quarta-feira, 16 de junho de 2010

Forlán tira lágrimas da África do Sul

Thiago Ricci (@thiricci)
A eufórica África do Sul dormirá triste. A máxima "silêncio ensurdecedor" fez-se presente na tarde desta quarta-feira (16) no estádio Loftus Versfeld, em Pretória, logo após a belíssima cobrança de pênalti de Diego Forlán. Os uruguaios gostam de ouvir a própria transpiração, quando todo o estádio quer ditar o som ambiente.

Se o responsável pela tristeza no Macaranã foi Ghiggia, desta vez o culpado é Diego Martín Forlán Corazo, com seus 31 anos de experiência. Poderíamos falar que Letsholonyane fazia uma partida excelente até a metade do primeiro tempo, tomando conta do meio-campo africano. Poderíamos abordar o fato de Tshabalala estar visivelmente deslumbrado por inaugurar a rede da Copa do Mundo e, dessa forma, ter prejudicado vários ataques Bafana Bafana. Ou dizer que Mokoena, após dar condição de jogo para Rafa Marques empatar a primeira partida para o México, foi fundamental para o gol inicial uruguaio - com um desvio providencial. Ou, ainda, destacar a atuação exuberante dos sul-americanos Arévalo e Godín, sem esquecer do importante papel de Luis Suárez.

Mas, assim como calou as persistentes vuvuzelas, Forlán deixou todos em segundo plano. Chuteira de ouro nas temporadas 04-05 e 08-09 por dois times medianos (Vilarreal e Atlético de Madri) , a estrela uruguaia dispensou o habitat natural em prol da nação. Carente de organização no meio-campo, o atacante fez as vezes de maestro do time sem pestanejar.

Forlán abriu espaços para os laterais, movimentou o guerreiro meio-campo, além de abastecer o companheiro Suárez (já que este é incapaz de fazer o inverso). O terceiro gol (imagem) foi a perfeita ilustração da importância do jogador do Atlético de Madri. Ele achou Suárez livre pela direita, que aproveitou o preciso lançamento e deixou Álvaro Pereira na cara do gol.

É isso que Uruguai pode mostrar nesta Copa: defesa e meio-campo guerreiros, com muita pegada, um Suárez eficiente, que se movimenta bastante, e uma peça que desequilibra, Diego Forlán. Além da consciência do time de suas limitações, como disse Lugano. Será que isso será o bastante para os sul-americanos passarem das oitavas de final?

Já os simpáticos sul-africanos deverão ficar somente com as vuvuzelas.

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