quinta-feira, 12 de agosto de 2010

POR ONDE ANDA? Sandro Hiroshi

Luciano Dias (@jornlucianodias)

Os torcedores do São Paulo nunca vão se esquecer dele. Seja por lembranças positivas ou por lambanças da carreira do atacante. Com uma técnica refinada aliada à velocidade, Sandro Hiroshi despontou para o futebol como uma grande promessa. Chegou ao Tricolor Paulista, em 1999, para substituir o já renomado Dodô.

E o garoto nipo-brasileiro começou muito bem no São Paulo. Mas o que ficou marcado na carreira do atacante foi a falsificação de sua certidão de nascimento. O jogador se transformou no "gato" (apelido que se dá a jogadores que adulteram a idade) mais famoso do futebol brasileiro.

Depois do episódio, Hiroshi rodou, literalmente, pelo mundo. E após ficar um bom tempo sumido da mídia, o "Japonês voador" reapareceu no Santo André, o seu novo clube. É a chance de retomar a carreira no futebol brasileiro.

Conheça agora, a vida de Sandro Hiroshi no mundo do futebol.

Velocidade...

... Dentro de campo, para surgir, para desaparecer...

Um jogador que saiu da cidade de Tocantinópolis (TO), em 1999, com apenas 19 anos, para brilhar no Campeonato Paulista jogando pelo Rio Branco. No mesmo ano, chamou a atenção dos dirigentes do São Paulo, que o contratou para substituir Dodô. Esse foi o início meteórico de Sandro Hiroshi Parreão Oi no futebol.

Aliás, rapidez era a principal característica do atacante. Velocista, mostrou entrosamento imediato com o centroavante França. Mas, a queda da carreira de Sandro Hiroshi foi tão rápida quanto o seu sucesso meteórico. O jogador foi punido após um escândalo de adulteração de sua identidade. A certidão de nascimento teria sido adulterada pelo pai quando o jogador era criança.

Depois do episódio, o futebol de Sandro Hiroshi nunca mais foi o mesmo. Com poucas oportunidades no São Paulo, Hiroshi tentou a sorte no Flamengo, em 2002. Era uma nova chance na carreira. Era! Mas atacante não conseguiu brilhar no rubronegro. Também não conseguiu sucesso no Guarani, no Figueirense, no Al Jhazira (EMI)...

Sem espaço no futebol brasileiro, Hiroshi tentou recomeçar a carreira na Coréia do Sul, em 2005. Os gols até que reapareceram, mas de maneira moderada. Foram 20 gols em quatro anos atuando pelo Daegu e pelo Chunnan Dragons (f).

De fato, Hiroshi nem parecia um brasileiro jogando no futebol coreano. Não era considerado um atleta diferenciado no país. Começando pelas características físicas, que são orientais (o atleta tem descendência japonesa). A velocidade, que era a sua principal caracterísitica, também era muito encontrada no futebol coreano.

Em 2009, voltou ao futebol brasileiro. O América-RN apostou no seu futebol - não por muito tempo. Foram nove jogos pelo time potiguar e apenas um gol. No mesmo ano, voltou ao futebol coreano para atuar no Suwon Bluewings. Convivendo com várias contusões, fez apenas um jogo pelo clube.

Um novo Santo para ajudar

Para retomar a carreira, Sandro Hiroshi direciona a fé para um novo santo. Mais precisamente para o Santo André. Atualmente, com 30 anos, segundo seu RG verdadeiro, ele tenta mostrar seu futebol na difícil Série B.

“A intenção agora é ficar no Brasil e o Santo André está me dando esta oportunidade”, afirmou Sandro Hiroshi ao Diário do Grande ABC, logo na apresentação, em julho. O contrato do atacante foi feito até o final da temporada.

Até agora, Sandro Hiroshi só ficou de fora do último jogo, contra o América-MG. Neste retorno ao futebol brasileiro, o atacante, que em algumas partidas está atuando como armador, marcou um gol nos cinco jogos que disputou com a camisa do Santo André.

Será que o japonês vai voltar a decolar?

Reviravolta na carreira e no futebol brasileiro

Tudo estava indo muito bem na carreira de Sandro Hiroshi. Em menos de um ano, o jogador saía de Tocantinópolis, fazia a ponte em Americana e aterrizava em São Paulo. Mas, veio o inesperado. Hiroshi foi punido por uma adulteração de idade feita supostamente por seu pai.

A acusação mudou os rumos do Campeonato Brasileiro de 1999. O São Paulo fazia grande campanha, terminando com um brilhante terceiro lugar (depois, alterado para quarto nos tribunais) na fase classificatória.

Já na terceira rodada do Brasileirão, o atacante já havia sido acusado pelo Botafogo - que foi massacrado pelo São Paulo por 6 a 1 - de possuir uma irregularidade na transferência do Tocantinópolis para o Rio Branco. As acusações custaram três pontos do Tricolor no tapetão, que virariam seis após o Internacional entrar com o mesmo recurso na Justiça e levar a melhor.

O imbróglio não foi só um divisor de águas na carreira de Sandro Hiroshi. Foi também na história do Campeonato Brasileiro. Graças aos pontos obtidos por Botafogo e Internacional, o Gama acabou rebaixado - o que não teria acontecido se os resultados conquistados pelo São Paulo dentro de campo fossem mantidos.

Por isso, o time de Brasília não aceitou a situação imposta e partiu para a Justiça comum, onde conseguiu uma liminar que lhe dava o direito de disputar a Série A de 2000. Pressionada, a CBF preferiu não organizar o torneio nacional e deu o aval ao Clube dos 13.

A organização se aproveitou e trouxe de volta Fluminense, Bahia e América Mineiro à primeira divisão e criou a Copa João Havelange, que seria conquistada em 2000 (o último jogo foi disputado em 2001) pelo Vasco.

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