sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Na sala de emergência

Coluna Paulo Henrique Marques - Cesta na Sexta

Nesta inauguração da coluna Cesta na Sexta, pensei em várias coisas que poderiam ser ditas sobre o basquete nacional. Desde o dia que me deram a oportunidade de escrever para o Acréscimos, venho pensando qual seria a melhor forma de começar a atividades.

Então, várias imagens e passagens vieram à minha mente nos últimos dias. Principalmente sobre a situação na qual se encontra o basquete brasileiro. No pré-olímpico, a ridícula apresentação da nossa seleção masculina nos garantiu mais quatro anos longe de uma olimpíada. Além do fiasco no mundial de 2006, no Japão. O 19º lugar foi a pior participação dos brasileiros na competição.

Observando tudo que acontece com o esporte nacional atualmente, sinto saudades daquela seleção de 1963. Ubiratan, o maestro da equipe, que contava com lendas como Wladmir, Amauri, Jathyr, Menon, Fritz, Waldemar, Sucar, Mosquito e Rosa Branca. Uma vitória fantástica sobre os norte-americanos nos deu o bi-campeonato e a última felicidade nos mundiais de basquete.

Desde então, as únicas coisas que dão prazer de lembrar são as magníficas jogadas de Oscar e Hortência. Sem esquecer que os dois não jogaram sozinhos, mas são lembrados pelas suas contribuições ao esporte nacional.

Quando alguns jogadores brasileiros foram contratados por times norte-americanos, para jogarem na NBA, acreditava-se que o nível do nosso basquete estava evoluindo. Mas sou realista. É o basquete mundial que está cada vez mais fraco. Vivemos de passado e esquecemos do futuro. Oscar, Magic Johnson, Jordan, Paula, Hortência e muitos outros astros do basquete mundial não voltarão mais.

Está na hora de pensar em reformulação, principalmente no esporte aqui no Brasil. Investimento? Isso sei que é necessário. Mas está na hora de colocarmos na cabeça de nossas pseudo-estrelas (Nenê, Anderson Varejão, Leandrinho e outros jogadores que foram para a NBA) que a Seleção Brasileira é muito maior do que eles imaginam.

A não participação desses jogadores no pré-olímpico, eximindo o “Hilário Nenê” por motivos médicos, foi uma das razões da baixa qualidade apresentada por nossa Seleção. Isso mostra que infelizmente estamos dependentes de alguns jogadores que ainda não aprenderam o censo de patriotismo, o que ocorre em vários outros países.

Fica o alerta para o nosso saudoso Gerasime Nicolas Bozikis, presidente da Confederação Brasileira de Basquete, a CBB. O esporte está sofrendo com a falta de planejamento e investimentos. Está na hora de tomarmos ações drásticas em prol do desenvolvimento de nosso basquetebol. Aproveitar as péssimas experiências que tivemos nestes últimos anos e garantir pelo menos a honra da seleção perante o mundo.

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