terça-feira, 23 de agosto de 2011

O drama de Kerlon

Luciano Dias (@jornlucianodias)

Ele ficou conhecido pelo "drible da foca". Fez sucesso no Cruzeiro e foi negociado com a Internazionale (ITA). Mas as contusões determinaram para uma queda impressionante na carreira. Esta é a situação de Kerlon, que é apenas uma das opções do Nacional de Nova Serrana para a disputa da Taça Minas Gerais.

O Esporte Fantástico Minas (TV Record) foi atrás do jogador no município conhecido pela fabricação de calçados, localizado no centro-oeste do Estado. Sem clube desde que deixou o Paraná, o jogador de 23 anos já está treinando com os novos companheiros. Ele chegou por empréstimo da Inter de Milão, detentora dos direitos federativos do atleta.

Mas quem pensa que o meia-atacante está fazendo trabalhos com bola, está enganado. Kerlon está em um local bem conhecido: o Departamento Médico. De acordo com o técnico Eugênio Souza, o Foquinha sentiu uma lesão na coxa durante os treinamentos.

Contusões fazem parte da carreira do jogador. Em seis anos como profissional, já foram seis operações - duas no tornozelo esquerdo, uma joelho direito e três no joelho esquerdo. Diante do histórico, boa parte da torcida do Nacional não acredita em bom desempenho do jogador no novo clube.

Para o ex-jogador Eduardo Amorim (Eduardo Rabo de Vaca), que brilhou no Cruzeiro na década de 1970, Kerlon não vai ter muita pressão em Nova Serrana e isso vai facilitar o resgate do bom futebol do atleta.

Somente promessa

Natural de Ipatinga, Vale do Aço mineiro, Kerlon chegou à equipe mirim do Cruzeiro em meados de 2001. Com apenas 18 anos, o jogador foi destaque das categorias de base do time celeste.

Kerlon apareceu para o futebol no Sul-Americano Sub-17, em 2005, quando a seleção brasileira conquistou o título do torneio. O então atleta do Cruzeiro foi considerado o melhor jogador da competição.

A estreia no time profissional da Raposa foi em maio de 2005, na partida contra o Baraúnas-RN, pela Copa do Brasil, no Mineirão. Mas Kerlon não conseguiu uma sequência de jogos na Raposa por causa, principalmente, da série de contusões.

Kerlon voltou a virar notícia no clássico contra o Atlético, no Brasileirão de 2007, quando se envolveu em um lance polêmico com o lateral Coelho, então jogador do alvinegro. Na oportunidade, o meia-atacante, com sua jogada característica, tentou passar pelo adversário, que o recebeu com uma agressão. Para homenagear o atleta, o Cruzeiro lançou até uma foquinha de pelúcia para a criançada.

Sem oportunidades no time celeste, Kerlon foi tentar a sorte no futebol italiano, em 2008. Esteve no Chievo e na Internazionale. Mas, o drama do atleta não alterou no exterior. Ele continuou convivendo com a série de contusões e, consequentemente, com a falta de sequência jogos.

Ano passado, esteve emprestado ao Ajax (HOL). Mas o quadro de contusões não mudou. Em uma de suas primeiras partidas pelo time holandês, Kerlon sofreu uma grave lesão e ficou afastado por vários meses dos gramados.

Este ano, mais uma chance. Desta vez, no Paraná. Outro fiasco. Kerlon chegou em janeiro, mas, neste período, disputou apenas quatro partidas - três pelo Paranaense e uma pela Série B. O restante do tempo, ele passou em tratamento de lesões. No total, o Foquinha fez quatro partidas no time paranaense, três delas começando como titular, mas em nenhuma conseguiu jogar os 90 minutos. Fora de forma, o auge do jogador foi um pênalti perdido contra o Rio Branco, ainda no Campeonato Paranaense.

Confira a matéria do Esporte Fantástico Minas sobre o drama de Kerlon:

Reportagem: Maicon Mendes
Produção: Luciano Dias


sexta-feira, 19 de agosto de 2011

POR ONDE ANDA? Tuta

Luciano Dias (@jornlucianodias)

Atacante com uma característica peculiar: gostava de jogar mascando chicletes. Atuou em grandes clubes brasileiros. Ficou famoso na Itália ao marcar um gol para sua equipe que não era para ser feito. O POR ONDE ANDA? segue os passos de Moacir Bastos, o Tuta.

O começo

Nascido em Palmital (SP), Tuta iniciou sua carreira no interior paulista. Foi revelado pelo Araçatuba, em 1994. Depois de passagem apagada pelo XV de Piracicaba no ano seguinte, os gols de Tuta começaram a aparecer em 1996, no seu retorno ao Araçatuba. O Juventude, clube que despontava com a parceria com a Parmalat, contratou o atacante.

Mas Tuta só apareceu no cenário nacional entre 1997 e 98, quando vestiu a camisa da Portuguesa. O bom posicionamento dentro da área chamou a atenção do Atlético-PR, que o contratou para substituir Oséas, negociado com o Palmeiras.

Foram 15 gols em 39 jogos pelo Furacão. O suficiente para receber uma proposta da Europa, mais precisamente do Venezia (ITA).

Gol inusitado

Foram cinco meses na Itália e três gols pelo Venezia. E foi no futebol italiano que Tuta marcou o gol mais inusitado da carreira. Em uma partida entre Venezia e Bari, Tuta marcou o gol da vitória de seu time no último minuto de jogo. O atacante comemorou muito. Mas, estranhamente, seus companheiros de equipe não comemoraram, levantando suspeitas de que havia um acordo para que a partida terminasse empatada. Sem clima em Venezia, retornou ao futebol brasileiro.

O sucesso


Tuta voltou mais experiente ao Brasil. Em 1999, jogou no Vitória. Marcou gols importantes e ajudou o rubronegro baiano a chegar às semifinais do Campeonato Brasileiro. No ano seguinte, o "mascador de chicletes" manteve a boa fase no Flamengo, conquistando o Campeonato Carioca.

Em 2001, o atacante era um dos principais nomes do time "bom e barato" do Palmeiras. Na verdade, o termo "bom" ficou por conta da diretoria palmeirense. Propagandas à parte, o jogador fez sete gols em 11 partidas pelo Verdão.

No ano seguinte, voltou para o Flamengo, mas ficou pouco tempo na Gávea porque recebeu uma boa proposta do futebol coreano. E ele brilhou por lá. Primeiro no Anyang Cheetahs FC, depois no Suwon Samsung.

No retorno ao Brasil, em 2004, o atacante fez 16 gols pelo Coritiba, no Brasileirão. No ano seguinte, Tuta manteve o faro de gols no Fluminense. Ganhou o Carioca e marcou 29 gols em dois campeonatos Brasileiros com a camisa do Tricolor carioca. Mas a péssima campanha do Flu em 2006 culminou com a saída do jogador da equipe. Ele passou a ser perseguido pela torcida e não quis continuar no clube.

O destino foi outro Tricolor: o Grêmio. Foi um dos destaques na conquista do Campeonato Gaúcho de 2007, porém depois da perda da decisão da Taça Libertadores para o Boca Júniors (ARG) e da queda de produção, não teve o contrato renovado.

Em 2008, Tuta assinou contrato com o Figueirense. Mas o vínculo, que iria até o dia o fim do mesmo ano, foi reinscindido. O treinador da equipe, Alexandre Gallo, sem maiores explicações, decidiu dispensar o jogador ainda no mês de abril, após apenas 5 jogos ( 5 gols).

A queda

O destino foi o São Caetano, por onde permaneceu entre 2008 e 2009. Sua passagem pelo Azulão foi conturbada. O atacante demorou para entrar em forma, além de ser constantemente acusado pelos torcedores da boemia quase diária pelos poucos bares da cidade.

Em 2009, Tuta foi contratado como a esperança de gols do Náutico para a disputa da Série A. Não deu certo. Sumiram os gols. Para piorar, o time pernambucano foi rebaixado para a Segunda Divisão.

Nos anos seguintes, o jogador foi a principal contratação do modesto Resende para a disputa do Carioca. Mesmo sem demonstrar o mesmo futebol de anos anteriores, a experiência foi um fator importante para o clube do interior do Rio.

Brasiliense: Lar dos Velhinhos

Aos 36 anos, Tuta foi contratado pelo Lar dos Velhinhos do futebol brasileiro, mais conhecido como Brasiliense, para a disputa da Série C. O time candango tem tradição em contratar veteranos, como Marcelinho Carioca, Vampeta, Oséas, Júnior Baiano, Aloísio, entre outros.

O contrato com o clube de Taguatinga foi assinado até o fim do ano que vem. O atacante chegou com status de goleador. Mas, os gols não estão aparecendo e, atualmente, Tuta masca seus chicletes no banco de reservas.

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Temos uma seleção normal

Luciano Dias (@jornlucianodias)

A torcida brasileira reclama... Contesta Mano Menezes. Os motivos? Mais um resultado negativo do futebol canarinho. Depois da decepção na Copa América, agora foi a vez da equipe perder para a Alemanha, por 3 a 2, em Stuttgart. Só para lembrar, nas outras vezes que a Seleção enfrentou equipes de ponta (França, Argentina e Holanda), os resultados positivos também não apareceram.

Mano Menezes completou um ano no comando. O retrospecto não é dos melhores. Em 12 partidas, o atual treinador coleciona um aproveitamento inferior ao de Dunga, seu antecessor (66% a 61%), que, com um ano no banco verdeamarelo, sem dar espetáculo, já havia conquistado a Copa América e derrotado, com facilidade, a Argentina duas vezes. Não, eu não quero o retorno de Dunga. Só quero enfatizar a situação delicada de Mano.

De fato,o momento do atual treinador não é dos melhores. Mas, além das convicções equivocadas do comandante, temos que reconhecer que a Seleção é, digamos, normal.




Temos uma boa safra de goleiros. Mas, o atual titular não vive bom momento. Sofre gols estranhos e rebate bolas simples.Também temos bons zagueiros, apesar do desempenho ruim contra a Alemanha. Lúcio, Thiago Silva e David Luiz, por exemplo, são grandes nomes da posição. Também temos os dois melhores laterais direitos do mundo: Daniel Alves e Maicon. A parte boa para por aqui.

Agora vem os problemas que transformam o Brasil em um time normal, medíocre. Na lateral esquerda temos um fraco André Santos (para não dizer terrível). Há 10 anos, quando o país tinha grandes jogadores na posição, o atual camisa 6 não seria titular, sequer, nos times da Série A do Brasileirão. O melhor da posição é Marcelo, do Real Madrid, mas, nem de longe, tem a mesma categoria de Roberto Carlos.

No meio-campo, mais mediocridade. A dupla de volantes Ramires e Lucas Leiva (contra a Alemanha jogou Ralf) são bons jogadores, mas não têm nada de excepcionais. As seleções de ponta contam com atletas de melhor qualidade para a posição. De fora da lista tem o Hernanes, que também pode jogar como organizador. Mas também não é nenhuma solução.

Na armação, mais problemas. A grande esperança é Paulo Henrique Ganso. Mas o santista não está a vontade com a amarelinha. Está preso, não consegue armar, fazer jogadas de efeito. Elano, Fernandinho, Jadson, Thiago Neves e Renato Augusto também já foram testados como homens de armação. Não agradaram. Diante dos fracassos dos convocados, Ronaldinho Gaúcho e Kaká podem voltar em breve.

No ataque, temos badalações. Neymar e Alexandre Pato são bons jogadores e o melhor: são novos e podem evoluir. Mas, por enquanto, não resolvem. Não entendo os exageros da mídia com estes jogadores. Chegaram a comparar Neymar com Messi e Pato com Ronaldo. Isso é uma brincadeira sem graça e desrespeito com o torcedor.

Ah, ainda tem o Robinho que... Bem, é melhor falar da saudade de grandes atacantes que a seleção teve nas últimas décadas. Só para não ir longe, cito Careca, Romário e Ronaldo.

A verdade é que Mano tem que repensar. O primeiro passo é reconhecer que a Seleção é uma equipe normal, que não assusta os adversários já na escalação. No jogo contra a Alemanha, por exemplo, vimos o Brasil como um time pequeno, rifando a bola em demasia e desorganizado na armação.

Falta confiança, falta futebol, faltam craques. Doze meses se passaram com Mano Menezes. Reformulação foi prometida. Ninguém foi revelado. E depois de um ano da estréia inspirada contra os Estados Unidos, tudo piorou. E pode piorar ainda mais.

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Jenílson abre restaurante francês

Luciano Dias (@jornlucianodias)

Você conhece o restaurante do baiano Jenílson Ângelo de Souza? Ou melhor, pra começar: você conhece o Jenílson? Provavelmente não, né!? Trata-se do ex-lateral Júnior, pentacampeão com a seleção em 2002.

Aos 38 anos, o baiano de Santo Antônio de Jesus, que defendeu clubes como Vitória, Palmeiras, Parma (ITA), São Paulo, Atlético-MG e Goiás, abriu um restaurante em Belo Horizonte. E não pense que a especialidade do estabelecimento é a comida baiana. O restaurante oferece pratos da culinária francesa.

Localizado no Bairro de Lourdes, na região Centro-Sul de BH, o restaurante surgiu a partir da sociedade do ex-jogador e de sua esposa Kelly Souza com o advogado Guilherme Cruz. Júnior contou que a ideia de abrir o estabelecimento nasceu de uma conversa descompromissada com Guilherme Cruz, que manifestou ao ex-lateral o desejo de investir no ramo de alimentação.

Para encarar a nova empreitada, Júnior pendurou as chuteiras no final da última temporada, quando ainda defendia o Goiás, rebaixado para a Série B do Campeonato Brasileiro.

Além da Copa do Mundo de 2002, Júnior tem outros títulos expressivos no currículo, como os do Brasileirão, Copa do Brasil, Libertadores e Mundial de Clubes.

O fato é que se o pentacampeão repetir a receita usada nos gramados na nova empreitada, o sucesso do restaurante francês é garantido.

Conheça o restaurante do pentacampeão Júnior na matéria do Esporte Fantástico Minas:

Produção: Luciano Dias e Magno Dantas
Reportagem: Marcus Pena