quinta-feira, 30 de abril de 2009

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Queridos internautas,

Twitter, para quem não sabe, é uma rápida e gigante rede de comunicação. É um blog instantâneo ou, o mais útil na minha opinião, uma interessante plataforma de notícias.

A partir do momento que você segue algo ou alguém, vê todas as atualizações feitas por ele. Sugiro, para quem gosta de informação, seguir G1, Agência Brasil, Agência Câmara, The New York Times etc.

E, obviamente, os blogueiros do Acréscimos: Thiago Ricci e Pedro Rotterdan.

Todas as atualizações deste blog serão anunciadas no Twitter. Se a adesão for grande, vamos criar um especialmente do Acréscimos.

Verdades e inverdades sobre o Clube Atlético Mineiro

Thiago Ricci

Muito foi falado sobre contundente goleada levada pelo Atlético-MG em plena final do Mineiro. Algumas posições contundentes, outras estritamente jornalísticas. Listo alguns pontos que penso sobre o time e o episódio.

  • Um time se apequenar é extremamente relativo. O que faz um time ser grande? Fluminense, Coritiba e Atlético-PR têm um Campeonato Brasileiro cada. O Furacão foi, entre os três, quem venceu o mais recente e ainda tem um dos estádios mais modernos, se não for o mais, do Brasil. A diferença de torcida não é grande. Mas o carioca é considerado time grande e os paranaenses não.

  • O que acontece é que enorme parte da mídia esportiva acompanha somente os times e campeonatos do quintal de casa. E faz previsões e análises a partir de resultados. A verdade é que houve um enorme oba-oba principalmente da imprensa paulista e carioca em relação ao Galo. Baseado em goleadas contra os vergonhosos times mineiros e gols de Tardelli.

  • Carente, a torcida atleticana também embarcou e acreditou que tinha uma grande equipe.

  • O time do Galo ainda é muito fraco. Começamos com a defesa. Goleiro irregular, não passa segurança. Lateral-direito pode se tornar um bom jogador, mas ainda é fraco para o Atlético. Marcos é risível e Leandro Almeida é no máximo um jogador regular. Ninguém nega que Júnior sabe jogar bola. O que também não pode ser ignorado é que ele não tem mais preparo para jogar 90 minutos em alto nível.

  • No meio, Carlos Alberto e Márcio Araújo não têm qualquer obediência tática. O meia que veio do Corinthians, inclusive, desistiu da marcação no primeiro gol do Cruzeiro. No futebol atual, tática conta muito - vide São Paulo e clubes europeus. Renan é limitado. Acredito que Lopes não precise de análise.

  • Éder Luís atrapalha o ataque, pensa muito pouco.

  • O Atlético sempre enfrenta o Cruzeiro voando, na melhor época do time celeste. Arrisco dizer que, pelo segundo ano consecutivo, o time da Toca é o melhor do Brasil no primeiro quadrimestre.

  • Alexandre Kalil é bem superior aos outros presidentes que o Galo teve nos últimos anos. Em entrevista, ele afirmou que o time jogou sem Fabiano, Élder Granja, Renan Oliveira e Éder Luís. A causa da derrota não foi essa, mas é algo a se relevar.

  • O Galo foi destruído nos últimos anos. É preciso calma e boa administração para retomar o patamar que merece. De qualquer forma, o time é bem melhor do que o que começou o Brasileiro passado, assim como Leão é mais técnico do que Geninho

  • Os outros clubes melhoraram a administração e, consequentemente, o futebol. O nível do futebol brasileiro aumentou e a dificuldade de se reerguer também. Cruzeiro, São Paulo, Palmeiras, Corinthians, Santos, Flamengo, Fluminense, Botafogo, Internacional, Grêmio, Sport são mais times que o Galo atualmente.

Aos 536 minutos

Christiano Soares

Na primeira fase da Libertadores, todos os times jogam 540 minutos, sem contar com o tempo extra, ou seja, os acréscimos. Nomalmente, a classificação para o mata mata é apontada como certa com aproximadamente 11 pontos - alguns matématicos calculam que, com 10 pontos, também dá para se classificar. Entretanto, 10 pontos é arriscado, principalmente, em um grupo teoricamente forte.

Há exceções. Em 2007, por exemplo, o chamado grupo da morte tinha Colo Colo (CHI), LDU (EQU), Caracas (VEN) e River Plate (ARG). O útimo colocado, River, terminou a primeira fase com oito pontos, um a menos que o líder, Colo Colo. Ressalto que o time chileno havia perdido nas duas primeiras partidas, para River e LDU, venceu três seguidas e ainda perdeu na última rodada, novamente para o River. Uma classificação incrível. O mesmo posso dizer do Caracas, já que triunfou nas duas primeiras, LDU e River, perdeu duas seguidas para o Colo Colo, venceu o River na quinta rodada, e ainda foi derrotado na última pela LDU.

Naquele mesmo ano, o Audax Italiano (CHI) fez 11 pontos e mesmo assim não classificou. O detalhe é que o time chileno teve a mesma pontuação do 2º colocado, o São Paulo, mas foi eliminado porque tinha um saldo de gols inferior.

Se a classificação do Colo Colo em 2007 foi incrível, a do Cruzeiro em 1997, foi extraordinária. A raposa havia perdido nas três primeiras partidas, triufou as outras três, se classificou com nove pontos, e terminou o torneio campeã.

Mais um time que entrará para as "viradas" é o Palmeiras. A equipe comandada por Wanderlei Luxemburgo começou a Libertadores com o pé esquerdo. Perdeu na estréia para a LDU e em seguida para o Colo Colo. Buscou fora de casa a reabilitação diante do Sport dando esperanças a sua torcida. No quinto duelo, em casa empatou com o time pernambucano. Assim, no último confronto, somente os três pontos classificariam o verdão.

A torcida palmeirense estava desconfiada e com razão. No paulistão, a primeira fase foi sem contestação, classificação em primeiro lugar. Mas na semi-final, a equipe perdeu os dois jogos para o Santos. Junto com o resultado negativo, vieram as cobranças. Cobranças que resultaram em forças para que o time se classificasse, de maneira dramática, ou na sorte - o que não faz diferença.

Jogou fora de casa contra o Colo Colo, que precisava apenas de um empate para se classificar. Aos 17min da etapa final, a situação do palmeiras se complicou com a expulsão de Marcão. Mesmo com um homem a menos, a equipe brasileira mostrou raça e não jogou a toalha - aí estava dramático. Aos 536 minutos, o camisa 10, Cleiton Xavier arriscou de fora da área e marcou o gol mais importante de sua carreira - aí contou com a sorte ou competência? Não importa! Importante foram os três pontos conquistados, que somados com sete dão a classificação ao Palmeiras.


Imagem: Agência AP/ globo.com

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Maus garotos merecem punições severas, mas...

Coluna Pedro Rotterdan - Pole Position

... podem ser esquecidas facilmente com um único pedido de desculpas. Foi o que aconteceu entre a FIA e a McLaren. Bastou somente um pedido de desculpas para a FIA anular a suspensão da McLarens depois da trapaça de Hamilton no primeiro grande prêmio do ano. Mesmo depois da poeira baixada e três vitórias de Jenson Button, a punição terminou em Pizza, parece até o Brasil.

Ninguém imaginaria que a temporada 2009 da Fórmula 1 começaria do jeito que começou. Surpresa de uma novata e trapaça logo primeira corrida. Pois bem, caro leitor aconteceu o que nem o mais louco acompanhante de F1 pudesse imaginar. Até me lembro de quando era criança e na maioria das vezes os alunos novatos que entravam na classe surpreendiam com notas excelentes ou com belas jogadas no futebol e até mesmo com belas piadas, e no final das contas todos ficavam amigos. Foi isso que aconteceu na F1, ninguém esperava uma vitória da Brawn, muito menos uma dobradinha, e de fato o mundo se ajoelhou a essa nova potência que ainda venceria a segundo corrida. Mas ninguém quis amizade com a novata a até brigaram com ela na justiça alegando que os difusores não valiam, que era trapaça. Mas a FIA disse que esses tais difusores, mais modernos não são contra as regras. Todo mundo ficou de mal e vão fazer a mesma coisa, imitar o novo dispositivo, que também é usado por Williams e Toyota. Mas a gente nunca ficava de mal, mas acabávamos imitando as boas maneiras dos colegas novatos.

Ah, a trapaça, me lembro também de como mães, pais e professores (as tias) travam-na, quem fizesse alguma travessura ou mentira éramos severamente castigados, principalmente se essa trapaça fizesse algum mal à imagem de alguém. Cansei de ficar sentado na cadeirinha de pensar, onde, é claro, pensava sobre o que tinha feito e sempre percebia que aquilo era realmente errado. Sempre que alguém me chamava de trapaceiro ficava triste. Mas não foi isso que aconteceu na Fórmula 1, a McLaren trapaceou bonito e deixou que Trulli fosse penalizado, multado além de ter sido visto como piloto sem ética por ter “ultrapassado” Hamilton com o carro de segurança na pista. Mas o italiano estava certo, e dias depois, a FIA divulgou a conversa entre Hamilton e um dos mecânicos da McLaren e falaram coisa do tipo: “Deixa ele ir, depois a organização faz o que precisar” “Deu certo, vão achar que ele estava errado”. Ninguém esperava isso de um campeão do mundo, e aconteceu.

Quando uma das crianças trapaceava os pais eram chamados até a escola e éramos “obrigados” a contar tudo, para depois ser decidido o que fazer. Assim foi feito na F1, intimaram a McLaren a depor e se explicar, cogitou-se até banir a equipe da competição, nunca tentaram nos banir da escola ou do time ou de qualquer lugar, então era sério mesmo. Mas nada foi feito, a equipe nem perdeu pontos na competição, e o mimado Hamilton continua numa boa, pronto pra mais uma. Meninos com históricos sem punição ficavam assim mesmo, mimados e sempre repetiam as trapaças.

Enfim queridos leitores, a trapaça na infância é coisa normal, crianças que não trapaceiam não tiveram infância. Elas aprendem o significado da vida depois de aprenderem com os erros. Até chegar na adolescência o é vivido as mil maravilhas e a trapaça às vezes é vista como brincadeira, depois que se vira gente grande é que as trapaças são sempre para estragar a vida de alguém em benefício próprio, crianças nunca pensam assim querem mesmo é se divertir, elas nem sabem direito o que é benefício próprio.

Derrota do Libertad deixa confronto entre Cruzeiro e São Paulo próximo

Thiago Ricci

Todo o ano é a mesma história: com a proximidade do término da Fase de Grupos da Libertadores, as especulações começam. As previsões são tão divertidas quanto imprecisas. Mas essa, estampada no título do texto, é quase certa. Este blogueiro vos explica.

Faltam oito jogos para começar o mata-mata. Quatro serão realizados hoje (jornada que coloca um fim no sofrimento do Palmeiras) e outros quatro amanhã (quando jogam Nacional-URU e Boca Juniors).

O Nacional uruguaio, com 11 pontos, pega dentro de casa o eliminado Nacional paraguaio. Uma simples vitória coloca o clube do Uruguai à frente de São Paulo e Cruzeiro. Boca, na assustadora La Bombonera, enfrenta o Deportivo Táchira. Neste jogo é possível uma surpresa, já que o time venezuelano ainda está vivo na competição. Se der a lógica, os temidos argentinos também passam os mineiros e os paulistas.

Dessa forma, São Paulo classificaria como 4º melhor 1º colocado e o Cruzeiro viria logo depois. As chaves da Libertadores são formadas assim até as quartas:

1º1º x 8º2º
8º1º x 1º2º

5º1º (Cruzeiro) x 4º2º
4º1º (São Paulo) x 5º2º

3º1º x 6º2º
6º1º x 3º2º

7º1º x 2º2º
2º1º x 7º2º

Se São Paulo e Cruzeiro confirmarem o favoritismo da tabela, se enfrentarão nas quartas-de-finais da Copa Libertadores 2009, com o primeiro jogo no Mineirão e o segundo no Morumbi. Lógico que é especulação, ainda mais que um dos times pode pegar o Palmeiras, caso o Verdão se classifique, e o Cruzeiro pode reencontrar com o cascudo Estudiantes.

Se o clássico nacional se confirmar, este blogueiro acredita em uma vantagem considerável do time mineiro, mais arrumado e melhor técnica e taticamente. Pesaria para o tricolor paulista a experiência. Abaixo, algumas estatísticas do confronto.

TOTAL DE JOGOS: 56
Vitórias do Cruzeiro: 14
Empates: 18
Vitórias do São Paulo: 24

TOTAL DE GOLS: 131
Gols do Cruzeiro: 55
Gols do São Paulo: 76


O Cruzeiro não vence o São Paulo há quase cinco anos ou nove jogos. Se a pequena invencibilidade e a vantagem nos confrontos são são-paulinas, o time celeste ganhou mais decisões:

Recopa Sul-Americana 1993
26/9/93 – São Paulo 0 x 0 Cruzeiro (Morumbi)
29/9/93 – Cruzeiro 0 x 0 São Paulo (Mineirão)
Pênaltis: São Paulo 4 a 2

Campeão: São Paulo

Copa Ouro 1995
24/10/95 – Cruzeiro 0 x 1 São Paulo (Mineirão)
2/11/95 – São Paulo 0 x 1 Cruzeiro (Pacaembu)
Pênaltis: Cruzeiro 4 a 1

Campeão: Cruzeiro

Copa do Brasil 2000
5/7/00 – São Paulo 0 x 0 Cruzeiro (Morumbi)
9/7/00 – Cruzeiro 2 x 1 São Paulo (Mineirão)

Campeão: Cruzeiro


Obs: Para quem não se lembra, o primeiro jogo da final da Copa Ouro de 1995 foi bastante polêmico. Cruzeiro, jogando no Mineirão, teve quatro jogadores expulsos no primeiro tempo, gastou todas as substituições e ainda teve mais um atleta contundido. Com isso, a partida foi suspensa no início do segundo tempo.

terça-feira, 28 de abril de 2009

O curioso caso de JENSON Button

Por Luciano Dias

Calma! O blogueiro Pedro Rotterdan continua no Acrescimos escrevendo a Coluna Pole Position. Mas, não me contive em escrever sobre a Fórmula 1 deste ano, que apresenta um roteiro diferente. Não tem mais domínios da Ferrari e da Mclaren. Nada de Lewis Hamilton, Kimi Raikkonen ou Felipe Massa. Os flashes estão para a equipe Brawn GP e para o atual protagonista: Jenson Button. O inglês lidera o campeonato com 31 pontos, sendo três vitórias em cinco corridas.

Esta Fórmula 1 está parecendo ficção. Situações inesperadas. Coisa de cinema. Você já assistiu o filme O Curioso Caso de Benjamin Button? Bem, estrelado por Brad Pitt e Cate Blanchett, a obra é uma adaptação de um clássico conto escrito em 1920 por F. Scott Fitzgerald sobre um homem que nasce aos 80 anos e vai ficando mais jovem a cada dia que passa. Neste rejuvenescimento, realiza vontades que antes não eram possíveis.

Associando à Fórmula 1, o nome do filme agora é O curioso caso de JENSON Button. As coincidências não param apenas no sobrenome Button. Se no filme, Benjamin consegue realizar sonhos com o passar da sua vida, o mesmo acontece com o protagonista da F1. Jenson se sente um garoto de 18 anos tirando carteira. Olha que já tem 29 anos. O inglês passou de um mero coadjuvante para o papel principal no automobilismo. A Fórmula 1 está o deixando mais novo. A cada corrida, o rejuvenescimento é visível.

Benjamin e Jenson. Ficção e realidade. Mesmo assim, é uma realidade com cenas de ficção. O bom disso tudo é que esse "filme real" não acabou. Vamos aguardar os próximos capítulos. Ou melhor, as próximas corridas.

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Overdose de ex-sãopaulinos na final mineira

Coluna Luciano Dias - Memória e calculadora esportiva

O São Paulo é o time das conquistas nos últimos anos no futebol brasileiro. É também conhecido como o clube mais organizado do Brasil e com uma estrutura fantástica. Não vive a melhor de suas fases. Foi eliminado nas semifinais do Paulistão para o Corinthians. Mas, lidera com tranquilidade o seu grupo na Libertadores e tem "representantes" na final do Estadual de Minas Gerais.

Bem, depois do nariz de cera, vamos ao que interessa. Um fato curioso marca os finalistas do Campeonato Mineiro: Cruzeiro e Atlético. Nove jogadores nos elencos do Galo e da Raposa vestiram a camisa Tricolor. Alguns com sucesso outros longe disso.

Confira a lista:

ex-sãopaulinos no Cruzeiro:

- Jancarlos:
atuou no São Paulo em 2008. Não caiu nas graças da torcida e do técnico Muricy Ramalho. Com a camisa tricolor conquistou o Brasileirão.

- Anderson: Outro jogador que não foi bem no São Paulo. Contratado para ser o substituto do negociado Alex Silva, não conseguiu se manter com a camisa titular da equipe paulista. Fez parte do elenco campeão do Brasileiro.

- Thiago Ribeiro: Jogou no São Paulo entre 2005 e 2007. No auge da carreira, preferiu ser negociado com Al-Rayyan, do Qatar. Resultado: ganhou dinnheiro, mas sumiu no mapa do futebol, até ser repatriado pelo Cruzeiro. Com a camisa do São Paulo conquistou o Mundial Interclubes (2005) e o Brasileirão (2006).

- Kléber: Prata da casa do São Paulo. Apareceu muito bem em 2003, mas foi negociado para o futebol ucraniano no ano seguinte. Assim como Thiago Ribeiro, ficou um pouco sumido da torcida brasileira até ser contratado pelo Palmeiras na temporada passada.

Ex-sãopaulinos no Atlético:

- Júnior: Ficou no São Paulo entre 2004 e 2008. Repatriado do futebol italiano, começou muito bem sua passagem pelo Tricolor. Era considerado uma referência dentro de campo. Mas, aos poucos, foi perdendo espaço com o técnico Muricy Ramalho. Nesta temporada, busca novos ares no Galo. Conquistou vários títulos com a camisa sãopaulina, como o Paulistão (2005), Libertadores (2005), Mundial (2005) e o tri do Brasileirão (2006 - 08).

- Fabiano: Nasceu no São Paulo. Sua passagem na equipe paulista aconteceu entre 1996 e 2001. Nunca teve uma grande sequência como titular. Mas, com a sua versatilidade, foi considerado um jogador importante nas conquistas do Paulistão (1998 e 2000) e no Torneio Rio-São Paulo (2001).

- Renan: Também foi revelado pelo São Paulo. Volante brigador, mas limitado tecnicamente, nunca caiu nas graças do técnico Muricy Ramalho. Suas melhores passagens no time paulista foram com os técnicos Emerson Leão e Paulo Autuori. Conquistou, em 2005, o Paulistão, a Libertadores e o Mundial.

- Éder Luis: Curta passagem pelo Tricolor no segundo semestre de 2008. Não se firmou como titular. Mas, fez parte do grupo campeão do Campeonato Brasileiro.

- Diego Tardelli: Prata da casa sãopaulina. Surgiu como o substituto de Luis Fabiano, mas a sua carreira no time paulsita não foi marcada pelos gols, mas por empréstimos e polêmicas. Sua melhor passagem no São Paulo foi, justamente, com o atual treinador: Emerson Leão. Conquistou em 2005 o Paulista e a Libertadores e , em 2007, o Brasileirão.

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Um estalo em um insípido e insosso campo

Thiago Ricci

Quando começaria a tempestade de críticas e palpites sobre o desempenho e futuro do maior ídolo sãopaulino, eis que o destino pregou uma daquelas peças que só ele é capaz. Em um lance despretensioso de uma singela recreação ouviu-se um estalo. Estava naquele momento decretada a tristeza dos tricolores, dos amantes do futebol e dos odiadores da trupe do Morumbi. Afinal, qual graça tem vencer o pragmático esquadrão de Muricy sem ver a cara de decepção do arrogante guardarredes?

Ao mesmo tempo, uma reluzente sensação apareceu nos corações dos atuais tricampeões brasileiros. Um flash digno de apresentar a personagem linda, simpática e apaixonante do filme hoollywoodiano. Graças à tragédia reservada ao maior símbolo do time, que, por um capricho do perfeccionista roteirista, passava a pior fase da carreira, criou-se uma comoção vermelha, branca e preta.

Uma grande mistura de sentimentos, todos pró-Ceni. Bateu um aperto, que só é capaz ter quando algo muito querido – e não menos frequente no dia-a-dia – corre o risco de perder-se. Exemplos clássicos não são difíceis de relatar: a importância que só é percebida quando aquela namorada insuportável, o pai chato ou o chefe exigente e mal-humorado vai embora para sempre. A assustadora fratura também causou outra sensação.

O goleiro que carrega uma sobressalente pirâmide nasal estava cometendo constantes falhas – fato incomum na carreira. Mais do que isso, passava insegurança até ao mais distante sãopaulino. De repente, como um estalo, esse mesmo torcedor foi obrigado a fazer uma profunda reflexão, que certamente resultou a uma enorme carga sobre a consciência. Como ele foi capaz de culpar ou duvidar da capacidade do homem que levou ao Cícero Pompeu de Toledo dois Mundiais de Clubes, duas Copas Libertadores, duas Copas dos Campeões Mundiais, uma Supercopa da Libertadores da América, uma Recopa Sul-Americana, três Campeonatos Brasileiros, três Paulistas... Como? Ó torcedor injusto!

Tudo isso é muito bonito, tudo isso é muito belo. Mas a consequência mais nobre que a ruptura de uma estrutura de cálcio causou ainda não foi abordada nesta crônica. Por causa desse trágico e lindo desastre, milhares de tricolores paulistas acordaram de um insolente cochilo, causado por anos de frequentes e sem graça conquistas. Não, este que vos escreve não está menosprezando títulos nacionais e muito menos está louco. Mas alguns fatores, analisados com frieza alemã, levam a essa extraordinária conclusão.

Primeiro, a forma como os troféus foram abocanhados. Apesar de justa e inquestionável, a fórmula de pontos corridos propicia que se conheça um campeão com várias rodadas de antecedência. Fato repetido em 2006 e 2007 – exceção feita ano passado. Além disso, o esquema criado por Muricy, quase incapaz de sofrer revés, é um mar sem ondas, artificial. Se existe a segurança de não sofrer gols inesperados, é perturbadora a certeza da falta de magia em campo.

Além disso, o mundo do futebol brasileiro não está acostumado a grandes hegemonias. Mal comparando, é como se a Faixa de Gaza amanhecesse em uma calma digna de uma manhã fria de Campos de Jordão. Que graça têm as discussões quando um sãopaulino está incluído nela?

Intimidado pela chegada do Ronaldo e pelo fortalecimento dos rivais, o São Paulo pode, enfim, voltar a se gabar da firme presença na mídia. O departamento de marketing, até há pouco limitado a criar camisas extravagantes, pode retornar a fazer belas iniciativas – no domingo já haverá distribuição de 60 mil faixas semelhantes à usada pelo ferido capitão e os jogadores entrarão em campo com a camisa 1. Até atacante esquecido no Japão voltou aos jornais.

Pena constatar que, mais uma vez, o homem precisa receber um grande susto para dar importância às riquezas da vida. Nos resta torcer para que o meioambiente ache alguma alternativa mais branda do que a prevista no filme Fim dos Tempos, de M. Night Shyamalan.

Difusores, críticas e desistências

Coluna Pedro Rotterdan - Pole Position

É impressionante como os tais difusores usados pelas equipes Brawn, Williams e Toyota têm causado rebuliço na F1, aponto de ter piloto desistindo e entregando os pontos antes da hora. Antes da primeira corrida ninguém acreditava na Brawn GP, ninguém imaginaria que Ferrari chegaria na terceira corrida sem pontuar, e que a McLaren faria apenas um ponto, pior que isto, a novata surpreendeu e tem os dois pilotos nas duas primeiras colocações, Button é líder com 15 pontos e duas vitórias, Barrichello tem 10 pontos, chegou uma em segundo e outra em quinto. E o difusor onde entra nesta história? De acordo com as equipes que não utilizam o novo equipamento, ele é ilegal, mas a FIA anunciou esta semana que o difusor é legal e que todas as escuderias podem utilizá-lo. Mais rápido do que um piscar de olhos a McLaren o instalou e deu certo, usando apenas no carro de Hamilton, nos treinos de sexta para o GP da China, a equipe liderou a primeira parte. E a Ferrari... continua caindo de produção dando desculpas de mal perdedores, já que estão acostumados a vencer, afinal a equipe italiana venceu seis dos últimos 10 títulos disputados.

O que mais impressiona, é um piloto campeão do mundo desistir antes da hora. Foi o que fez Kimi Raikkonen da Ferrara, ele disse em uma entrevista que nem ele nem sua equipe vão brigar pelo título este ano. "Não somos capazes de brigar pelo título" essa foi exatamente a frase dita pelo piloto que foi campeão da F1 em 2007. É muito difícil acreditar que um esportista, exemplo para várias crianças, tenha dito isso. Também é impossível imaginar ídolos como Ayrton Senna, Schumacher, Ronaldo Fenômeno, Ronaldinho Gaúcho, Michael Phelps, entre outros entregar o jogo assim tão facilmente, é de se lastimar. Mas antes de Raikkonen, Massa, Hamilton, Kubica, e diretores já haviam dito que seria difícil ser campeão, mas essa frase dita pelo finlandês, além de não parecer digna de um campeão mundial, desmerece todos os integrantes da Ferrari.

Os comentários de Flávio Briatori, diretor da Renault, foram ainda piores. Ele, que ficou acostumado por vencer temporadas pela Ferrari e pela escuderia atual, disse que as vitórias da Brawn eram semelhantes a chegar na Itália e visse times de menor escalão nas partes de cima da tabela enquanto os grandes ficassem por baixo. Às vezes é bom ver os grande por baixo, melhor ainda é vez os pequenos crescendo, isso obriga os poderosos a mudarem de estratégia, se isso acontece na F1 poderemos ter corridas emocionantes. Mas os brasileiros não devem torcer contra Ferrari e Renault, pois lá estão dois brasileiros que merecem vitórias e tem grandes chances de repetirem feitos como os de Senna, Fittipaldi e Piquet. Mas também devemos continuar torcendo para Barrichello que tantas vezes foi prejudicado por ter o carro inferior que o de Schumacher, agora ele tem um carro bom e não é obrigado a proteger Button.

Então, para os que querem desistir resta a opção de sair fora da competição e deixar os pilotos reservas competirem. Eles querem mostrar serviço e brigar por vitórias.

terça-feira, 14 de abril de 2009

Futebol respira na terra da rainha

Thiago Ricci

Um verdadeiro espetáculo foi protagonizado hoje no Stamford Bridge, em Londres. Chelsea e Liverpool deram um presente aos amantes do futebol, com oito gols - quatro cada - de aperitivo e, como prato principal, uma prova de que o futebol continua vivo. Mais emblemático ainda a nacionalidade dos times envolvidos e a sede do show: Inglaterra.

O país, conhecido como o criador do esporte, é ironicamente taxado como praticante de um futebol pouco vistoso, baseado nos famosos chuveirinhos. O confronto desta tarde mostrou - assim como as semifinais do Paulista e Carioca - que os atuais futebolistas não são inferiores aos de outros tempos. É preciso, por mais difícil que seja para o homem, deixar de ser saudosista e analisar o jogo praticado com os pés como algo que sofre evolução, igual a tudo na vida.

Podemos sim discutir se o caminho que o futebol está trilhando é positivo, entre outros pontos, esteticamente. Mudança que acontece com todos os esportes. Acredito que seja praticamente unanimidade que o vôlei jogado hoje é muito mais atraente do que o de tempos atrás, que havia a cansativa vantagem. Já não tenho tanta certeza quanto ao tênis - que não sofre nenhuma mudança significativa no sistema de disputa há décadas.

O esporte de origem inglesa perdeu muitas daquelas jogadas quase poéticas de Garrinchas, Djalmas, Ademir's, Friedenreichs, Lêonidas etc. Mas se for fazer uma análise tática, física e do ponto de vista da marcação, o futebol jogado, principalmente até os anos 60, era risível. Da mesma forma que o jogaço de Londres deixou a tática em segundo plano, especialmente no segundo tempo.

Enfim, a discussão é muito ampla e ela deve existir até para forçar que o esporte consiga aliar a evolução (sobretudo física) com a beleza e a plasticidade habituais. O que não pode ser ignorada é a tendência natural de mudar-se, modificar-se, reinventar-se. E torcer para que o pragmatismo sempre fique longe de um esporte tão maravilhoso como o visto hoje - uma pintura, desde a jogada de letra que deixou Fernando Torres na cara do gol até o mergulho heroico de Essien para mudar o destino certo da bola.


Obs.: Até quando o Dunga conseguirá ignorar o futebol de Fábio Aurélio?
Obs.2: Como o jogo seria se o craque Gerrard tivesse jogado?

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Brawn, mito ou realidade?

Coluna Pedro Rotterdan - Pole Position

Em dezembro de 2008 a Fórmula 1 perdeu uma da mais importantes esquipes, a Honda. Segundo os dirigentes, a crise econômica influenciou na decisão de deixar a categoria. Com isso, o brasileiro Rubens Barrichello e o inglês Jenson Button tiveram seus empregos ameaçados. Mesmo assim, todas as equipes da F1 começaram os treinos e a os acertos de carros no começo de janeiro. Até que empresários decidiram apostar e a antiga Honda passoi a se chamar Brawn, sobrenome de um dos donos, Ross Brawn, que apostou nos dois pilotos da escuderia antiga. A partir daí, novas emoções eram garantidas na temporada 2009 da F1. A Federação Internacional de Automobilismo (FIA) criou novas regras para deixar a categoria mais competitiva. Mas pra quem?

De 2000 a 2008, quase todas as mudanças favoreceram a Ferrari que venceu seis campeonatos de construtores e seis títulos individuais, cinco de Schumacher e um de Kimi Raikkonen. Todas as equipes sempre protestaram contras essas mudanças e a Ferrari, muito esperta, ficava sempre quieta. Até que as alterações em 2009 favoreceram uma outra equipe, a novata Brawn, que estreou com dobradinha na Autrália, vitória de Button e Barrichello em segundo, e outra vitória do inglês na Malásia com o brasileiro chegando em quinto, agora os dois são líder e vice-lider. Essas novidades deixaram a escuderia italiana e as demais com uma pulga atrás da orelha. Já existem pedido para mudar isso e aquilo, mas nada. Na verdade as equipes estão querendo, mesmo, é adotar as tecnologias desenvolvidas pela Brawn. Outra verdade é que a novata soube interpretar todas as novas regras, mesmo iniciando os preparativos para a temporada quase dois meses depois das demais equipes. A Brawn tem o melhor carro, palavra de todos os pilotos que temem a supremacia da novata.

Muitos já se perguntaram se algum piloto vai conseguir superar a dupla da Brawn. Mas ainda não é cedo? Não, já que Hamilton, Massa, Raikkonen, Alonso e Kibica já declararam que a nova escuderia e seus pilotos podem vencer todas as corridas e ser campeã no mundial de construtores ainda no meio do ano. Eles estão temendo tanto a nova força da F1 que já estão desistindo antes da hora só porque a equipe ficou em primeiro lugar 14 vezes em 22 treinos . Isso não quer dizer que vão vencer tudo, ou será que os pilotos não conhecem o ditado “treino é treino e jogo é jogo”?

Só vai ser possível saber se a Brawn é mito ou realidade a partir de junho, quando todas as equipes já devem estar com os carros adequados, mas pode ser tarde demais. Por outro lado a novata tem um futuro financeiro incerto, pois está sem patrociadores. Por isso, a cor branca do carro e nos uniformes. A novata já demitiu 270 funcionários, mesmo depois de duas vitórias. Barrichello, Button e funcionários também correm riscos de ficaram sem salários por meses. Será que assim existiria força de vontade para continuar? Então até onde a Brawn vai parar? No título, na esperança ou vai ficar na promessa? Essa resposta só será dada no fim da temporada. Por enquanto uma coisa é verdade, se considerados depoimentos dos demais pilotos, o brasileiro Massa, da Ferrari e o inglês Hamilton da McLaren, cederam o posto de favoritos ao título para dois conterrâneos, Barrichello e Button. Então, 2009 promete.

terça-feira, 7 de abril de 2009

Imperador das confusões

Coluna Luciano Dias - Memória e calculadora esportiva

O Imperador Adriano voltou. Voltou a aparecer na mídia com suas confusões extracampo. O jogador não se reapresentou à Internazionale de Milão, após servir (no banco de reservas) a seleção brasileira no confronto contra o Peru, pelas Eliminatórias, na quarta-feira passada.

No último domingo, a Conferderação Brasileira de Futebol (CBF) e o empresário de Adriano, Gilmar Rinaldi, afirmaram que o jogador segue no Brasil, sem data para retornar à Itália pois estaria resolvendo problemas particulares. De acordo com o agente do jogador, Adriano ficou três dias numa favela da zona norte do Rio de Janeiro, o Morro da Chatuba. Logo, especulou-se sua presença na favela com ligação ao tráfico de drogas. Boato já desmentido pela polícia.

Mas, essa não é a primeira e, provavelmente, não será a última confusão de Adriano. Primeiro, vamos mostrar alguns fatos elogiáveis na carreira do Imperador. Foi goleador em todos os lugares que passou - Flamengo, Parma, Fiorentina, Inter de Milão, São Paulo e seleção brasileira. Esteve no auge em 2005. Chamado de Imperador pela torcida e mídia italiana, ele massacrava seus adversários em campo como um verdadeiro gladiador. Brilhou na Copa das Confederações com a camisa brasileira e garantiu uma vaga de titular no time que jogaria a Copa do Mundo na Alemanha, em 2006.

Mas, a carreira de Adriano ficou comprometida justamente no Mundial. Após uma desastrosa campanha na Copa da Alemanha e a morte do pai, o jogador caiu de produção. Envolveu-se em confusões, separou-se da mulher, abusou das idas a boates, cansou de beber em excesso e não cumpriu compromissos com a Inter de Milão. Resultado: esquentou bancos de reservas e ficou longos períodos afastado do clube italiano.

O Imperador das confusões já fez de tudo para acabar com a sua carreira. Bebeu champanhe no gargalo, brigou em boate e chegou de ressaca a treino, entre outros "feitos".


Confira algumas (apenas algumas) noitadas do Imperador das confusões:

Dezembro de 2006
Adriano vai a uma noitada e não comparece a treino do dia seguinte. Roberto Mancini, então técnico da Inter, se irrita, mas não barra o atacante.

Março de 2007
Revista italiana "Novella 2000" publica fotos do Imperador bebendo champanhe no gargalo de uma garrafa durante comemoração de seu aniversário, em uma boate de Milão. Atacante é barrado por chegar de ressaca no treino do dia seguinte.

Março de 2007
Adriano se envolve em briga com o jogador de basquete Rolando Howell durante noitada na boate Hollywood, também em Milão.

Dezembro de 2007
Recém-contratado pelo São Paulo, o Imperador curte a folga de fim de ano no Rio e assiste a show da banda Jota Quest ao lado do Fenômeno. Adriano é flagrado tomando cerveja. Ele admite ter problema com o alcool. Além disso, chega atrasado ao treino Tricolor.

Dezembro de 2007

Se envolve em um acidente automobilístico, no Rio de Janeiro.

Outubro de 2008
Adriano vai a discoteca após empate com o Genoa e curte a balada até as 4h30 da manhã. A atuação do jogador e a noitada irritam Mourinho, que barra o brazuca. Foram cinco jogos sem ser relacionado.

Lembrando: A listagem apresenta apenas confusões relacionadas a noitadas.

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Até quando essa chatice?

Thiago Ricci

É impressionante como a seleção brasileira consegue deixar insuportável um jogo fácil, em casa, contra o lanterna das Eliminatórias. O terceiro gol de Felipe Melo contra o Peru foi emblemático: a ilustração do time de Dunga. Burocrático, pragmático, feio, baseado na força e, para a desgraça de quem gosta de um bom futebol, sustentado em resultados. Nada muito diferente do volante que carregou a faixa de capitão na Copa de 94. É a cria com a cara do criador.

Criador que exala antipatia nas entrevistas, momento em que a população consegue conhecer um pouco da figura pública. Ao invés de dar declarações e explicações sobre as controversas atitudes, o atual técnico prefere dar cacetadas ininterruptas nos jornalistas.

O que é desesperador é a falta de qualquer oásis. Não é de hoje que a canarinho vem se arrastando, sem empolgar ninguém. O Brasil não conseguiu emplacar dois jogos sequer de bom futebol, ou, ao menos, duas vitórias consecutivas. Parece que é preciso receber duras críticas para dar alguma resposta no jogo seguinte. Comportamento irritante e estranho para uma equipe aguerrida, característica primordial para o comandante Dunga.

Dentro de campo, o único fio de esperança fica por conta de Kaká. Ronaldinho Gaúcho, até outrora comparado até a Maradona, parece que está em um profundo coma. Cada vez que encosta na bola, o público se enche de expectativas como se estivesse diante de um mágico que está prestes a ocupar o palco de encanto. Sentimento que é quebrado brutalmente com a decepção. Robinho mais parece um bobo da corte, com raros relâmpagos de genialidade. Alguns nomes que poderiam dar brilho ao time, como Hernanes e Ramires, são ignorados por Dunga.

E assim caminha a nossa seleção, responsável em outras épocas por mobilizar todo o país e dar uma injeção de orgulho nos brasileiros. Se nada mudar, a projeção é assustadora. A globalização roubou nossos ídolos já há algum tempo. Não existe mais aquela euforia momentos antes da convocação para conferir se o craque do seu time foi escolhido. Em alguns casos, o torcedor prefere que o grande jogador seja esquecido para não desfalcar seu time e/ou atrair os compradores estrangeiros.

Além disso, os jogos da seleção são realizados, na maioria das vezes, longe do Brasil. E, quando o time dá o ar da graça, o preço dos ingressos é exorbitante – o que exclui de muitos o privilégio de assistir à partida. Atraídos por dinheiro, os dirigentes da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) só pensam em encher os bolsos e na Copa 2014 – o que são quase sinônimos.

A falta de graça não se limita a nossa seleção. Nossos vizinhos argentinos também contam com grandes talentos, mas não conseguem emplacar uma boa equipe nacional. A última façanha foi sofrer a maior goleada da história: 6 a 1 para a Bolívia, penúltima colocada das Eliminatórias. Algum pragmático afirmará: mas o que conta mesmo é a Copa do Mundo! O problema também está no maior evento futebolístico do planeta. A qualidade técnica de 2006 foi horrível. Grande parte dos jogadores estavam extenuados, vindo de final de uma longa e desgastante temporada. Basta lembrar de dois fatos: o melhor atleta do torneio foi o zagueiro Cannavaro e nenhum craque (Gerrard, Kaká, Lampard, Cristiano Ronaldo, Ronaldinho Gaúcho etc.) vingou de verdade.

Futebol mecânico e burocrático é possível ver com frequência no Brasil. O São Paulo, responsável por abocanhar os três últimos títulos nacionais, joga na maioria das vezes de forma feia, em busca somente do resultado. Mas se a vitória por si só se sustenta em times, o mesmo não pode-se dizer para seleções. É inegável que esperamos algo mais quando vimos o combinado canarinho em campo.

Oportunidades não faltam. Até a crise econômica foi benéfica: trouxe de volta alguns ídolos exportados, como Ronaldo, Fred e Kléber. O que precisa mesmo é que dirigentes de entidades tão importantes como a CBF e a FIFA se comportem como tais.

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Altitude X Futebol

Por Rafael Rebuiti

“É muito fácil colocar a culpa na altitude”. Esta foi a frase mais ouvida na última segunda pela mídia esportiva, depois do empate que o Brasil trouxe de Quito, no Equador, jogo este que nossa seleção foi pressionada 90 minutos pela inferior seleção equatoriana.

O fato foi que os craques brasileiros, como Robinho, Ronaldinho, Marcelo e companhia não conseguiram correr com os dispostos jogadores da seleção do Equador. Quem pegou o jogo na metade, deve ter se confundido qual equipe era qual, já que o time deles também joga de amarelo.

Não foi normal o que aconteceu no último Domingo. O Brasil empatou não foi com a equipe do Equador mais com os 2850 metros da cidade de Quito.

Passado o dia pós jogo, a imprensa esquece deste detalhe e se concentra na próxima rodada. Porém a partida desta quarta entre Argentina e Bolívia nos mais de 3000 metros de La Paz, veio comprovar que a altitude pode fazer diferença mais do que craques como Kaká, Messi, Tevez, e Robinho. A goleada de 6 a 1 sofrida pelos nossos hermanos vai entrar para a história do futebol mundial e evidência que é um absurdo contra, primeiro, a saúde dos jogadores e contra a arte do futebol a realização de jogos nestas cidades.

Pensando fisicamente podemos fazer a seguinte relação quando mais alto, menos pressão atmosférica, quanto menos pressão atmosférica, mais complicado é respirar, quanto mais difícil de respirar fica mais difícil fazer atividade física e quanto mais difícil fazer atividade física menos futebol terá quem não é acostumado com esta situação.

Um fator externo que pode fazer duas das maiores potências do futebol mundial entrar em crise. Caso o Brasil não consiga um resultado positivo contra o Peru no Beira Rio, no jogo de hoje, tenho quase certeza que Dunga e sua trupe de intrometidos vão dar adeus a seleção.

E o caso da Argentina de Maradona ainda é mais complicado, no segundo jogo oficial no comando da equipe, e ele já iguala a pior goleada sofrida na história do país. Será que a fama do ex-craque vai permitir que ele tenha credibilidade e continue seu trabalho.

Agora o que fazer para que a altitude não entre em campo e decida partidas a favor das seleções destes países que mandam suas partidas nestas cidades? Já foi cogitado pela FIFA o fim dos jogos realizados em locais acima de 2500 metros do nível mar. Mas será que eles pensaram que lá também tem torcedor que quer ver seu time numa competição sul-americana, ou o maio erro é realmente dos times que não se preparam adequadamente para enfrentar os desafios destes lugares que volto a repetir, não são propícios para a prática esportiva.

Domingo sem futebol?

Por Luciano Dias

Axé Brasil
, quartas de final do Campeonato Mineiro (mais precisamente Cruzeiro e Atlético-MG) e Rede Globo de Televisão. Aparentemente, estes três itens não possuem nenhuma relação. Mas, possuem. Vamos por partes, pois esta relação é bem confusa.

Acontece nos dias 3 e 4, o Axé Brasil, um dos maiores festivais de música baiana do país. O evento ocorre no Mineirão. E a polêmica parte deste fato. O maior estádio de Minas Gerais foi criado para atender as demandas do futebol, mas...Não vou render esta discussão.

Com a impossibilidade de atuar no estádio, que desde 2005 se transforma em palco de axé nesta época do ano, Atlético e Cruzeiro viram ameaçada a vantagem obtida na fase classificatória do Campeonato Mineiro, de poder fazer o segundo e decisivo jogo das quartas de final em casa, contra as equipes do interior.

Pela tabela da competição, as datas reservadas para os confrontos foram 4 e 5 de abril, o que coincidirá com o Axé Brasil. Para resolver o impasse, os arquirrivais se viraram, cada um à sua maneira.

O Atlético não abriu mão de desfrutar da vantagem de fazer o jogo de volta das quartas-de-final no Mineirão. Desta forma, a diretoria alvinegra solicitou a remarcação da partida para 8 de abril. O pedido foi acatado pela Federação Mineira de Futebol (FMF) e, principalmente, pela Rede Globo, que detém os direitos de transmissão do Campeonato Mineiro.

O Cruzeiro abriu mão da vantagem conquistada no primeiro turno. Por causa de compromisso pela Copa Libertadores, contra o Estudiantes, no dia 8, em La Plata, na Argentina, o time celeste inverteu o mando de campo para os duelos contra o Tupi. O primeiro jogo foi disputado no Mineirão, com vitória da Raposa por 1 a 0. E o segundo confronto, a FMF havia confirmado que seria disputado no próximo sábado, dia 4, em Juiz de fora. Longe de Ivete Sangalo e Claudia Leite.

Tudo certo. Os arquirrivais encontraram soluções. Todo mundo feliz. Correto? Errado. Como sempre, tem gente que se sente prejudicada na história. E a Rede Globo? Não vai mostrar nenhum jogo do Campeonato Mineiro no domingo?

Vamos para mais um capítulo desta história confusa. Mais de 24 horas depois de divulgar a marcação do segundo jogo entre Cruzeiro e Tupi, pelas quartas-de-final do Campeonato Mineiro, a FMF publicou nota oficial, na noite desta terça-feira, confirmando a partida para domingo, às 16h, em Juiz de Fora. A Federação alega que foi um pedido da Rede Globo.

A reação do Cruzeiro foi imediata. A diretoria celeste se sentiu prejudicada com a mudança repentina. Será que a cúpula da Raposa se esqueceu que quem define a tabela dos campeonatos no Brasil não são as federações, mas sim, a Rede Globo de Televisão e Futebol?

Críticas de 1º de abril

Por: Christiano Soares

O treinador do Cruzeiro Adilson Batista admitiu nesta terça-feira – em um blog na internet – que anda insatisfeito. O torcedor celeste pode ficar aliviado porque não é com você, e sim com a imprensa mineira. Isso porque o técnico é alvo de críticas de comentaristas o tempo todo. Hoje é 1º de abril dia da mentira, entretanto, está longe de ser uma.


Adilson está 100% correto em suas afirmações. Ressalto, em primeiro lugar, que a mídia influência a torcida – por isso que exigentes, muitas vezes os torcedores respondem com “vaias”. Em segundo lugar, treinador vive de resultados e neste quesito ele está acima da média, inclusive a de Felipão (comandou a raposa em 2001). Para finalizar, bastar comparecer a toca para confirmar: repórteres nem assistem o treino. Como diz Adilson, “isso me irrita muito”.

E irrita mesmo. Basta olhar as notícias de Minas. Sempre há outro foco. Parece que desejam atrapalhar o excelente trabalho do treinador. Só acontece aqui. Em São Paulo e no Rio de Janeiro – onde a cobrança é muito maior – Adilson não é visto como mais um treinador e sim como um técnico de uma nova geração que está em evolução.

Voltando para cá, as críticas foram claramente feitas à uma emissora de rádio. De fato, desde a chegada do treinador esta o bombardeia – tudo pela audiência. Concordando com o técnico, a torcida celeste também não anda de bem com a emissora. Para se ter uma idéia, ela é alvo de boicote em um site de relacionamentos na internet e isto ocorre muito antes de Adilson sonhar em vim para o Cruzeiro.

Por falar em sonho, o desejo do comandante celeste é trabalhar em paz. Não é à toa que os coletivos na toca são fechados. Há “infiltrados” na imprensa que divulgam informações que não devem – todos sabem disso. Moramos no país do futebol, seria mentira dizer que jornalista esportivo não tem time. É por isso que não sou fã de comentarista de futebol. Acredito que se comentarista fosse bom, ele seria treinador de um time. Primeiro de abril fica marcado na vida de Adilson Batista como uma nova era, era em que a impressa sempre o apoiará.

Os números de Adilson:
  • 77 jogos

  • 48 vitórias

  • 12 empates

  • 17 derrotas

Este ano o time celeste disputou 13 partidas, venceu 10 e empatou 3.


Imagem: globo.com