quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

A maldição da camisa 4 santista

Luciano Dias (@jornlucianodias)

Reginaldo Araújo, Paulo César, Marco Aurélio, Flávio, Neto, Dênis, Pedro Silva, Alessandro, Apodi, Wagner Diniz, Luizinho, George Lucas, Pará, Maranhão, Danilo...Ufa!

A lista de laterais-direitos que não deram certo no Santos, nos últimos sete anos, é extensa. Por incrível que pareça, se transformou em um problema crônico após a saída de Maurinho, campeão Brasileiro em 2002.

Com vários laterais que decepcionaram, os técnicos que passaram pelo Peixe tiveram que improvisar no setor. O meia Wesley, que hoje atua no Werder Bremen, por exemplo, foi a solução encontrada por Dorival Júnior este ano. Mas Wesley foi negociado em agosto e a lateral-direita se transformou em um verdadeiro revezamento. Pará, Maranhão e Danilo foram testados, mas não agradaram muito os torcedores.

Apesar de ainda não ter se firmado com a camisa santista, o jovem Danilo, de 19 anos, é considerado uma grande promessa . O jogador, que foi convocado por Ney Franco para a seleção sub-20, também atuou em várias partidas no meio-campo.

De fato, o lateral-direito, revelado pelo América-MG, fez poucas participações em sua posição de ofício. A derrota diante do lanterna Grêmio Prudente na 31ª rodada do Brasileirão, por 3 a 2, em plena Vila Belmiro, foi uma dessas oportunidades. E Danilo não foi bem. Foi vaiado pela torcida após falhar no lance em que originou um pênalti para o Grêmio Prudente

Em 2011, o problema da camisa 4 (o Santos usa este número para a lateral direita) pode ser solucionado com a chegada de Jonathan, ex-Cruzeiro. Para contar com o jogador, que foi eleito o melhor da posição do Brasileirão de 2009, o Santos desembolsou 2 milhões de euros (cerca de R$ 4.430 milhões) por 50% de seus direitos econômicos. A outra metade permanecerá com o Cruzeiro, clube que revelou o atleta de 24 anos.

Será que Jonathan vai acabar com a síndrome da camisa 4 santista? Como gosta de dizer o próprio treinador do Santos, "vamos aguarldar (sic)"

Veja a lista de laterais que atuaram no Santos nos últimos sete anos:

- Reginaldo Araújo - 2003
- Paulo César - 2004-05
- Marco Aurélio- 2004
- Flávio - 2004
- Neto - 2006
- Dênis - 2006-08
- Pedro Silva - 2007
- Alessandro - 2007
- Apodi - 2008
- Wagner Diniz - 2009
- Luizinho - 2009
- George Lucas - 2009-10
- Pará - 2008-10
- Maranhão - 2010
- Danilo - 2010

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Retrospectiva do futebol mineiro em 2010

Luciano Dias (@jornlucianodias)

Um 2010 sem títulos, mas com o bi do Brasileirão

A Raposa começou até bem o ano. Ainda na pré Libertadores, o Cruzeiro passou pelos bolivianos do Real Potosí. No primeiro jogo, o time celeste ficou no empate de 1 a 1. E, na partida da volta, no Mineirão, a Raposa não tomou conhecimento dos bolivianos e fez 7 a 0.

Mas a alegria na Libertadores não durou muito. O time, então comandado por Adilson Batista, ficou em segundo lugar no grupo 7 da competição, que contava com Velez Sarsfield (ARG), Colo-Colo (CHI), e Deportivo Itália (VEN).

Para piorar, a Raposa foi eliminada precocemente do torneio. Nas quartas-de finais, o Cruzeiro perdeu os dois jogos por 2 a 0 para o São Paulo. Era o adeus do sonhado tricampeonato. De consolo, Thiago Ribeiro foi o artilheiro da competição com oito gols.

O time celeste também não foi bem no Campeonato Mineiro. A equipe priorizou a Libertadores e foi eliminada pelo Ipatinga, nas semifinais do Estadual. No jogo da volta, o Tigre calou o Mineirão com a vitória por 3 a 1.

As eliminações na Libertadores e no Estadual e o início irregular no Campeonato Brasileiro culminaram com a demissão de Adilson Batista. Para o lugar do comandante, Cuca foi o escolhido.
Além da mudança no comando técnico, a diretoria trouxe alguns jogadores que foram importantes para a arrancada cruzeirense no Brasileirão. Destaque para o argentino Montillo, que conquistou rapidamente a torcida estrelada.

O Cruzeiro chegou a ficar nove jogos invicto no Brasileiro. Brigou pelo título com Fluminense e Corinthians ponto a ponto até a última rodada e acabou ficando com o vice campeonato. De quebra, conseguiu a classificação direta para a fase de grupos da Libertadores de 2011.

Para muitos cruzeirenses, a perda do título é depositada na atuação do árbitro Sandro Meira Ricci, na derrota para o Corinthians, no Pacaembu, pela 35ª rodada.

Uma curiosidade do Cruzeiro no Brasileirão é que o time mandou seus jogos em quatro estádios diferentes. Além do Mineirão, que começou a ser reformado para a Copa de 2014, o time celeste jogou na Arena do Jacaré, em Sete Lagoas, no Ipatingão, em Ipatinga, e no Parque do Sabiá, em Uberlândia.

Sim, o time profissional não conseguiu nenhum título este ano. Mas a equipe de 66, campeã da Taça Brasil, conseguiu o Bi do Brasileiro. A CBF agora reconhece oficialmente que os Torneios Roberto Gomes Pedrosa e Taça Brasil, disputados entre 1959 e 1970, valem como títulos brasileiros.

Também é válido destacar os garotos do sub-20. Eles também conseguiram o bi campeonato Brasileiro da categoria.

Entre fracassos e reações

O 2010 atleticano se resume no projeto fracassado de Vanderlei Luxemburgo e numa bela arrancada com Dorival Júnior na reta final do Brasileirão.

Luxemburgo chegou ao Atlético com carta branca para contratar, dispensar e implantar a gestão que quisesse. O projeto era, em dois anos, fazer o Galo conquistar títulos importantes.

Além de trazer uma comissão técnica extensa, o comandante pediu as contratações de jogadores renomados, como Diego Souza, Obina , Fábio Costa, Réver, Caceres, Daniel Carvalho e Edison Mendez . Com a exceção de Réver e Obina, as contratações não vingaram.

O título que veio foi o Campeonato Mineiro contra o Ipatinga. A conquista foi coroada com um gol do ídolo Marques, que semanas depois anunciou a aposentadoria.

Na Copa do Brasil, o time vinha fazendo uma boa campanha até encontrar com o badalado Santos, nas quartas de finais. No primeiro jogo, o Galo venceu 3 a 2. Mas, o time não resistiu a pressão dos meninos da Vila na partida de volta e perdeu por 3 a 1.

O Brasileirão com Luxemburgo foi um desastre. Nada dava certo e as desculpas dadas pelo treinador irritavam a torcida. Mas não teve como continuar com Luxa no comando, principalmente após a goleada de 5 a 1 sofrida para o Fluminense, no Maracanã.

Com Luxa no Brasileirão, o Atlético disputou 24 jogos. O aproveitamento foi muito negativo. Apenas seis vitórias, três empates e 15 derrotas. O time ficou 22 das 24 rodadas na zona de rebaixamento. Luxemburgo ainda deixou o Galo com a pior defesa da competição, com 45 gols sofridos.

Dorival Júnior foi a solução encontrada por Alexandre Kalil. E que solução! O treinador chegou e arrumou a casa. Uma das principais mudanças foi apostar no jovem Renan Ribeiro no gol. Antes, Luxemburgo havia apostado em Carini, Aranha, Marcelo e Fábio Costa. Mas não deu nenhuma oportunidade para Renan.

Dorival focou o trabalho para o Brasileirão. Para a Copa Sul-Americana, o treinador utilizou um time repleto de reservas. Fato que pesou na eliminação diante do Palmeiras, nas quartas de finais.

Eliminado na competição continental, o Galo teve uma bela arrancada no Brasileirão. Um dos jogos que simbolizou a recuperação foi o clássico contra o Cruzeiro, em Uberlândia. Numa partida movimentada, o time desbancou o favoritismo do rival e venceu por 4 a 3.

Se com Luxemburgo foram 21 pontos em 24 jogos, com Dorival foram 24 pontos em 14 jogos. O dobro do aproveitamento. Resultado: o Galo escapou do temido rebaixamento e, de quebra, conquistou uma vaga na Copa Sul-Americana de 2011.

O Atlético ainda comemorou este ano a eleição da Cidade do Galo como o melhor Centro de Treinamento do Brasil. O levantamento foi feito por iniciativa do canal Sportv, em parceria com o Curso de Especialização em Futebol da Universidade Federal de Viçosa (UFV).

O retorno à elite

O Coelho não conquistou nenhum título em 2010. Mas, não importa. 2010 foi o ano em que o América renasceu. Afinal, o time conseguiu o sonhado retorno à elite do futebol brasileiro.

O primeiro semestre não foi tão bom para o Coelho. No Campeonato Mineiro, o time foi eliminado nas quartas de finais para o Atlético. O lateral-direito Danilo, um dos destaques do América na competição, foi vendido para o Santos.

A alegria americana em 2010 veio na disputa da Série B. Com uma campanha muito regular, se mantendo sempre entre os primeiros colocados, o Coelhão ficou em quarto lugar e conseguiu o retorno à primeira divisão após nove anos.

Depois da vitória na penúltima rodada contra o concorrente Sport, o time comandado por Mauro Fernandes precisava apenas de um empate no último jogo, contra a Ponte Preta, em Campinas. E foi o que aconteceu. A torcida americana compareceu em peso e, num jogo nervoso, a partida não saiu do 0 a 0.

Festa americana! O mercado distrital do bairro Santa Tereza, por exemplo, foi um dos pontos de encontro dos americanos em BH.

O atacante Fábio Júnior foi o destaque do Coelho na temporada. Ele terminou a Série B como o vice-artilheiro, com 19 gols. E como presente para os americanos, o atacante e o técnico Mauro Fernandes continuam em 2011.

Caminhos opostos

Ipatinga e Ituiutaba tiveram trilhas completamente diferentes em 2010. O Tigre fez uma grande campanha no Campeonato Mineiro. Terminou em segundo lugar, eliminando, inclusive, o Cruzeiro nas semifinais. Mas, na Série B, o time foi uma decepção. Esteve sempre entre os últimos colocados.

Resultado: acabou na penúltima posição e rebaixado para a Terceira Divisão do Campeonato Brasileiro. O único consolo foi Alessandro que terminou a competição como artilheiro, com 21 gols. Inclusive, ele foi o artilheiro de Minas na temporada, com 28 gols.

Já o Ituiutaba foi rebaixado no Campeonato Mineiro. Ficou em último lugar. Em compensação, o Boa conseguiu dar a volta por cima na disputa da Série C. Com uma bela campanha, o time ficou em segundo lugar e conseguiu o acesso à Segunda Divisão do Campeonato Brasileiro.

Entre a alegria e a tristeza

O Uberaba também merece destaque este ano. Afinal, o Zebu sagou-se bi-campeão da Taça Minas Gerais. Mas, nem tudo foi alegria para o time do Triângulo. O atacante André Nascimento foi assassinado em aparentemente por um crime passional, segundo a Polícia Civil. O jogador, de 28 anos, morreu baleado quando voltava de carro para casa por um homem mascarado que o aguardava.