sábado, 29 de janeiro de 2011

POR ONDE ANDA? Jardel

Luciano Dias (@jornlucianodias)

Artilheiro dos gols de cabeça. Autor de célebres frases. Rodou o mundo, chegando a atuar por 10 países diferentes e por todas as regiões do Brasil. Vai jogar em 2011 pelo 20º clube na carreira. O POR ONDE ANDA? conta a trajetória do cearense Mário Jardel Almeida Ribeiro ou simplesmente Jardel. O atacante, que em 20 anos de carreira tem muita história para contar, vai jogar este ano em Manaus.

O começo e a glória

Jardel foi revelado em 1990 pelo Ferroviário, terceira força do futebol de Fortaleza. Ainda no juvenil do time cearense, o atacante despertou o interesse do Vasco. Não demorou e a equipe cruzmaltina comprou o jogador. Começava o sucesso de Jardel. No início, era aproveitado apenas no time júnior do Vasco. Mas o título brasileiro da categoria e a conquista do Mundial sub-21 pela seleção lhe renderam o primeiro contrato profissional.

A titularidade de Jardel no time principal veio depois de uma tragédia, em 1994. Ele substituiu o velocista Denner, que morreu após um acidente automobilístico. Apesar das circunstancias, o técnico Jair Pereira lançava um matador no futebol. Jardel não decepcionou e, além de conquistar o título carioca, foi o artilheiro da competição com 17 gols, marcando dois na final contra o Fluminense.

No ano seguinte, Jardel foi emprestado ao Grêmio, onde formou a "dupla infernal" com Paulo Nunes. O atacante caiu nas graças de Felipão, que montou um esquema tático especial para o jogador. No Tricolor Gaúcho, Jardel conquistou a Libertadores. Novidade: foi artilheiro do torneio com 12 gols. Em 1996, foi campeão gaúcho e da Recopa Sul-Americana.

No mesmo ano, se transferiu para o Porto (POR). A fama de artilheiro rendeu o apelido "Super Mário" em Portugal. Além de conquistar por três vezes o Campeonato Português, foi artilheiro em quatro edições da competição. Em 1999, recebeu o prêmio de artilheiro da Europa dado pela revista inglesa World Soccer.

Mas Jardel não conseguia demonstrar o mesmo futebol pela seleção. Por isso, não se firmou com a amarelinha. Manteve a esperança de ser convocado para a Copa de 1998, mas não conseguiu. Foi convocado onze vezes para a seleção brasileira jogando sete e marcando um gol contra a Tailândia.

Em 2000, transferiu-se para o Galatasaray, da Turquia. Logo na estreia marcou 5 gols. Para não perder o hábito, foi o artilheiro da competição, marcando 24 tentos em 22 partidas. Mas os problemas pessoais e a falta de adaptação fizeram com que o ciclo de Jardel no futebol turco terminasse.

Em 2001, voltou a Portugal para jogar no Sporting. O “Super Mario” continuava fazendo sucesso. Foi campeão Português, da Taça de Portugal e da Supertaça. Marcou 42 gols em 30 jogos na temporada 2000/2001.

Com o sucesso, tornou-se inevitável as especulações de uma transferência de Jardel para um grande clube europeu. Negociação que não aconteceu. E pior: o jogador ganhou peso e perdeu forma.

A queda e a peregrinação

Em 2003, Jardel se transferiu para o Bolton, da Inglaterra. Era o começo do declínio da carreira do atacante. Jogou apenas sete partidas pelo time inglês. Perdeu espaço na equipe e foi emprestado ao Ancona, da Itália. Também sem sucesso. No ano seguinte, foi emprestado ao Palmeiras, mas não chegou a atuar. Motivo: foi ao velório da avó, em Fortaleza, mas não avisou aos dirigentes do Verdão.

Em 2005, foi liberado pelo Bolton e se transferiu para o News Old Boys, da Argentina. Mesmo jogando apenas três partidas, foi campeão do Torneio Argentino de Abertura.

Depois, Jardel rodou, literalmente... E como rodou! Goiás (2006), Beira Mar-POR (2007), Anathosis do Chipre (2007), United Jets da Austrália (2008), Criciúma (2008), Ferroviário (2009), América do Ceará (2009), Flamengo do Piauí (2010), Cherno More da Bulgária (2010)...

As contusões, a briga com a balança e, até mesmo, uso de cocaína foram motivos para Jardel não se firmar nesses clubes.

E a peregrinação continua...

Em 2011, Jardel é a esperança de gols do Rio Negro de Manaus para a disputa do campeonato Amazonense. A chegada do atacante de 37 anos foi motivo de festa dos torcedores manauenses. Fora de forma, está “treinando”. Ou melhor, fazendo embaixadinhas e dando umas corridinhas pelo campo.

Falta apenas saber se Jardel vai jogar ou vai continuar a sua peregrinação em todos as regiões do Brasil e em todos os continentes.

Frases marcantes de Jardel

- "Eu peguei a bola no meio de campo e fui fondo, fui fondo, fui fondo e chutei pro gol."

- "Clássico é clássico e vice-versa"

- "Quando o jogo está a mil, minha naftalina sobe"

- "Minha nossa!! Como tem carro importado por aqui" Jardel ao chegar no Japão

Um comentário:

Yuri disse...

Sensacional! O Jardel é mesmo uma figura.