domingo, 31 de maio de 2009

Escolhas, festas, estimativas... Copa 2014

Luciano Dias

O domingo foi de festa em vários cantos do Brasil - de Porto Alegre a Manaus. A Fifa anunciou, em Nassau, nas Bahamas, as 12 cidades brasileiras que receberão os jogos da Copa do Mundo de 2014. Surpresas? Nem tanto. Na briga pela “Copa Verde”, Manaus levou a melhor sobre Belém e Rio Branco para ser a sede da Amazônia. Já Cuiabá desbancou Campo Grande como representante do Pantanal. Outra disputa acirrada foi entre Natal e Florianópolis. Melhor para os potiguares.

Conheça os projetos de todas cidades-sede:

Belo Horizonte (MG)Estádio: Mineirão









Brasília (DF)Estádio: Nacional









Cuiabá (MT)Estádio: Verdão









Curitiba (PR)Estádio: Arena da Baixada









Fortaleza (CE)Estádio: Castelão









Manaus (AM)Estádio: Vivaldão









Natal (RN)Estádio: Cidade das Dunas










Porto Alegre (RS)Estádio: Arena do Beira-Rio









Recife (PE)Estádio: Cidade-Copa









Rio de Janeiro (RJ)Estádio: Maracanã









Salvador (BA)Estádio: Fonte Nova









São Paulo (SP)Estádio: Morumbi









As cidades-sede já estavam selecionadas pelo menos desde março. As 12 eleitas e as cinco eliminadas foram decididas após um estudo técnico de dois anos. Foram duas visitas de delegados da Fifa ao Brasil, reuniões pelo mundo e inúmeras ligações telefônicas.

Calcula-se que o Mundial de Futebol do Brasil consumirá 5 bilhões de dólares, embora as estimativas finais, quando anunciadas, devam prever cifras bem maiores. Foi o que aconteceu nos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro. Inicialmente orçados em 500 milhões de reais, estima-se que tenham consumido 4 bilhões de reais. Poucos países podem fazer como os Estados Unidos, que organizaram uma Copa do Mundo (em 1994) e duas Olimpíadas (em 1984 e 1996) sem um centavo de ajuda do erário. Isso porque toda a infraestrutura estava pronta. O que não é bem o caso por aqui.

Na Copa no Brasil, parte da verba virá dos cofres da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), beneficiária dos polpudos patrocínios da seleção brasileira. Mas os gastos com infraestrutura nas cidades onde acontecerão os jogos – construção de estádios e hotéis, obras em estradas, aeroportos e sistemas de telecomunicações – correrão por conta do estado, ou seja, serão bancados com dinheiro público.

As estimativas sobre número de turistas, geração de empregos e impacto do evento sobre o PIB em geral são exageradas. Levantamentos dão conta de que em 1994 os EUA aumentaram em 1,4% o PIB; em 1998, na França, o PIB cresceu 1,3%; em 2002, a Coréia o elevou em 3,1% enquanto o Japão teve decréscimo de 0,3%; e a Alemanha teve 1,7% a mais no PIB em 2006. Mas antes do Mundial da Alemanha, falou-se na criação de 100 mil empregos. Um estudo feito depois do evento contabilizou apenas metade desse total. A Coréia do Sul esperava 500 mil turistas a mais em 2002. Só apareceram 50% deles.

Exageradas ou não, o fato é que uma Copa do Mundo pode trazer mais benefícios do que prejuízos ao Brasil. Já que os investimentos no país não são feitos, por quê não um evento esportivo para trazê-los?

Em suma, serão cinco anos de projetos, de sonhos, expectativas, desvios (infelizmente), construções... Que venha 2014! Sem esquecer de 2010, é claro!

Imagens: divulgação/
CBF

2 comentários:

Fábio disse...

Agora é só esperar a Copa. Vamos ver quais seleções vão vir a BH. Que venha 2014

Vinicius Grissi disse...

A hora agora é de ficar atento aos gastos, principalmente do governo. É muita gente querendo se dar bem nessa história.