quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Temos uma seleção normal

Luciano Dias (@jornlucianodias)

A torcida brasileira reclama... Contesta Mano Menezes. Os motivos? Mais um resultado negativo do futebol canarinho. Depois da decepção na Copa América, agora foi a vez da equipe perder para a Alemanha, por 3 a 2, em Stuttgart. Só para lembrar, nas outras vezes que a Seleção enfrentou equipes de ponta (França, Argentina e Holanda), os resultados positivos também não apareceram.

Mano Menezes completou um ano no comando. O retrospecto não é dos melhores. Em 12 partidas, o atual treinador coleciona um aproveitamento inferior ao de Dunga, seu antecessor (66% a 61%), que, com um ano no banco verdeamarelo, sem dar espetáculo, já havia conquistado a Copa América e derrotado, com facilidade, a Argentina duas vezes. Não, eu não quero o retorno de Dunga. Só quero enfatizar a situação delicada de Mano.

De fato,o momento do atual treinador não é dos melhores. Mas, além das convicções equivocadas do comandante, temos que reconhecer que a Seleção é, digamos, normal.




Temos uma boa safra de goleiros. Mas, o atual titular não vive bom momento. Sofre gols estranhos e rebate bolas simples.Também temos bons zagueiros, apesar do desempenho ruim contra a Alemanha. Lúcio, Thiago Silva e David Luiz, por exemplo, são grandes nomes da posição. Também temos os dois melhores laterais direitos do mundo: Daniel Alves e Maicon. A parte boa para por aqui.

Agora vem os problemas que transformam o Brasil em um time normal, medíocre. Na lateral esquerda temos um fraco André Santos (para não dizer terrível). Há 10 anos, quando o país tinha grandes jogadores na posição, o atual camisa 6 não seria titular, sequer, nos times da Série A do Brasileirão. O melhor da posição é Marcelo, do Real Madrid, mas, nem de longe, tem a mesma categoria de Roberto Carlos.

No meio-campo, mais mediocridade. A dupla de volantes Ramires e Lucas Leiva (contra a Alemanha jogou Ralf) são bons jogadores, mas não têm nada de excepcionais. As seleções de ponta contam com atletas de melhor qualidade para a posição. De fora da lista tem o Hernanes, que também pode jogar como organizador. Mas também não é nenhuma solução.

Na armação, mais problemas. A grande esperança é Paulo Henrique Ganso. Mas o santista não está a vontade com a amarelinha. Está preso, não consegue armar, fazer jogadas de efeito. Elano, Fernandinho, Jadson, Thiago Neves e Renato Augusto também já foram testados como homens de armação. Não agradaram. Diante dos fracassos dos convocados, Ronaldinho Gaúcho e Kaká podem voltar em breve.

No ataque, temos badalações. Neymar e Alexandre Pato são bons jogadores e o melhor: são novos e podem evoluir. Mas, por enquanto, não resolvem. Não entendo os exageros da mídia com estes jogadores. Chegaram a comparar Neymar com Messi e Pato com Ronaldo. Isso é uma brincadeira sem graça e desrespeito com o torcedor.

Ah, ainda tem o Robinho que... Bem, é melhor falar da saudade de grandes atacantes que a seleção teve nas últimas décadas. Só para não ir longe, cito Careca, Romário e Ronaldo.

A verdade é que Mano tem que repensar. O primeiro passo é reconhecer que a Seleção é uma equipe normal, que não assusta os adversários já na escalação. No jogo contra a Alemanha, por exemplo, vimos o Brasil como um time pequeno, rifando a bola em demasia e desorganizado na armação.

Falta confiança, falta futebol, faltam craques. Doze meses se passaram com Mano Menezes. Reformulação foi prometida. Ninguém foi revelado. E depois de um ano da estréia inspirada contra os Estados Unidos, tudo piorou. E pode piorar ainda mais.

Nenhum comentário: