segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Figueira sob cárcere privado

Coluna Paulo Afonso - Simplesmente por esporte

Para evitar o rebaixamento, prendam o Figueirense na primeirona. Este aparece ser o lema do novo treinador do clube, Mário Sérgio. Se fosse o Antônio Lopes (delegado), ainda dava para entender.

Mal estreou, ou melhor, estreou mal - domingo último, em casa - o comandante, após a derrota para o Cruzeiro por 4 a 3, tomou uma decisão prá lá de inusitada.

A conclusão foi mais dolorosa para os jogadores, que o recém resultado negativo: o elenco vai ficar confinado até o fim do Brasileiro (07/12). Ordem do poderoso chefão. Se não der certo, pelo menos será um novo candidato a destaque no Guinness Book – livro dos recordes. Serão 77 dias.

Por hora, o saudoso filósofo do futebol deve estar de cabelo em pé, no andar de cima. Refiro-me a Neném Prancha, ex-jogador, treinador e funcionário do Botafogo, falecido em 1976. Antônio Franco de Oliveira ganhou o apelido porque as mãos mediam 23 centímetros, e calçava 44. A fama maior veio com frases antológicas, apesar de ter sido um homem de poucas palavras.

Dentre as raridades verbais, uma contraria a atual convicção de Mário Sérgio: "Se concentração ganhasse jogo, o time do presídio não perdia uma partida.". Precisa dizer algo mais! Sábado, o Figueira deixa a ilha e encara o Galo no Mineirão. Os catarinenses ocupam a 15ª posição na tabela, com 28 pontos. Vejamos se o Big Brother, versão mariosergiana, vai dar resultado.

Pelo visto, o técnico assinou a própria sentença. Afinal, não há jogador que suporte tamanha rigidez. Ainda mais curioso, é que o retiro fica próximo à capital, em uma cidade chamada Águas Mornas. Assim, esse time não vai esquentar nunca. A não ser, a cabeça da turma, e de raiva.

Charge: Paulo Afonso

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