sexta-feira, 7 de maio de 2010

¿Qué es el Corinthians? Escriba en Google

Paulo Júnior (@juniorpest)

Amigo da arquibancada, torcedor de sofá! Unimos-vos! Felicidades para vocês que comem, respiram e devoram esse planeta chamado Bola. O mundo penitenciário acordou mais triste nesta quinta feira...

Da mesma maneira que, cheio de dúvidas, perguntou uma jovem estrela argentina. “¿Qué es el Corinthians?”. “Escriba en Google”, respondeu o empresário dele. Foi desta maneira que De Federico deve ter entendido pela primeira vez a grandeza e a importância da "Sociedade Esportiva Corinthians".

Uma coisa é certa. A derrota preta e branca não tornou o Timão um time inferior. Nem manchou a história do clube. Não desmerece sua torcida. Nos cem anos de Corinthians, o time nunca teve sequer um título que criasse uma tradição em Terrenos Latinos. Não dá para ficar pior. A derrota contra o Flamengo apenas comprova o fantasma que persegue a equipe. Não significa que durará para sempre. Significa que durará, pelo menos, mais um ano.

Projeto Libertadores 2010

Mas o que é um para quem já esperou cem? Muita pouca coisa. Todo centenário deve ser um planejado com antecedência. O do Corinthians até que foi, alias, foi demais! Houve um super planejamento, resultando em uma cobrança acima da qualidade do próprio time. Desde a contratação do treinador Mano Menezes, ainda na Série B, só se fala do título sulamericano de 2010.

Em 2008, com um orçamento superior ao dos adversários, Mano construiu uma super equipe, vencedora da Copa do Brasil no ano seguinte. Time que foi desmantelado pela própria diretoria, visando o orçamento necessário para cobrir o projeto Ronaldo 2010. Os custos eram altos e o negócio bastante arriscado.

Muitos jogadores chegaram, mas, mesmo assim, Mano não teve o mesmo tato em construir uma equipe com o grandíssimo elenco desta temporada.

Projeto Ronaldo 201,0 kg

Mas e o Ronaldo? Bem, eram 20 minutos do segundo tempo e a torcida ainda sonhava com um “lance bonito como Lukscolor”. Ou um lançamento melhor do que o presto barba da Bozano. Ou o vigor físico como o dos jogadores nas propagandas da Nike. Nem “um bando de loucos”, como foi dito na apresentação do Ronaldo:

- Vamos ganhar, porra!

Deve ter sido este o grito que faltou ao jogador. Não se via nele (ou na evolução de sua forma física, ou do seu rendimento nos jogos...) um comprometimento. Ou você viu nesta temporada alguma arrancada dele, como a que ele fez com o André Dias na partida contra o São Paulo no Paulista de 2009?

Bem, “respeito aos ídolos”, retruca o gordo! Ronaldo não é ídolo do Barcelona. Não é do Real Madrid. Nem do Milan ou do Inter de Milão. Em 2006, também deixou de ser ídolo da Seleção Brasileira. Só restou um clube que aceitasse crer em um mito sem seguidores.

Todo Poderoso Corinthians


A Fiel. 30 milhões em ação. A derrota de ontem não irá abalar a fé corinthiana. Nem esfarelar toda a grandeza do clube. Corinthians é tudo aquilo que você viu ontem. É pressão da torcida. É o êxtase da mídia. Os gritos e os choros na arquibancada.

O Corinthians vai continuar na a elite do futebol Paulistano, entre os mais fortes do Estado. Um dos mais tradicionais clubes brasileiros. Não só de torcida vive um clube. Ela não faz dele grande. Nem os títulos. Eles, única e desprezivelmente, não servem para nada, além de histórias para contar. Nem um gigantesco estádio serve para tornar grande um clube de futebol.

O que faz de um clube, e do Corinthians também, grande, é o efeito que a camisa dele causa no adversário. É o fato de só a presença fazer dele favorito ao título do torneio. É a mobilização que a vitória dele, ou a derrota, causa ao redor do mundo. O Corinthians é tudo isso: no Brasil. No resto do Planeta Bola, a notícia ontem não era a derrota corintiana, mas sim a do Ronaldo.

Cuidado para que não haja confusão. A história do Timão é linda. Deixa a Portuguesa com água na boca. Mas ainda há uma página em branco dentro de um livro alvinegro... até o ano que vem!

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