sexta-feira, 26 de julho de 2013

Superação atleticana

Luciano Dias (@jornlucianodias)


Depois de um longo e tenebroso inverno (verão, outono e primavera), resolvi escrever no blog. Acompanhei, de perto, a campanha atleticana na Libertadores. Treinos, jogos, embarques, desembarques... De fato, muita história pra contar.

Um título que é resultado de um trabalho que não vem de hoje. O planejamento traçado por Alexandre Kalil começa a colher frutos. Observando o grupo, podemos dizer que é formado por jogadores que queriam mostrar poder de superação. E mostraram. Abaixo, um pouco do histórico de alguns dos heróis do título mais importante da história atleticana. Atletas que não viviam grandes momentos e deram a volta por cima no Galo.

Victor - Goleiro que tinha a fama de pé frio no Grêmio. Chegou ao Atlético e acabou com o revezamento na meta atleticana após a saída de Diego Alves, em 2007. Se transformou em São Victor. Herói contra o Tijuana, contra o Newells e contra o Olimpia. Nome emblemático da conquista atleticana;

Marcos Rocha - Jogador deixado de lado por Luxemburgo em 2011. Depois de ser emprestado ao América, voltou muito bem ao Atlético. Hoje, é um dos jogadores mais valorizados na posição;

Leonardo Silva - Foi praticamente dispensado do Cruzeiro. Com muito respeito, assumiu a titularidade no Atlético. Passou por momento complicado após o 6 a 1 para o Cruzeiro em 2011. Mas, é mais um que deu a volta por cima;

Rever - Mais um que ficou marcado pelo 6 a 1 contra o maior rival. Mostrou superação e, hoje, é um dos principais zagueiros do Brasil. É, simplesmente, o capitão que levantou o trofeu mais importante da história atleticana;

Richarlyson - Tinha a saída do Atlético dada como certa no final do ano passado. Começou 2013 como reserva, mas ganhou a titularidade no decorrer da temporada. Mesmo, muitas vezes criticado pela torcida e pela imprensa, é muito importante taticamente;

Pierre - É a cara do Atlético. Sinônimo de raça. Foi dado como dispensado do Palmeiras e envolvido numa troca com Daniel Carvalho. Pierre chegou e tomou conta da posição. É o pittbull do meio-campo atleticano;

Leandro Donizete - Chegou a ser criticado quando chegou ao Atlético. Boa parte da torcida pedia por Filipe Soutto, ao invés de Donizete. Aos poucos, com muita raça, o ex jogador do Coritiba tomou conta do meio-campo atleticano. Formou, ao lado de Pierre, uma das melhores duplas de volantes do futebol brasileiro;

Ronaldinho - O melhor exemplo de superação. Saiu pela porta dos fundos do Flamengo. Problemas com a torcida e com a diretoria rubronegra. Para muitos, sua carreira estava perto do fim. Mas, como Cuca gosta de destacar, Ronaldinho fez bem ao Atlético e o Galo fez bem para o craque. É o astro da equipe, idolatrado em todos os países onde o Atlético atuou nesta Libertadores. De fato, R10, reencontrou a alegria de jogar futebol;

Bernard - Um menino que não sabia finalizar. Um pouco afobado também. Mas Bernard amadureceu, principalmente, após a chegada de Ronaldinho Gaúcho. Irrita os adversários com sua movimentação e velocidade. Chegou, inclusive, à Seleção e é um dos jogadores mais valorizados do futebol brasileiro;

Diego Tardelli - A cereja do bolo atleticano. Mas, ainda era visto como jogador problema pela mídia nacional. Comentaristas precipitados também o criticava. Mas, Tardelli está no auge das formas física e técnica. A identificação com a camisa atleticana é perfeita. É idolatrado pela torcida e, sem dúvidas, é um dos maiores jogadores da história alvinegra;

Jô - A torcida do Internacional tem dor de cabeça quando escuta o nome do atacante. "Como aquele cara baladeiro se transformou no matador atleticano?" Artilheiro da Libertadores, inclusive. É o Jô da Seleção também.  Mesmo sem a habilidade dos companheiros de frente, o atacante é importantíssimo no esquema tático de Cuca. O pivô. O matador trombador;

Outros jogadores que mostraram poder de superação:

Gilberto Silva - Para muitos, estava velho. Mas, a experiência de Gilberto Silva fez a diferença em boa parte da Libertadores. Foi titular em vários jogos da campanha por causa da contusão de Leonardo Silva e da suspensão de Réver. É um cara de grupo. Um cara que tem muita identificação com Atlético. Ídolo atleticano pela dedicação e respeito com a camisa alvinegra;

Luan - Atacante com muita raça e disposição. Era um mero desconhecido quando chegou ao Atlético. Mas, já na sua apresentação como novo jogador do Galo, já demonstrava que seria um atleta com muita identificação com o clube. Fez um gol importantíssimo no empate em 2 a 2 contra o Tijuana, no jogo de ida das quartas de final. Entrou em praticamente todas as partidas da campanha;

Guilherme - Um jogador que tinha sempre a desconfiança da torcida. Ex-cruzeirense, carrasco do próprio Galo. Não conseguia uma sequência de jogos e se machucava com frequência. Mas, depois do gol contra o Newells, nas semifinais, virou um dos heróis da conquista. Deixou a sua marca na disptuta de pênaltis contra o Olimpia. Cuca nunca quis se desfazer do jogador. Agora que ele não vai querer mesmo;


Cuca - Azarado. Sem complica nos momentos decisivos. Mas, com um título da Libertadores no currículo, qualquer desconfiança vai por água abaixo. Cuca faz suas equipes jogar bonito. Faltava um título importante. Faltava. Cuca é campeão da Libertadores com muita humildade e trabalho. É, sem dúvidas, um dos principais técnicos do futebol brasileiro. Merecedor!