia do Norte 1x0 Itália, Copa de 1966
3 - Camarões 1x0 Argentina, Copa de 1990
4 - Japão 1x0 Brasil, Jogos Olímpicos de 1996
5 - Alemanha Ocidental 3x2 Hungria, final da Copa de 1954
6 - Grécia 1x0 Portugal , final da Euro 2004
7 - Honduras 2x0 Brasil, Copa América de 2001
8 - Senegal 1x0 França, Copa de 2002
9 - Coreia do Sul 2x1 Itália, Copa de 2002
10 - Iraque 4x2 Portugal, Jogos Olímpicos de 2004

A Copa do Brasil talvez seja dentre todos os torneios do mundo o que mais privilegia a famosa e tão conhecida no meio do futebol. Veja alguns (apenas alguns) exemplos:

Criciúma (1991): O time, então treinado por Luis Felipe Scolari, foi campeão do torneio em cima do Grêmio.

CSA (1992): O clube alagoano elimina o Vasco

Santa Cruz (1997): Os pernambucanos eliminaram o então atual campeão Cruzeiro na segunda fase.

Juventude (1999): O time de Caxias do Sul cala os botafoguenses em pleno Maracanã e conquista o torneio.

ASA de Arapiraca (2002): Considerado por muitos a maior zebra de todos os tempos na Copa do Brasil. O time eliminou o Palmeiras em pleno Palestra Itália.

XV de Novembro (2004): O time gaúcho goleou, por 3 a 0, o Vasco, no Rio de Janeiro. O XV era comandado por Mano Meneses e no meio-campo a equipe contava com o futebol de Perdigão.

Santo André (2004): “Maracanazo”. O time da Grande São Paulo cala os flamenguistas e leva a Copa do Brasil.

Baraúnas (2005): Sim, o Vasco da Gama novamente. Alguém se lembra do Cícero Ramalho? O quarentão acima do peso que calou São Januário na vitória do time potiguar por 3 a 0.

Paulista (2005): O time do interior paulista eliminou grandes clubes, como Inter e Cruzeiro, antes de derrotar o Fluminense na final e decretar mais uma zebra na Copa do Brasil.

Ipatinga (2007): o fenômeno mineiro, então comandado por Ney Franco, eliminou Palmeiras e Botafogo. Por pouco não chegou à final do torneio.

CSA (2009): Mais um alagoano. O time elimina o Santos da Copa do Brasil dentro da Vila Belmiro.

terça-feira, 16 de junho de 2009

Cartas dentro do baralho

Luciano Dias



Curinga, também conhecido como coringa ou melé em algumas regiões, é a carta do baralho que, em certos jogos, muda de valor conforme a combinação de cartas que o jogador tem em mãos. Normalmente, o curinga é uma carta de conteúdo especial.

O que isso tem a ver com o futebol? Tudo, principalmente hoje em dia. No futebol, um curinga é aquele jogador versátil, que atua em várias posições. Estes atletas são de grande valia para os treinadores. Que o diga o técnico do São Paulo, Muricy Ramalho.

“Hoje o futebol brasileiro exige que um clube tenha atletas versáteis. O Real Madrid pode ter dois nomes para cada posição, mas no Brasil não funciona assim, temos que pensar no clube na hora de contratar. Jogadores que atuam em várias posições são fundamentais e temos isso aqui”, destaca o treinador, no final de 2008.

No Tricolor Paulista, os destaques são os volantes, laterais e zagueiros Zé Luis e Richarlyson. Eles são peças fundamentais no elenco do São Paulo, na posição de origem ou não. Sem contar com Rogério Ceni, que bate falta com precisão maior do que muitos jogadores de linha. Será os curingas, o segredo do Tricolor Paulista para as glórias dos últimos anos?

No Cruzeiro, o curinga Marquinhos Paraná é o jogador mais regular do elenco. Volante de origem, já atuou também nas duas laterais, na zaga e na armação. Para o treinador Adilson Batista, Paraná simplesmente “brinca de jogar bola”.

No elenco da seleção que disputa a Copa das Confederações, Júlio Baptista é o melhor exemplo. Na convocação de Dunga, ele é chamado como meio-campo. No seu clube, o Roma (ITA), ele atua como um segundo atacante. O seu melhor momento da carreira foi no Sevilla (ESP) como centroavante – o camisa 9. No São Paulo, Júlio já foi atacante, meia, lateral-direito e até mesmo zagueiro.

Para o auxiliar-técnico da seleção Jorginho, Júlio é muito importante para o Brasil. "Ele é um jogador chave para a Seleção. Ele toda vez entra bem, é forte, versátil. Pode jogar como volante, meia e atacante", avaliou Jorginho após o empate do Brasil contra o Equador, em Quito, em março, pelas Eliminatórias. Lembrando que Jorginho também era chamado de curinga quando era jogador. Era lateral-direito, mas também fazia as vezes de volante e articulador.

Mas, nem sempre é vantagem ser curinga. Pará, do Santos, é um bom exemplo. O site oficial do Peixe classifica Pará como lateral esquerdo. "Sempre fui meia. Ou segundo volante, vindo de trás". A confusão é justificável. Pará já jogou nas duas laterais do Santos, além de atuar na armação e na contenção do meio-campo. O jogador reconhece que dificilmente conseguirá ser titular da equipe comandada por Vágner Mancini sem se firmar em um setor do campo.

Confira outros curingas nos elencos de algumas equipes da Série A:

Atlético-MG – Carlos Alberto, Júnior

Atlético-PR – Zé Antônio

Botafogo – Eduardo, Leandro Guerreiro

Cruzeiro – Marquinhos Paraná

Corinthians – Alessandro, Escudero (pouco jogou)

Coritiba - Carlinhos Paraíba

Grêmio - Souza

Flamengo – Airton, Toró

Fluminense – Wellington Monteiro, Marquinho


Inter – Bolívar

Náutico – Carlinhos Bala

Palmeiras – Wendell, Sandro Silva

Santos – Pará

Santo André – Fernando

São Paulo – Richarlyson, Zé Luis, Jorge Wagner

Vitória – Jackson, Willian

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Um sonho por birusca abaixo

Luciano Dias

O perfil abaixo não é uma realidade isolada. Infelizmente. Muitos atletas conseguem jogar em grandes clubes, mas não dão sequências em suas carreiras. A oportunidade chega, resta saber aproveitar.


Ser jogador de futebol é o sonho de muita gente. Profissionalizar, jogar em um grande clube, atuar pela seleção brasileira, ser contratado por um time europeu, ganhar muito dinheiro.... Mas, para realizar o sonho é preciso muita persistência.

Persistência teve Marcelo da Silva Lopes, o Birusca, 43 anos. Mulato e forte não aparenta ter esta idade. Tive o prazer de conhecê-lo em uma dessas “peladas” que a gente joga por aí. No final de um dos “futibas” tomamos aquela cervejinha para refrescar.

Natural de Teófilo Otoni, no Vale do Mucuri de Minas Gerais, Birusca se mudou aos 17 anos para Belo Horizonte com o objetivo de realizar um dos seus primeiros sonhos: jogar no Clube Atlético Mineiro. Você pode está se perguntando: porquê Birusca? Isso respondo na parte final deste perfil. Por enquanto vou chamá-lo de Marcelo mesmo.

Mas, antes de se mudar para a capital, ele já se destacava nas equipes de várzea de sua cidade natal. Várias pessoas o aconselhavam para fazer testes nas equipes da capital. Marcelo trabalhou durante um ano como garçom em Teófilo Otoni. Juntou dinheiro e trouxe nas malas para BH a inocência, mas ao mesmo tempo o sonho de ser jogador.

Em 1982, Marcelo fez o teste nos juniores do Galo. O time profissional do Atlético era recheado de estrelas, como João Leite, Reinaldo, Éder e Nelinho. Dificilmente ele receberia alguma oportunidade no time profissional alvinegro naquele ano. Mas, em 1983, o então técnico dos profissionais do Galo, Mussula, apreciou uma partida dos juniores contra o Cruzeiro, na Toca da Raposa.

O Galo venceu por 2 a 0, todos os gols de Marcelo. Dois dias depois, Mussula o chamou para integrar o grupo de profissionais. O teofilotonense foi convocado para viajar à Governador Valadares para enfrentar o Democrata. Entrou, sem destaque, no final da partida.

Foi o suficiente para Marcelo mudar o seu jeito de viver. O aspirante a jogador foi convocado para a partida seguinte, contra o Valério, de Itabira, no Mineirão. Mas, a carreira de Marcelo no Galo acabou na concentração para este duelo. Simplesmente ele fugiu da concentração e, imediatamente, foi dispensado do clube. Neste momento da conversa, Marcelo toma, em uma “golada” só, toda a cerveja de seu copo.

Voltou para Teófilo Otoni para tentar retomar a sua vida. Nesta volta à cidade natal, os amigos o apelidaram de Birusca, uma das denominações para a cachaça. Até que Marcelo (agora posso chamar de Birusca) gostou do apelido.

Em 1985, Birusca tentou a sorte no Democrata, de Governador Valadares. Jogou algumas partidas, o suficiente para ganhar um “dinheirinho”. Mas, foi dispensado novamente. Motivo: a birusca ou cachaça, como preferir.

Marcelo ainda rodou em outros clubes do interior do estado, como Mamoré, de Pato de Minas, Valério, de Itabira, e Rio Branco, de Andradas. Em 1991, encerrou a sua carreira profissional. Ele ainda brinca: “longa carreira”.

Aos 27 anos, tentou a sorte novamente em BH, mas, desta vez, para procurar qualquer tipo de emprego. Na capital, já foi vendedor, sapateiro, ladrão, drogado, padeiro, faxineiro... Atualmente, Birusca ganha a vida como pedreiro. Mora sozinho em uma casa de quatro cômodos, no bairro Santa Inês, região Leste de Belo Horizonte.

Mulheres e filhos? Ele brinca no último gole: “Deixei em cada clube que joguei!”

domingo, 31 de maio de 2009

Escolhas, festas, estimativas... Copa 2014

Luciano Dias

O domingo foi de festa em vários cantos do Brasil - de Porto Alegre a Manaus. A Fifa anunciou, em Nassau, nas Bahamas, as 12 cidades brasileiras que receberão os jogos da Copa do Mundo de 2014. Surpresas? Nem tanto. Na briga pela “Copa Verde”, Manaus levou a melhor sobre Belém e Rio Branco para ser a sede da Amazônia. Já Cuiabá desbancou Campo Grande como representante do Pantanal. Outra disputa acirrada foi entre Natal e Florianópolis. Melhor para os potiguares.

Conheça os projetos de todas cidades-sede:

Belo Horizonte (MG)Estádio: Mineirão









Brasília (DF)Estádio: Nacional









Cuiabá (MT)Estádio: Verdão









Curitiba (PR)Estádio: Arena da Baixada









Fortaleza (CE)Estádio: Castelão









Manaus (AM)Estádio: Vivaldão









Natal (RN)Estádio: Cidade das Dunas










Porto Alegre (RS)Estádio: Arena do Beira-Rio









Recife (PE)Estádio: Cidade-Copa









Rio de Janeiro (RJ)Estádio: Maracanã









Salvador (BA)Estádio: Fonte Nova









São Paulo (SP)Estádio: Morumbi









As cidades-sede já estavam selecionadas pelo menos desde março. As 12 eleitas e as cinco eliminadas foram decididas após um estudo técnico de dois anos. Foram duas visitas de delegados da Fifa ao Brasil, reuniões pelo mundo e inúmeras ligações telefônicas.

Calcula-se que o Mundial de Futebol do Brasil consumirá 5 bilhões de dólares, embora as estimativas finais, quando anunciadas, devam prever cifras bem maiores. Foi o que aconteceu nos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro. Inicialmente orçados em 500 milhões de reais, estima-se que tenham consumido 4 bilhões de reais. Poucos países podem fazer como os Estados Unidos, que organizaram uma Copa do Mundo (em 1994) e duas Olimpíadas (em 1984 e 1996) sem um centavo de ajuda do erário. Isso porque toda a infraestrutura estava pronta. O que não é bem o caso por aqui.

Na Copa no Brasil, parte da verba virá dos cofres da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), beneficiária dos polpudos patrocínios da seleção brasileira. Mas os gastos com infraestrutura nas cidades onde acontecerão os jogos – construção de estádios e hotéis, obras em estradas, aeroportos e sistemas de telecomunicações – correrão por conta do estado, ou seja, serão bancados com dinheiro público.

As estimativas sobre número de turistas, geração de empregos e impacto do evento sobre o PIB em geral são exageradas. Levantamentos dão conta de que em 1994 os EUA aumentaram em 1,4% o PIB; em 1998, na França, o PIB cresceu 1,3%; em 2002, a Coréia o elevou em 3,1% enquanto o Japão teve decréscimo de 0,3%; e a Alemanha teve 1,7% a mais no PIB em 2006. Mas antes do Mundial da Alemanha, falou-se na criação de 100 mil empregos. Um estudo feito depois do evento contabilizou apenas metade desse total. A Coréia do Sul esperava 500 mil turistas a mais em 2002. Só apareceram 50% deles.

Exageradas ou não, o fato é que uma Copa do Mundo pode trazer mais benefícios do que prejuízos ao Brasil. Já que os investimentos no país não são feitos, por quê não um evento esportivo para trazê-los?

Em suma, serão cinco anos de projetos, de sonhos, expectativas, desvios (infelizmente), construções... Que venha 2014! Sem esquecer de 2010, é claro!

Imagens: divulgação/
CBF

sábado, 30 de maio de 2009

Barrados no baile

Luciano Dias

Eu vou lhe avisar. Goleiro não pode falhar. Não pode ficar com fome na hora de jogar. Senão, um frango aqui, um frango ali, um frango acolá. (Jorge Ben)




Vida de goleiro não é fácil. Um bom exemplo é a quarta rodada do Brasileirão que começa neste fim de semana. Três goleiros já foram barrados pelos seus treinadores nesta semana.

No Atlético Paranaense, Galatto é a carta fora do baralho. Ele falhou em dois gols na derrota de sua equipe, por 3 a 2, contra o Náutico, dentro de casa. É apenas mais um capítulo de Galatto e Náutico na história do futebol. Em 2005, quem era o goleiro do Grêmio na histórica batalha dos Aflitos? Acertou quem respondeu Galatto. Isso sim é ir do céu ao inferno.

No Fluminense, Fernando Henrique é sempre o bode expiatório. Na Libertadores do ano passado, era intocável na meta Tricolor. Neste ano, em um time sem padrão de jogo do técnico Parreira, é ele quem paga o pato. Nunca considerei o FH um grande goleiro (longe disso), mas te garanto que o problema do Flu não é ele. Nesta semana, o goleiro foi um dos mais criticados pelos torcedores. Ou melhor, alguns (...), que causaram grande confusão nas laranjeiras.

Se Atlético Paranaense e Fluminense fazem péssimas campanhas, o Atlético Mineiro está bem na tábua de classificação. Mesmo assim, Juninho está fora do baile contra o Santo André. Aranha, que chegou nesta semana, é o novo titular. Juninho nunca caiu nas graças da torcida alvinegra. Sempre foi considerado um dos grandes culpados dos fracassos atleticanos nos últimos anos.

Galatto e Fernando Henrique são os maiores culpados do mau começo do Furacão e do Flu no Brasileirão? E Juninho? Merece deixar a titularidade do Galo?

terça-feira, 26 de maio de 2009

Até quando?

Christiano Soares

Resultado positivo! É o que espera o torcedor de qualquer time. Todos sabem que uma simples vitória o deixa alegre, descontraído. Porém, não só de triunfos vive um time de futebol. Então, a situação se inverte, aí o adepto passa a se irritar - perde a paciência, a razão.

Enquanto tudo está em ordem, a paz reina nos clubes. A torcida lota os estádios - comparece, inclusive, aos centro de treinamentos - exaltam o nome dos jogadores. Aonde eles estiverem, mesmo de folga, são parados para assinar uma simples folha de papel.

Entretanto, como diz o velho ditado: "tudo que é bom, dura pouco". Há o outro lado da moeda e este é bem ruim. Nele, os jogadores recebem vaias, são questionados, praticamente não vivem mais - se forem em um restaurante, por exemplo, há sempre um engraçadinho para o críticar.


Nesta terça-feira, nas Laranjeiras (CT do Fluminense), vários MARGINAIS que se julgam torcedores, interromperam as atividades e questionaram o atual momento do time. Só que passaram dos limites. Agressões, e muita baixaria foi o que se viu até a chegada dos seguranças. Confira na matéria da globo.

O protesto deve ser feito sim! Mas por que não de forma pacífica? Digo acima MARGINAIS, e não torcedores porque os verdadeiros protestam de outra maneira - por exemplo, torcida do galo e público zero; torcida do Inter e a caminhada; torcida do Corinthians e o enterro da diretoria; entre outros. Enfim, há várias maneiras pacíficas de protestar. Fica a pergunta: até quando teremos que assistir integrantes de facção levando a violência como forma de mostrar a indignação?

Imagem: Julio Cesar Guimarães/
LanceNet

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Adriano seria presa constante de batidas policiais

Thiago Ricci

Antes de tudo, gostaria de ressaltar que a informação que este blogueiro relatará abaixo não tem nenhum valor judicial, criminal ou até mesmo jornalístico. Ou seja, é somente um relato que chegou aos meus ouvidos e, aproveitando o espaço que o blog - e não um portal de notícias ou algo do gênero - oferece, achei interessante compartilhar com os internautas. A denúncia, ou, menos ainda, o caso não foi checado e serve como curiosidade e/ou no máximo para mostrar uma deficiência do jornalismo esportivo, em que são raras as vezes ou os meios que fazem o papel de apuração e investigação jornalística.

Uma fonte muito próxima, que não teria nenhum interesse em distorcer a notícia, informou que um homem que já teria feito parte do alto escalão do governo carioca revelou alguns fatos protagonizados pelo jogador Adriano, agora no Flamengo.

O polêmico atacante seria primo de um traficante com grande poder no Complexo do Alemão que teria morrido no ano passado - na época, aproximadamente outros 16 traficantes importantes teriam sido assassinados. O Estadão publicou, no último 17 de setembro, megaoperação que teria encontrado sete corpos no complexo da zona norte do Rio de Janeiro. O que, ressaltando, não quer dizer absolutamente nada, é só mais uma curiosidade.

Além disso, esse ex-integrante da prefeitura do Rio teria revelado algo mais grave. O Adriano seria constantemente encontrado pela polícia em companhia de traficantes e com drogas dentro do carro. O jogador seria chamado carinhosamente pelos policiais como mega-sena. O motivo do suposto apelido, vocês tiram as próprias conclusões.


Imagem: De Olhos

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Novidades e ausências

Luciano Dias

O técnico Dunga ignorou as fases finais da Copa Libertadores e da Copa do Brasil na convocação que realizou nesta quinta-feira. O treinador chamou jogadores de clubes que disputam a fase decisiva desses torneios, como Grêmio, Cruzeiro, Internacional e Corinthians, para disputar dois jogos das eliminatórias sul-americanas para a Copa do Mundo de 2010 e também a Copa das Confederações.

Os jogadores ficarão cerca de um mês longe dos seus clubes. A lista serve para os jogos contra Uruguai, 6 de junho, no estádio Centenário, em Montevidéu, e contra Paraguai, quatro dias depois, no estádio do Arruda, no Recife, pelas eliminatórias sul-americanas, e para a disputa da Copa das Confederações, de 14 a 28 de junho, na África do Sul.

Veja a análise da lista:

Goleiros:
Julio César (Internazionale): Vive grande fase. É um dos melhores goleiros do mundo e titular absoluto da seleção.
Gomes (Tottenham): Ganha nova oportunidade na seleção. É um dos destaque de sua equipe, que ocupa colocação mediana no Campeonato Inglês.
Victor (Grêmio): Merece a oportunidade. Foi eleito um dos melhores goleiros do Brasileirão do ano passado. Além disso, o técnico Dunga gosta de convocar jogadores que atuam em Porto Alegre.

A disputa pela convocação era muito grande. Júlio César é titular absoluto, mas, com a contusão de Doni (Roma), foram feitas várias especulações para saber quem seriam os dois reservas. Além dos convocados Gomes e Victor, brigaram pelas vagas: Bruno (Flamengo), Diego Alves (Almeria-ESP), Fábio (Cruzeiro), Felipe (Corinthians), além de Helton (Porto-POR).

Laterais:
Maicon (Internazionale) –
Está voltando de contusão. A sua força física é uma das armas que o leva para a seleção.
Daniel Alves (Barcelona) – Um dos destaques do Barcelona. É um jogador versátil na seleção, já que pode atuar também no meiocampo.
Kleber (Internacional) – Aos poucos, volta a mostrar um bom futebol. O fato de jogar em Porto Alegre ajuda muito no retorno à seleção.
André Santos (Corinthians) – Novidade na lista. É o melhor lateral-esquerdo atuando no Brasil. Sua convocação é merecida.

Nas laterais, as novidades foram no lado esquerdo, setor que é ainda um incógnita na amarelinha. O técnico Dunga preteriu Marcelo (Real Madrid-ESP) para convocar Kleber. Marcelo vive momento melhor. Na direita, Maicon e Daniel Alves são os homens de confiança do comandante.

Zagueiros:
Alex (Chelsea) –
Não é titular absoluto no seu clube. Mas, cresceu de produção com o técnico holandês Guus Hiddink
Juan (Roma) – Titular absoluto da seleção e do Roma. Mesmo assim, o seu futebol no clube não tem o mesmo rendimento de temporadas passadas.
Lúcio (Bayern de Munique) – Outro titular absoluto. É um dos zagueiros mais credenciados do mundo.
Luisão (Benfica) – Dunga gosta de seu futebol. Está valorizado. Seu nome é disputado por grandes clubes da Europa.

Sem muitas novidades. Setor bem servido. Outros nomes pretendiam ser convocados, tais como, Alex Silva (Hamburgo-ALE), Naldo (Werder Bremen-ALE) e Miranda (São Paulo).

Meio-campistas:
Anderson (Manchester United) –
tricampeão inglês com a camisa do Manchester United. Jogador versátil e sua carreira está em ascendência.
Gilberto Silva (Panathinaikos) – Não entendo porque ainda é lembrado. Limitado tecnicamente.
Josué (Wolfsburg) – Não é o mesmo Josué dos tempos de São Paulo. Também é limitado tecnicamente.
Ramires (Cruzeiro) – Finalmente foi lembrado por Dunga. É um dos melhores (se não o melhor) jogadores atuando no Brasil. Ramires deixou de ser volante e se transformou em um meia mais adiantado.
Elano (Manchester City) – Mesmo não viver grande fase no clube, consegue fazer boas partidas com a camisa da seleção. Por isso, a convocação.
Felipe Melo (Fiorentina) – Agradou Dunga nas últimas partidas das Eliminatórias. Versátil, é um dos destaques da Fiorentina, time que briga por uma vaga na Liga dos Campeões na próxima temporada.
Júlio Baptista (Roma) – Ainda não achou seu espaço no clube, mas, na seleção consegue realizar boas apresentações.
Kaká (Milan) – Não tem muito o que dizer sobre Kaká. Não está na sua melhor fase, mas, é ainda um dos melhores jogadores do mundo.

Nesta convocação, nenhum organizador de jogadas - aquele camisa 10 de origem. As novidades são a ausência de Ronaldinho Gaúcho e a presença de Ramires. No mais, os convocados são jogadores lembrados por Dunga nas últimas convocações. Mesmo assim, boa parte da imprensa e da torcida brasileira questionam as presenças de Gilberto Silva, Josué e Elano e a ausência de Diego (Werder Bremen). Hernanes (São Paulo) também não foi convocado. Justificável, pois não está nos seus melhores momentos.

Atacantes:
Alexandre Pato (Milan) –
Ainda não deslanchou. É sempre uma esperança no Milan e na seleção.
Luís Fabiano (Sevilla) – Não é o camisa 9 dos sonhos, mas, é o atacante mais regular dos últimos jogos.
Robinho (Manchester City) – Mesmo irregular, é um grande jogador. Em dia inspirado, decide.
Nilmar (Internacional) – Retorna à seleção. Convocação merecida, pois volta a viver grande fase.

Os três primeiros nomes eram quase certeza. A dúvida seria para quarta vaga. Nilmar venceu a disputa contra Ronaldo (Corinthians) e Grafite (Wolfsburg), um dos artilheiros do Campeonato Alemão.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

E começam as especulações...

Christiano Soares

É acabar os principais campeonatos europeus que as especulações, sobre os jogadores que se destacaram no primeiro semestre, começam a aparecer. Aí o torcedor, desconfiado, começa a se perguntar: quem sai ou quem vem? Nossa equipe verificou os principais sites esportivos europeus para saber como anda a abordagem à procura de nossos craques. Confira quem pode deixar o país.




Pronto para sair mesmo somente o meia do Botafogo Maicossuel e o atacante Ciro, do Sport. O armador da estrela solitária poderá vestir a camisa do Hoffenheim (Alemanha); dirigentes do fogão já anuciaram que é muito díficil segurar o camisa 10; No caso de Recife, a diretoria pronunciou o interesse oficialmente da empresa Traffic e pelo Shakhtar Donetsk (Ucrânia).

Bruno, do Flamengo, como já antecipou Pedro Rotterdan, Chicão do Corinthians e Ramires do Cruzeiro são atletas que mais estão próximos de colocar o pé na Europa. Todos para o Benfica de Portugual. O volante celeste tem proposta também do CSKA (Rússia), mesmo time que no ano passado tentou tirar Hernanes do São Paulo - e há especulações de um novo interesse. Miranda, também do tricolor paulista tem propostas da Lazio (ITÁ), Milan (ITA) e Tothenham (ING).

Ibson tem contrato até 5 de Julho com o Flamengo, que tenta a renovação. Entretanto, o Porto, dono dos direitos federativos do jogador já pronuciou que o seu retorno deverá ocorrer. O mesmo acontece com Thiago Neves, do Fluminense. O meia das laranjeiras tem contrato até 2 de julho e deve retornar ao Al Hilal (ARA). Souza do Grêmio tambem deve voltar para seu clube, o PSG.

E ainda tem mais... Kléber, Jonathan e Wágner do Cruzeiro; Nimar, D'alessandro e Tayson do Inter; Kerrison do Palmeiras; Neimar do Santos; Dentinho e Elias do Corinthians; Leonardo Moura e Juan do Flamengo...

São tantos os nomes de uma possível negociação que até mesmo os próprios jogadores não sabem informar - hoje só o empresário tem essa informação. Quem sabe de algo é o torcedor. Eles esperam que as janelas européias se fechem e, que se possível, o jogador destaque continue. Assim, ele terá certeza que seu time será promissor e que o campeoonato ficará melhor.

Imagem: LanceNet

Tabelinha celeste e alviverde

Thiago Ricci

América-MG se reforça com zagueiro de seleção de base


Será apresentado hoje, às 15h, no estádio Independência, o zagueiro Tales Oliveira Rodrigues, 23 anos. O jogador foi campeão carioca em 2005 pelo Fluminense e já foi convocado algumas vezes para as seleções nacionais sub-15 e sub-17. Também jogou no Vasco, Paysandu e Ponte Preta.

Wagner deve ficar fora por três semanas

O Departamento Médico do Cruzeiro está com quatro jogadores. Soares, fratura no tornozelo, Sorín e Wagner, ambos estiramento muscular na coxa direita, devem ficar três semanas fora de ação. Fernandinho, com ruptura do ligamento cruzado do joelho esquerdo, só deve voltar no fim do ano.

Ontem, os atletas que participaram da derrota para o Náutico fizeram treino regenerativo e os demais realizaram treino físico no campo.

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Equilíbrio

Coluna Luciano Dias - Memória e calculadora esportiva

Se o campeonato Brasileiro é o melhor do mundo pode-se discutir. Mas é indiscutível que é o mais equilibrado, pelo menos se comparado aos grandes centros. Poucos torneios tem tantos times no mesmo nível. O inicio do Brasileiro deste ano é a confirmação.

Em 20 jogos disputados, já foram contabilizados 10 empates. Ou seja, 50% das partidas terminaram na igualdade. É o inicio mais equilibrado dos últimos anos. O ano que chega mais perto é 2003, quando aconteceram 11 empates em 24 jogos das duas rodadas iniciais.

Goiás, Santos, Avaí, Barueri e Botafogo só sabem o que é empate até agora. Destaque para o time esmeraldino, que protagonizou dois empates em 3 a 3.

1ª rodada
Sport 1x1 Barueri
Avaí 2x2 Atlético-MG
Santo André 1x1 Botafogo
Goiás 3x3 Náutico
Grêmio 1x1 Santos

2ª rodada
Flamengo 0x0 Avaí
São Paulo 2x2 Atlético-PR
Santos 3x3 Goiás
Botafogo 0x0 Corinthians
Barueri 0x0 Fluminense

Quando a vitória foi conseguida, nenhuma equipe abriu mais de dois gols de vantagem. O triunfo do Santo André, por 4 a 2, neste sábado, contra o mistão do Coritiba, é considerado o placar mais anormal deste inicio de competição. O Coxa, por sinal, é a única equipe que não pontuou.

1ª rodada
Palmeiras 2x1 Coritiba
Corinthians 0x1 Internacional
Cruzeiro 2x0 Flamengo
Fluminense 1x0 São Paulo
Atlético-PR 0x2 Vitória

2ª rodada
Atlético-MG 2x1 Grêmio
Coritiba 2x4 Santo André
Internacional 2x0 Palmeiras
Náutico 2x0 Cruzeiro
Vitória 1x0 Sport

A verdade é que muitas equipes acordam só depois (leia-se São Paulo no ano passado). É verdade também que sempre aparece um cavalo paraguaio (leia-se Botafogo nos últimos campeonatos). Outros times nunca acordam (leia-se Vasco em 2008).

Alguns fatores ainda devem aumentar (ou diminuir) o equilibrio do Brasileirão: o fim da Copa do Brasil e da Libertadores e as iminentes transferências que devem enfraquecer alguns clubes, mas fortalecer outros. De qualquer forma, a regularidade é o melhor caminho para o título. Internacional e Vitória largaram na frente.

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Qual caminho seguir?

Pedro Rotterdan

O goleiro Bruno, atualmente no Flamengo e ex-Atlético-MG, tem grandes chances de ser convocado pela Seleção Brasileira e, acreditem ou não, pela Portuguesa também. Isso mesmo, em janeiro deste ano o jogador manifestou vontade de jogar uma Copa do Mundo mesmo que fosse por Portugal. Bruno, inclusive, já deu entrada nos documentos para pedir o passaporte europeu, segundo ele, a avó é portuguesa.

Os “gajos” pareceram gostar da idéia, tanto que assistiram todos os jogos do Flamengo pelo Campeonato Carioca, que foram transmitido por um canal português. O treinador de Portugal, Carlos Queiroz, elogiou o goleiro depois de três pênaltis defendidos na final contra o Botafogo. Não só a seleção de Portugal está interessada, como o Benfica, time da primeira divisão do país, que só contrataria o jogador depois que ele conseguir nacionalidade portuguesa. Nos bastidores, já rola a notícia de que um dos goleiros do time português pode ser oferecido em troca de Bruno, e o Flamengo ainda receberia uns bons “trocadinhos”.

No entanto, Bruno pode ver o sonho de disputar uma Copa ir por água abaixo. A convocação para a Copa da Confederações está quase chegando, e três arqueiros estarão na lista. O goleiro Doni, reserva imediato de Júlio César na seleção, está machucado, o próprio Júlio não deve ser convocado a pedido dele ou da Inter, para ter férias e disputar o Mundial de 2010. Renan, ex-Inter-RS, está lesionado e é reserva no Valência. Diego, ex-Atlético-MG, é um excelente goleiro mas o Almería, time que defende na Espanha, fez uma péssima campanha do campeonato nacional deste ano. O goleiro do Flamengo está entre os que têm condições de vestir a Amarelinha, além de Fábio, que vive uma fase fantástica no Cruzeiro. Outros nomes, como Gomes e Helton, que já foram lembrado por Dunga também podem ser convocados. Muito por fora corre o nome de Felipe do Corinthians, mas pode ser uma boa para terceiro goleiro num torneio como o das Confederações, sem chances de Copa.

Se Bruno realmente quiser jogar uma copa terá que ser por Portugal, pois, como foi mostrado, existem muitos candidatos para a vaga no gol do Brasil, já no país de Cabral as opções são poucas. Se eu pudesse aconselhar este goleiro eu não aceitaria a convocação de Dunga, iria ser feliz em Portugal. Meu palpite é que para essa Copa das Confederações o anão da Branca de Neve pode convocar vários jorgadores e certamente em 2010 Bruno não estará na lista da seleção, e se tiver não vai jogar, a vaga é, merecidamente, de Júlio César. Sobrariam assim duas vagas para sete goleiros: Doni, Hélton, Gomes, Diego, Renan, Bruno, Fábio.
Se escolher o caminho brasileiro pode ser apenas mais um bom goleiro com a camisa do Brasil, agora se for para a terra lusa ele tem muitas chances de ser um dos melhores da história de Portugal, a exemplo de Eusébio que também é naturalizado. Então foge logo para Portugal Bruno.

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Aos trancos e barrancos

Coluna Luciano Dias - Memória e calculadora esportiva

Um sofrimento que está valendo a pena. Este é o sentimento dos torcedores do Palmeiras na Libertadores deste ano. De um modo geral, a campanha do Verdão não é boa. Mas, a equipe já está nas quartas de final do torneio.

Na primeira fase foi aquele sufoco para se classificar. Venceu com o placar mínimo o Colo Colo, no Chile, aos 42min de partida. Nesta quarta feira, pelas oitavas de final, outro desespero. Eliminou o Sport nos pênaltis, dentro do caldeirão da Ilha do Retiro. Prevaleceu mais uma vez a estrela de São Marcos, que já conseguiu feitos semelhantes nas edições de 1999, 2000 e 2001.

A campanha sofrida do Palmeiras nesta Libertadores se parece muito com o retrospecto do campeão Cruzeiro, em 1997. Naquele ano, o time celeste perdeu os três primeiros jogos e conseguiu a classificação para a fase seguinte apenas na última partida. Confira os números:

Primeira fase:
Cruzeiro 97 - 9 pontos, 2º lugar - 3v e 3d
Palmeiras 09 - 10 pontos, 2º lugar - 3v, 1e e 2d

Nas oitavas de final, os sofrimentos dos Palestras foram parecidos. Se na edição deste ano a estrela de Marcos brilhou nos pênaltis, naquele foi Dida que se transformou em herói. O Cruzeiro eliminava o El Nacional (EQU) e seguia às quartas de final da Libertadores.

Oitavas de final:
Cruzeiro 97
El Nacional (EQU) 1 x 0 Cruzeiro - Quito
Cruzeiro 2 x 1 El Nacional (EQU) - Belo Horizonte
Cruzeiro 5 a 3 nos pênaltis

Palmeiras 09
Palmeiras 1 x 0 Sport - São Paulo
Sport 1 x 0 Palmeiras - Recife
Palmeiras 3 a 1 nos pênaltis

De fato, o Cruzeiro conquistou a Libertadores de 1997 aos trancos e barrancos. Foram mais duas derrotas no percurso, totalizando seis no torneio.

Quartas-de-final
Cruzeiro 2 x 0 Grêmio//Grêmio 2 x 1 Cruzeiro
Semifinal
Cruzeiro 1 x 0 Colo Colo//Colo Colo 3(1) x 2(4) Cruzeiro
Final
Sporting Cristal 0 x 0 Cruzeiro//Cruzeiro 1 x 0 Sporting Cristal

Este ano, o Verdão já foi derrotado em três oportunidades. Mas, se o final palmeirense for o mesmo da Raposa há 12 anos, a torcida alviverde não vai se importar em perder mais algumas vezes.

O restante do caminho palmeirense não vai ser nada fácil. Nas quartas, o Verdão se encontra com o melhor Nacional (URU) dos últimos anos. Nas semis, o adversário deve ser uma equipe argentina - Boca ou Estudiantes. E caso passe por estes confrontos, a possibilidade de assistirmos uma final brasileira é muito grande. Isso se outras duas equipes brasucas passarem às semis.

Veja a arte do jornal argentino Olé:




Será que o Palmeiras, aos trancos e barrancos, consegue o bicampeonato, assim como o Cruzeiro em 1997?

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Raio-X do Brasileirão - Parte IV

Luciano Dias

Esporte Clube Santo André

O objetivo do Ramalhão é, em poucos anos, seguir a trajetória inicial do São Caetano na primeira divisão. O time conta com alguns jogadores experientes, como Marcelinho Carioca, mas o elenco limitado pode impedir o sucesso do Santo André no Brasileirão.

Destaque: Marcelinho Carioca
Pontos negativos: laterais e limitação do elenco
Aposta: briga para não cair


Santos Futebol Clube

Algumas contratações do Peixe para esta temporada ainda não apresentaram o futebol de outros clubes. Casos de Lúcio Flávio e Roni. De um modo geral, o elenco do Santos é formado por jogadores experientes, mas são os jovens Madson e Neymar que estão chamando a atenção. Nesta temporada, o time chegou às finais do Paulistão, mas foi eliminado precocemente da Copa do Brasil. Em suma, o Peixe tem um time com bons valores individuais, mas o conjunto ainda deixa a desejar.

Destaques: Madson, Neymar e Kléber Pereira
Pontos negativos: laterais
Aposta: briga pela Copa Sul-Americana

São Paulo Futebol Clube

O maior vencedor dos Brasileiros ainda não mostrou um grande futebol na temporada. O Tricolor não vai poder contar com o contundido Rogério Ceni para o inicio do Brasileirão. Já o zagueiro Rodrigo, com embolia pulmonar e com o término do contrato, deve deixar o clube. Mesmo assim, a experiência do grupo e o forte elenco o credencia como um dos favoritos ao título. Além disso, nas três últimas conquistas, o São Paulo não mostrou futebol bonito, mas um verdadeiro futebol de resultados, estilo escola alemã.

Destaques: Rogério Ceni e Hernanes
Pontos negativos: lateral-direita e articulação
Aposta: briga pelo título


Sport Club do Recife

O tetra campeão pernambucano está em ascensão no cenário nacional. O título da Copa do Brasil de 2008 deu ao Leão o direito de disputar a Libertadores deste ano. E para a disputa continental, a base do ano passado foi mantida e reforçada com jogadores experientes, como Paulo Baier. O jovem Ciro, mesmo com uma queda de produção nos últimos jogos, é considerado a sensação do time. Outro trunfo da equipe é o fator casa. É muito difícil derrotar o Sport na Ilha do Retiro. Sem muitos objetivos no Brasileirão de 2008, o Rubronegro terminou apenas em 11º lugar.

Destaques: Paulo Baier e Ciro
Ponto negativo: lateral-direita
Aposta: briga pela Copa Sul-Americana


Esporte Clube Vitória

O campeão baiano deve brigar para não cair no Brasileiro deste ano. O time é fraco tecnicamente. A aposta de sucesso da equipe é no trio ofensivo - Ramon, Nadson e Neto Baiano - e na velocidade do lateral-direito Apodí. Ano passado, O Leão chegou a liderar o Nacional, mas caiu de produção no segundo turno e terminou em décimo lugar.

Destaque: Neto Baiano
Ponto negativo: lateral-esquerda, zaga e falta de reservas de qualidade
Aposta: briga para não cair.

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Raio-X do Brasileirão - Parte III

Luciano Dias

Goiás Esporte Clube

O campeão goiano entra no Brasileirão para incomodar os seus adversários. O time esmeraldino dificilmente briga pelo título, mas sempre é complicado combatê-lo. Ano passado, a equipe ficou na oitava posição. Para conseguir sucesso na competição deste ano, o clube aposta na experiência de Harlei, Romerito, Iarley e Felipe. Os laterais Vítor e Júlio Cesar também são boas armas da equipe goiana. É válido destacar a tradição do Goiás em fazer artilheiros no campeonato nacional, tais como Túlio, Dill, Dimba e Sousa.

Destaque: Felipe
Ponto negativo: setor defensivo
Aposta: briga pela Copa Sul-Americana


Grêmio Football Porto-Alegrense

Poucos imaginaram que o Grêmio brigaria pelo título no ano passado. Mas, brigou. Esse ano, o time entra como um dos favoritos. Tem um elenco muito forte, com boas peças de reposição, principalmente no ataque. São sete jogadores de qualidade - Alex Mineiro, Herrera, Maxi, Reinaldo, Perea, Jonas e Roberson - revezando em duas vagas. Nesta temporada, o Grêmio teve a melhor campanha no inicio da Libertadores, mas foi eliminado precocemente no Gaúchão. A disputa da Libertadores pode prejudicar a equipe no inicio do Brasileiro.

Destaques: Souza e Maxi Lopez
Ponto negativo: comando técnico é dúvida
Aposta: briga pelo título


Sport Club Internacional

Um grande time no ano do centenário. O Colorado ganhou com muita facilidade o Gaúchão e entra no Brasileiro como um dos favoritos. Com um futebol dinâmico, o Inter tem a melhor média de gols do Brasil nesta temporada. Ano passado, o bom elenco decepcionou e garantiu apenas o sexto lugar.

Destaque: Nilmar, Taison e D´Alessandro
Ponto negativo: lateral-direita
Aposta: briga pelo título


Clube Náutico Capibaribe

Ano passado, o Timbu só não foi rebaixado porque tinha um saldo de gols melhor que o do Figueirense. Com um time modesto, a equipe pernambucana deve brigar novamente para não cair. No Estadual, o time não foi páreo para o Sport e a carência de títulos incomoda a torcida alvi-rubra. Mesmo com um elenco limitado, a aposta é na velocidade do atacante Gilmar e na força dentro de casa.

Destaque: Gilmar
Pontos negativos: laterais e articulação
Aposta: briga para não cair


Sociedade Esportiva Palmeiras

O Palmeiras garantiu o quarto lugar no ano passado e conseguiu a vaga na Libertadores deste ano. A aposta da equipe e da Traffic (parceira financeira) foi em jogadores que se destacaram no Brasileirão do ano passado, como Cleiton Xavier, Marquinhos e Keirrison. Outro trunfo palmeirense é o técnico Vanderlei Luxemburgo, maior vencedor do Campeonato Brasileiro.

Destaques: Cleiton Xavier, Diego Souza e Keirrison
Pontos negativos: zaga e lateral-direita
Aposta: briga pela Copa Libertadores

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Raio-X do Brasileirão - Parte II

Luciano Dias

Sport Clube Corinthians Paulista

O Timão tem motivos de sobra para comemorar em 2009. O clube volta à elite, é o atual campeão Paulista e contratou Ronaldo. A equipe, além de manter a base que conseguiu o acesso, contratou peças importantes para reposição. Mesmo assim, arrisco em dizer que o Corinthians não é um candidato ao título do Brasileirão.

Destaque: Ronaldo
Ponto negativo: lateral-direita
Aposta: briga pela Copa Libertadores


Coritiba Football Club

De fato, o ano do centenário do Coxa não começou como a torcida esperava. O time ficou em 3º lugar no Estadual e já trocou de treinador. Saiu Ivo Wortmann e entrou Renê Simões, o mesmo técnico que conquistou a Série B em 2007. Para aumentar o poder ofensivo, que diminuiu com a saíde de Keirrison no inicio do ano, a diretoria contratou Marcelinho Paraíba, que estava em baixa no Flamengo. Ano passado, o Coxa apresentou um bom futebol, mas ficou apenas em 9ª lugar.

Destaque: Marcelinho Paraíba
Pontos negativos: laterais e ausência de um camisa 9 de qualidade
Aposta: briga pela Copa Sul-Americana


Cruzeiro Esporte Clube

O elenco de 2008 foi mantido e reforçado. As contratações de jogadores como Kleber para o ataque e Leonardo Silva para a defesa aumentaram o poder do time celeste. Além disso, pelo segundo ano consecutivo, o Cruzeiro vem motivado pela conquista tranquila do Estadual. A participação na Copa Libertadores pode prejudicar a equipe no inicio do Brasileirão.

Destaques: Kleber e Ramires
Ponto negativo: a lateral-esquerda ainda é uma dúvida
Aposta: briga pelo título


Clube de Regatas Flamengo

O tricampeão carioca manteve a base da equipe que ficou com o quinto lugar no Brasileirão do ano passado. O objetivo deste ano é garantir a vaga na Libertadores. Mas, a ausência de uma dupla de ataque de qualidade pode fazer com que o sonho de disputar a competição continental demore por mais tempo. Os laterais Leonardo Moura e Juan são as válvulas de escape do Rubronegro.

Destaques: Ibson, Leo Moura e Juan
Pontos negativos: ataque e falta de suplentes para o setor defensivo
Aposta: briga pela Copa Sul-Americana


Fluminense Football Club

A temporada não começou como a torcida esperava, ao contrário do ano passado, quando o Tricolor chegou às finais da Libertadores. Para buscar sucesso no Brasileirão e retornar à competição continental, o Flu deposita as esperanças em Conca e nos repatriados Thiago Neves e Fred. Mas, a deficiência, principalmente nas laterais, pode prejudicar o Fluminense na busca de ventos melhores.

Destaques: Thiago Neves e Fred
Pontos negativos: deficiência nas laterais e dúvidas sobre o companheiro de Fred no ataque
Aposta: briga pela Copa Sul-Americana


OBS: A diretoria do Flamengo anunciou nesta quarta-feira o anúncio oficial da contratação do Imperador Adriano. O reforço, sem dúvidas, melhora o setor ofensivo do Rubronegro.

terça-feira, 5 de maio de 2009

Raio-X do Brasileirão - Parte I

Luciano Dias

Clube Atlético Mineiro

Assim como no ano passado, o Galo começa o Brasileirão com a crista baixa. A equipe perdeu o Campeonato Mineiro de maneira vexatória para o rival Cruzeiro. Para a disputa da competição nacional, a torcida alvinegra deposita as suas fichas no atacante Diego Tardelli e no retorno do técnico Celso Roth. No último Brasileirão, o Galo ficou apenas na 12ª colocação.

Destaque: Diego Tardelli
Pontos negativos: insegurança dos goleiros, irregularidade do setor defensivo e carência de um articulador
Aposta: briga pela Copa Sul-Americana


Clube Atlético Paranaense

O Furacão vem motivado com o título Estadual depois de quatro anos. O Atlético tem uma equipe modesta, mas tem no banco de reservas a inspiração: Geninho, comandante da equipe na inédita conquista do Brasileiro de 2001. A força do time está concentrada na boa fase do He-Man Rafael Moura. Ano passado, o time ficou na modesta 13ª posição.

Destaque: Rafael Moura
Pontos negativos: laterais
Aposta: briga pela Copa Sul-Americana


Avaí Futebol Clube

Os torcedores do Leão da Ilha esperaram 30 anos para verem a equipe na Primeira Divisão. O time entra neste Brasileiro com várias motivações: retorna à Série A, é o atual campeão estadual e ver o maior rival, Figueirense, na Segunda Divisão. O técnico Silas, da nova safra de treinadores, é o principal responsável pela boa fase do Leão. Mas, a falta de jogadores de maior expressão pode prejudicar a equipe na competição nacional.

Destaque: Marquinhos
Pontos negativos: elenco limitado e inexperiência de alguns jogadores
Aposta: briga para não cair


Grêmio Recreativo Barueri

Estreante na Série A, o time da Região Metropolitana de São Paulo não quer repetir a campanha do Ipatinga no ano passado. Para a disputa na elite, o clube, com apenas 20 anos de vida, aposta as fichas nos gols do atacante Pedrão, pretendido por vários clubes do Brasil. O estádio Arena Barueri é um exemplo de organização da Abelha. Mas, o time deve esbarrar na ausência de um elenco forte tecnicamente.

Destaque: Pedrão
Pontos negativos: elenco limitado tecnicamente e ausência de um articulador
Aposta: briga para não cair


Botafogo de Futebol e Regatas

Mais uma vez vice-campeão carioca. Perder para o Flamengo por três oportunidades seguidas não é fácil. Mesmo com a moral baixa após a perda do Estadual e da eliminação precoce da Copa do Brasil, o time entra no Brasileiro com o estilo mineiro de ser: "comer pelas beiradas". Para fazer jus a esse estilo, o alvinegro conta em seu elenco com nove jogadores que já passaram por Minas Gerais, além do treinador Ney Franco. Em 2008, o time assegurou a 7ª colocação.

Destaque: Maicossuel
Pontos negativos: insegurança dos goleiros, irregularidade e ausência de reservas com qualidade
Aposta: briga pela Copa Sul-Americana