Coluna Paulo Henrique Marques - Cesta na Sexta
Nas para-olimpíadas deste ano, vimos o descaso da nossa imprensa com o esporte nacional. Nossos atletas especiais, como gosto de chamá-los, deram um show em Pequim. Trouxeram o triplo de medalhas (47) em relação aos atletas considerados “normais” (15). Mesmo assim, nada foi comentado na grande mídia brasileira sobre os vitoriosos atletas para-olímpicos. Em contrapartida, a cobertura do fracasso da nossa participação com os atletas “olímpicos” foi massiva.
O valor notícia é algo impregnado na imprensa deste país. Vocês não devem saber, mas na próxima semana, dia 07 de outubro, começa o 11º Campeonato Nacional de Basquete Feminino. Entre as nove equipes participantes, nenhuma representa Minas Gerais. Só São Paulo abriga seis times na competição. As outras três são elencos de Pernambuco, Rio de Janeiro e de Santa Catarina.
Na situação em que se encontra o basquete brasileiro, não podemos exigir que os veículos de comunicação gastem minutos preciosos cobrindo eventos totalmente desprovidos de investimento e coordenação por parte de nossa Confederação. Mas um auxilio da mídia ajudaria na visibilidade do esporte em nosso País.
O futebol masculino, esporte galáxias de distância mais popular que o basquete aqui no Brasil, mantém-se na preferência do público não apenas por ser a paixão nacional, mas devido à grande visibilidade na imprensa. Outra coisa que depõe contra o desenvolvimento dos esportes especializados é a lacuna na grade curricular para os alunos de Ensino Básico, deixando-os sem garantia da prática de todos os esportes. O oposto ocorre nos Estados Unidos. Lá, os alunos são motivados a participar de atividades esportivas variadas. A iniciativa é certeira. Em todas as Olimpíadas, os americanos se destacam entre os melhores.
Não estou aqui promovendo um combate contra a veiculação do futebol masculino na imprensa. Simplesmente, alerto para mudarmos a nossa cultura dentro do esporte, com a efetivação de mais investimentos em outras áreas. A mudança tem que partir também dos próprios dirigentes dessas modalidades. Exemplo, o Vôlei. Atualmente, o segundo esporte na preferência nacional. Para ganhar visibilidade é preciso mostrar resultados. Foi o que aconteceu com o esporte. Vários títulos mundiais e os melhores atletas do mundo chamaram a atenção da imprensa.
No entanto, dizer o quê do futebol feminino? As brasileiras fazem mais bonito em relação aos homens e, mesmo assim, são esquecidas com facilidade pelos jornalistas. Vamos começar a pensar em mudanças desde já, para que nas Olimpíadas de 2012, em Londres, o papel de nossos atletas venha a ser mais convincente e a mídia atue com mais democracia, dando crédito a quem realmente merece.
Um comentário:
o basquete brasileiro não deveria nem ser divulgado nos jornais...estes jogadores e estes dirigentes não merecem...
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