sábado, 24 de setembro de 2011

Futebol mineiro na UTI

Luciano Dias (@jornlucianodias)

A situação do futebol mineiro vai de mal a pior. Podemos dizer que Cruzeiro, Atlético e América estão na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI). Os times precisam de um acompanhamento especial.



O Acrescimos fez um levantamento dos motivos dos clubes mineiros estarem em situações de risco.


O Cruzeiro é o 15º colocado no Brasileirão com 29 pontos. A equipe não vence há seis jogos. A última vitória foi no clássico contra o Atlético. Abaixo, alguns motivos que justificam a posição modesta do Cruzeiro na competição:

EFEITO ONCE CALDAS
O time era considerado o Barcelona das Américas. Mas foi ser eliminado pelo Once Caldas na Taça Libertadores que a equipe desencontrou com o bom futebol.

CONTRATAÇÕES QUE NÃO VINGARAM
Quinze jogadores foram contratados. Apenas o uruguaio Victorino caiu nas graças da torcida. Nomes como Ortigoza, Vítor e Leandro Guerreiro são muito contestados. Alguns, até já foram embora. Casos de Brandão e André Dias.

VENDAS DE JOGADORES
A diretoria cruzeirense vendeu jogadores importantes do elenco. O lateral Jonathan, o zagueiro Gil, o volante Henrique e o atacante Thiago Ribeiro são alguns exemplos. Motivos para o enfraquecimento do time.

CONTUSÕES
As contusões também atrapalharam o Cruzeiro. O atacante Wallyson, com uma fratura no tornozelo esquerdo, não joga mais este ano. Os laterais Vítor e Diego Renan também não largam o Departamento Médico.

ELENCO LIMITADO
Com as vendas de jogadores e com as contusões, o Cruzeiro não teve boas reposições. Os altetas que entraram não deram conta do recado.

TROCA DE TREINADORES
Cuca, Joel Santana e Emerson Ávila. Nenhum conseguiu colocar o Cruzeiro nos trilhos. Emerson Avila está na corda bamba e o time celeste pode trocar, a qualquer momento, de técnico pela terceira vez na competição.

FALTA DE PADRÃO DE JOGO E DESENTROSAMENTO
A falta de padrão de jogo e o desentrosamento são as consequências de todas estas mudanças que vive o Cruzeiro. Os técnicos não conseguem repetir os times. As derrotas são os resultados de tantas modificações.

PROBLEMAS DE RELACIONAMENTO
Alguns jogadores não se dão bem. Constantemente é possível verificar problemas envolvendo os meias Roger e Gilberto. Até mesmo o goleiro Fábio entrou nas discussões. Diante dos problemas, Gilberto e a diretoria cruzeirense entraram em acordo e decidiram que o jogador não atua mais na Raposa.

FALTA DE CASA
As obras do Independência e do Mineirão prejudicaram o Cruzeiro. O time ainda não encontrou a casa ideal. Começou jogando em Sete Lagoas, foi para a Ipatinga, depois Uberlândia, voltando, finalmente, para Sete Lagoas. O resultado é a campanha irregular em casa. Em 12 jogos, foram cinco vitórias, três empates e quatro derrotas.



O Atlético tem 25 pontos e está na 17ª colocação, na zona da degola. Com 14 derrotas, é o time que mais perdeu no Brasileirão. Assim como no ano passado, o clube briga para não cair. Faltando 13 jogos para a equipe fazer no campeonato, a meta é ganhar 20 pontos, ou seja, obter seis vitórias e dois empates. Confira alguns motivos que justificam a posição do Galo no campeonato.

CONTRATAÇÕES QUE NÃO VINGARAM
O Galo contratou 24 jogadores este ano. A maioria não vingou. Os únicos considerados titulares são o zagueiro Leonardo Silva, o meia Pierre, que chegou há poucas semanas, e o atacante Magno Alves. Mas os três também frequentaram a reserva. Seis dos contratados já deixaram clube. Nomes de peso, como os atacantes Guilherme e André, os meias Mancini, Richarlyson e Dudu Cearense ainda não conseguiram deslanchar com a camisa alvinegra. Para se ter uma ideia da falta de critério, a diretoria atleticana contratou sete atacantes.

FALTA DE PADRÃO DE JOGO E DE ENTROSAMENTO
Os técnicos Dorival Júnior e Cuca repetiram a equipe do Atlético poucas vezes. O time não tem um padrão de jogo defindo. A torcida não sabe quem é o time titular. Mudanças em todos os setores do time. Do goleiro aos atacantes. Diante de tantas mudanças, o entrosamento da equipe fica prejudicado. Para se ter uma ideia, nos últimos 12 jogos, o técnico Cuca foi obrigado a modificar a dupla de atacantes em nove oportunidades.

ERROS DE ARBITRAGEM
Constantemente, as derrotas do Atlético são creditadas à erros de arbitragem. Na última partida contra o Flamengo, por exemplo, o técnico Cuca deixou o jogo insatisfeito com a atuação da arbitragem de Paulo César Oliveira. Contra o Atlético Goianiense, na 24ª rodada, o treinador reclamou de um gol mal anulado do Galo. Coincidência ou não, o juiz era o mesmo. No clássico contra o Cruzeiro, em agosto, Cuca reclamou do primeiro gol de Montillo. Ele estaria em impedimento. Contra o Bahia, em Salvador, também no turno, muitas reclamações do Atlético, que ainda era comandado por Dorival Júnior.


FALTA DE SORTE E INCOMPETÊNCIA
A sorte também já foi culpada pelo fraco desempenho atleticano. Sorte que anda junto com competência. Seria falta de sorte perder gols cara a cara com o goleiro?

PROBLEMAS NA PREPARAÇÃO FÍSICA
O Galo apresentou problemas na preparação física, principalmente, no primeiro turno. O problema era tanto, que o clube contratou Carlinhos Neves, que também é prepardor físico da Seleção Brasileira. A situação melhorou após a chegada de Carlinhos. Mas os números de toda a competição não ajudam muito. Para se ter uma ideia do drama, 24 dos 42 gols que o Galo sofreu no Brasileirão foram no segundo tempo.

PROBLEMAS NO COMANDO
Há quem diga que os problemas do Atlético estão no comando técnico. Dorival Júnior saiu com apenas quatro vitórias, três empates e oito derrotas. Cuca chegou, mas o time continua no buraco. Com ele, foram três vitórias, um empate e seis derrotas.

FALTA DE CASA
Assim como no Cruzeiro, a falta de uma casa também prejudicou o Atlético. O time já jogou em Ipatinga e em Sete Lagoas. São quatro vitórias, dois empates e seis derrotas em casa.



O América está há três meses ou 20 rodadas na zona do rebaixamento.É o lanterna com 19 pontos. Para muitos, o Coelho já está rebaixado. Afinal, a equipe tem que vencer oito e empatar dois dos 12 jogos que restam. Abaixo, um resumo do que pode ter acontecido com o América.

ELENCO LIMITADO
O América manteve a base do ano passado e fez 15 contratações para este ano. Jogadores que formam um bom time, mas para a Série B. O Coelho não tem nenhum jogador capaz de decidir uma partida. Tem apenas operários, o que é insuficiente para se manter na elite do futebol brasileiro.

FALTA DE TORCIDA
Há partidas que o torcedor faz a diferença. O América foi o time que mais sofreu com as obras do Independência e do Mineirão. O Coelho não tem muitos torcedores no interior. Por isso, a média de público é a pior do Brasileirão.

TROCAS DE COMANDO
O América já trocou de comando em duas oportunidades. Mauro Fernandes, o herói da Série B, deu lugar a Antônio Lopes, que saiu para a entrada de Givanildo Oliveira. Destes, o maior erro da diretoria americana foi contratar o delegado Antônio Lopes. O técnico, que conhecia muito pouco o time, conseguiu aumentar a insatisfação dos próprios jogadores.



Confira a matéria do Esporte Fantástico Minas sobre a situação de risco dos clubes mineiros:

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