quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Rugidos decadentes

Luciano Dias (@jornlucianodias)

Quando se fala em Emerson Leão, como treinador, o que vem em sua cabeça? Provavelmente, a sua resposta pode ter relação com as várias confusões que o técnico se envolveu durante a carreira.

Você também pode ter lembrado do excelente trabalho que ele fez pelo Santos, Campeão Brasileiro de 2002. Um time cheio de garotos, como Robinho e Diego, que encantou o Brasil. A torcida do Sport também não esquece da primeira experiência de Leão como treinador, em 1987, quando o comandante conquistou o Brasileiro daquele ano.

E no mais? Você se lembra de algum outro bom trabalho de Leão nestes 23 anos de carreira como treinador?

Talvez pelo Atlético-MG em 1997, quando o técnico conquistou a extinta Copa Comenbol e a Copa Centenário. Quem sabe no São Paulo em 2005, quando o comandante venceu o Paulistão.

Mas, você arrisca algum outro bom trabalho? Provavelmente não. Leão não foi bem na maioria dos times que treinou. Olha que foram mais de 20 clubes. O técnico também teve a oportunidade de treinar a Seleção Brasileira em 2001. Também não foi bem. Decepcionou nas Eliminatórias e na Copa das Confederações. Morreu abraçado com apostas que ele levou para a Seleção, como o volante Leomar e o lateral Russo.

De fato, Emerson Leão é um treinador em decadência no cenário do futebol. Seus rugidos não assustam mais. O comandante sobrevive, principalmente, com o Brasileirão conquistado pelo Santos em 2002. O último título do técnico, por exemplo, foi o Campeonato Paulista de 2005 pelo São Paulo. No mais, Leão só é lembrado em (várias) confusões.

Nos últimos cinco anos, foram só decepções. Neste período, Leão treinou nove clubes diferentes, sendo duas passagens, em 2007 e em 2009, pelo Atlético-MG. Mesmo considerado caro e renomado, o que ele conseguiu acumular nesses últimos anos foram apenas polêmicas. Só isso!

Sim, Leão conseguiu levar um time na Sul-Americana ali e tirou um outro do rebaixamento aqui. Mas título que é bom, nada... Muito pouco para um treinador caro como ele.

Veja os trabalhos pífios de Leão nos últimos anos:

Vissel Kobe-JAP (2005)
Foram apenas quatro partidas. Leão não continuou o trabalho porque recebeu um convite para treinar o Palmeiras.

Palmeiras (2005/06)
Assumiu o comando do Palmeiras durante o Brasileirão de 2005, classificando o time para a Libertadores. Leão foi demitido em 2006 após uma sequência de resultados negativos. A goleada, por 6 a 1, sofrida para o Figueirense foi o estopim. O técnico deixou o Palmeiras com a suspeita de ter sido "derrubado" pelos jogadores. Os atletas teriam feito "corpo mole" depois que Leão declarou que aquele elenco era apenas "nota 5".

São Caetano (2006)
Outra rápida passagem. Novamente, o dinheiro falou mais alto depois que o rico Corinthians/MSI o convidou para ser o treinador. Não deu outra: Leão fez as malas e deixou o São Caetano no início do Paulistão de 2006.

Corinthians (2006/07)
Leão "conseguiu" levar um time cheio de grandes jogadores no modesto 9º lugar do Brasileirão de 2006. Um dos motivos do desempenho pífio, foi uma declaração do técnico, que o colocou em choque com os jogadores argentinos do time: Sebá Dominguez, Mascherano e Tévez. Leão declarou que não gostava de argentinos. Inclusive, o comandante tirou a faixa de capitão de Tevez, alegando que não entendia o que o jogador portenho falava. Foi o suficiente para os argentinos deixarem o clube em 2007. Leão também deixou o Corinthians, devido a péssima campanha no Paulistão.

Altético-MG (2007)
Com um elenco considerado fraco, Leão levou o time à oitava colocação do Brasileirão de 2007, classificando-o à Copa Sul-Americana. Deixou o Galo no ano seguinte para receber mais dinheiro no Santos.

Santos (2008)
A esperança santista era que Leão repetisse o bom desempenho de 2002. Mas, o técnico não foi tão bem. No Paulistão, o time não se classificou para as semifinais. Na Libertadores, o Santos foi eliminado e goleado (4 a 0) pelo América-MEX, nas quartas-de-finais. Os maus resultados e as críticas no Brasileirão decretaram para mais uma demissão do técnico.

Al Saad-CAT (2008)
Outra rápida passagem. Outra demissão. Em nove jogos pelo Al Saad, Leão conseguiu quatro vitórias. Desempenho pífio para os dirigentes do Catar.

Atlético-MG (2009)
Uma nova chance no Galo. Leão até que começou bem pelo alvinegro. Mas a goleada sofrida para seu maior rival na final do Campeonato Mineiro de 2009, e a eliminação frente ao Vitória na Copa do Brasil foram suficientes para mais uma demissão.

Sport (2009)
Após três vitórias, dois empates e cinco derrotas em apenas um mês e 22 dias a frente do time pernambucano, Emerson Leão foi demitido do Sport após empate contra o Náutico e uma polêmica sobre a contratação do atacante Marcelo Ramos. O veterano, artilheiro do Campeonato Pernambucano de 2009, pelo Santa Cruz, chegou a ser anunciado pelo diretor de futebol, Álvaro Figueira, mas foi vetado pelo treinador.

Goiás (2010)
Após nove partidas sem vitória no Campeonato Brasileiro e com o Goiás na última colocação, Leão pediu demissão do clube esmeraldino.


Leão está desempregado mais uma vez. Você pode ter certeza que não vai ser por muito tempo. Não duvide que Leão consiga mais um bom contrato por aí. A carência de bons treinadores no futebol brasileiro ainda permite a presença de comandantes decadentes.

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