sexta-feira, 28 de março de 2008

Dissertação de um atleticano

Por João Paulo Castilho

Como diria o poeta: “E Ninguém cala este nosso amor”. Mas devem estar se perguntando: “Uai, mas esse não é o coro do Botafogo?” Pois é, mas essa é a sensação que oito milhões de atleticanos sentiram no dia 25 de março mais importante da história do Clube Atlético Mineiro. Em 1908, 22 alunos do Colégio Arnaldo liderados por Margival Mendes Leal resolveram, no Coreto do Parque Municipal, criar uma equipe de futebol. Daí surgiu o grande Galo, que, ao longo destes cem anos honrou “o nome de Minas no cenário esportivo mundial”.

Nestes 100 anos, verdadeiros soldados vestiram esta armadura que, como diria o saudoso Roberto Drummond “se tivesse pendurada no varal durante uma tempestade, o atleticano torce contra o vento”. Quem nunca ouviu falar de Ubaldo Miranda, aquele que era sempre carregado pela torcida. E de Guará? Aquele que é o maior artilheiro nos clássicos contra o Cruzeiro, e que recebeu o nome do maior prêmio esportivo mineiro. E de Said, o Abi- chute? Eder Aleixo, o bomba de Vespasiano? São tantas emoções...

No hino, há o trecho: “Vencer, vencer, vencer”. Será que Vicente Motta, autor, quis retratar com características grandes jogadores do alvinegro? Pode ser Jairo, Said e Mário de Castro? Lola, Oldair e Dadá Maravilha? Ramon, Marques e Guilherme? Cerezo, Reinaldo e Eder? E vários outros que, com orgulho vestiram, riram, choraram, alegraram e entristeceram junto com o pavilhão mais aclamado de Minas Gerais.

Quem não se lembra das lágrimas de João Leite quando o time perdeu o Campeonato Brasileiro invicto com 17 pontos a frente do segundo colocado... e campeão, São Paulo? E a cabeça enfaixada e o sangue derramado de Alexandre Gallo, em uma final de Mineiro em cima do nosso arqui-rival? E o choro de Renato quando o time caiu para a Segunda Divisão do Brasileirão? Pois é meus amigos, estes são apenas alguns exemplos de raça e determinação que o time tem desde a sua fundação.

Aliás, isso foi o motivo do saudoso cartunista Fernando Pierucetti, o Mangabeira criar o nosso mascote. Sob encomenda do antigo jornal Folha de Minas, ele disse que o galo representa a garra e a raça que o time tem dentro de campo. E até hoje isso não foi diferente.

Mas nem tudo foi alegria neste pavilhão. Derrotas marcantes, presidências frustradas, jogadores sem compromisso e jejuns de títulos mancharam de sangues esta camisa que é tão forte. Quem não se lembra daquele jogo da Libertadores de 1981, contra o Flamengo? Aquele Atlético e Santo André? E aquele jogo contra o Botafogo em 2007? E aquele contra o Vasco, em 2005, que sacramentou a queda do Galão à Série B?

E do Catanha, lembram? Uéslei, Neto, Luiz Carlos Winck, Gaúcho, George Lucas, Evair, Emerson “Zé Pequeno”, Ataliba, Aranha e Renato Gaúcho? Sem comentários, mas fazer o quê?

Mas queremos é alegria. Nesta maravilhosa massa, que por várias vezes foi recorde de público e que no geral, perde apenas para o Flamengo em número de pagantes nos estádios. Por falar em estádios, é do Galo o recorde de pagantes no Mineirão: 115 mil 142 torcedores, num amistoso contra o Fla.

E em jogos memoráveis temos vários Atlético e Cruzeiro, Atlético e Flamengo e vários Atlético e Corinthians. Mas o principal de todos foi o Atlético e Botafogo de 1971. A partida ficou 1 a 0 para Galo no Maracanã. Ninguém iria imaginar que esta seria a partida mais importante da história do clube.

Para encerrar este sincero depoimento, que pelo promoveram não nos últimos 19 anos, mas sim pelo que fez nestes 100, agradecer a estas pessoas, pelo que elas fizeram para que estas páginas ficassem cheias de histórias e alegrias: Quero agradecer a: Reinaldo Lima, Dadá Maravilha, Toninho Cerezo, Jairo, Said, Mário de Castro, Kafunga, João Leite, Velloso, Renato, Lacy, Mão de Onça, Ubaldo Miranda, Oldair, Humberto Ramos, Eder Aleixo, Guará, Paulo Isidoro, Tomazinho, Fileto, Luizinho, Batista, Cláudio Caçapa, Edivaldo, Ricardo Díez, Eder Lopes, Heleno, Iustrich, Euller, Getúlio Carão, Paulinho Kiss, Nariz, Gilberto Silva, Telê Santana, Barbatana, Procópio Cardoso Neto, Levir Culpi, Cincunegui, Marques, Nelinho, Nivio, Vanderlei Paiva, Ortiz, Vantuir Galdino, Guilherme, Renato Morungaba, Fernando Roberto, Nelson Campos, Elias Kalil, Fábio Fonseca, Eustáquio da Força Viva, Willy Gonzer, Roberto Abras, Zenon, Mazurkiewicz, Sérgio Araújo, Jorge Valença, Belmiro, Juruna, Valtinho, João Segurança, Paulo Roberto Prestes, Danival, Ângelo, Campos, Lucas Miranda, Carlyle e vários outros que não deu para colocar.

Mas digo a todas aquelas que transformaram o Galo no que é hoje, apenas uma coisa: em nome da torcida atleticana, obrigado por existir. Galo, uma vez até morrer!!!

Um comentário:

Anônimo disse...

muito boa a materia
parabens aee
sempre galo!
tudo de bom!
sucesso!