domingo, 4 de julho de 2010

PERFIL: Calcinha na pista (parte 1)

Pedro Rotterdan (@protterdan)



Batom, glitter, sombra, rímel, brincos e unhas bem feitas. Sim, isso faz parte do mundo da velocidade. Cada vez mais as mulheres estão presentes no automobilsmo, não só dentro dos boxes, como também nos cock pits.

Arrojada, nervosa e briguenta. 1,59 de altura. Se é “nos pequenos frascos que estão os melhores perfumes, também estão os piores venenos”. Por se sentir prejudicada, por três vezes chegou a tirar satisfação com outros pilotos.

Mesmo com o gênio difícil, ela também é amável, admira os pais, é dona de Billy, um cão da raça schnauzer e, como a maior parte das mulheres, gosta de fazer compras nas horas livres. Às vezes um ensaio sensual também lhe cai bem. Sem estilo musical definido já se arriscou a tocar flauta e cantar no coral da escola. Se for música, que seja um cd da Alanis Morissette. Se for filme, que seja uma comédia com Adam Sandler ou Jim Carrey.

Essa é Danica Patrick, piloto de Fórmula Indy desde 2005. Começou a carreira no kart em 1993 e, aos 16 anos, saiu de casa do EUA e foi morar na Inglaterra, onde foi correr pela Fórmula Ford Festival. Lá conseguiu a melhor colocação de um norte-americano na competição, um segundo lugar em 2000.

Para se preparar para as provas, Danica corre diariamente, faz academia e pratica yoga. Mentalmente, ela visualiza as pistas para se concentrar e lembrar todos os traçados, além, é claro, de uma alimentação balanceada com peixe, vegetais, frutas e aveia.

Já no primeiro ano na categoria, um excelente resultado na prova mais tradicional da Indy: um quarto lugar nas 500 milhas de Indianápolis. A primeira e única vitória na Indy aconteceu em abril de 2008, quando se tornou a primeira mulher a vencer uma prova de automobilismo em circuito fechado. O feito foi conquistado no Grande Prêmio do Japão.

Danica na F1 ou na Nascar?

Pelo menos durante os próximos dois anos, nenhuma das duas categorias. É que a piloto renovou o contrato com a Andretti Autosport após uma série de especulações que Danica Patrick iria para a Nascar. Em 2005, ela admitiu que sonha pilotar uma F1 e, em 2008, após sua primeira vitória, chegou a declarar que gostaria de fazer um teste na principal categoria do automobilismo mundial, o que não aconteceu.

Em março deste ano ela declarou ter desistido da F1 pelo clima não ser tão cordial como na Indy. "Na F1, não se vê um piloto receber apoio ou ser gentiu com os rivais. Pilotos como o Takuma Sato, que chegam aqui depois de estarem na F1, ficam espantados com a gentileza das pessoas. E a verdade é que toda a gente é calma, descontraída e simpática", afirmou Danica em uma entrevista ao The Times.

Um comentário:

Guilherme disse...

Seria bom ver uma mulher na F1, mas não acho que isso vai acontecer. Bom texto meu caro!