Um clube que tem um dos melhores elencos do país. Um time que tem Vanderlei Luxemburgo, um dos treinadores mais vitoriosos do futebol brasileiro. Que possui o melhor Centro de Treinamento do Brasil, segundo uma universidade mineira. Uma equipe que tem cinco jogadores de seleção, seja brasileira, paraguaia ou equatoriana.
Essas qualidades são do Clube Atlético Mineiro, que, teoricamente, estaria brigando pelo título do Campeonato Brasileiro. Apenas teoricamente mesmo. O time está na penúltima colocação do Nacional. Na última rodada, o Atlético perdeu, por 1 a 0, o clássico para o Cruzeiro, em Sete Lagoas. Aliás, nos últimos 16 jogos, o Galo derrotou o maior rival apenas uma vez.
A cada rodada, o discurso do treinador é o mesmo. "Daqui a pouco, tudo vai dar certo". "Daqui a pouco, a coisa vira". O problema é que o daqui a pouco pode ser tarde demais. Em 2005, o discurso era parecido. E o plantel também tinha jogadores renomados. O resultado foi o rebaixamento para a Série B.
Mas, o que está dando errado para o Galo? Seria a ausência do Mineirão? Seria o excesso de confiança com o título do fraco Campeonato Mineiro? Por coincidência, o Ipatinga, vice-campeão do Estadual de Minas, também sofre na zona de rebaixamento da Série B.
Contratações, contratações... desentrosamento
Talvez, o principal obstáculo atleticano é o desentrosamento. Afinal, foram 21 contratações pedidas por Luxemburgo só este ano. Praticamente um elenco inteiro. Isso prejudica, e muito, o equilíbrio da equipe. Além disso, a maioria dos jogadores ainda não mostrou a que veio. Será que isso é normal? Veja a extensa lista:
Goleiros:
Fábio Costa e Marcelo
Laterais direito:
Diego Macedo e Rafael Cruz
Zagueiros:
Cáceres, Lima, Jairo Campos e Réver
Laterais esquerdo:
Leandro e Fernandinho
Meias:
Zé Luis, Daniel Carvalho, Diego Souza, Edison Mendez, Nikão e Jackson
Atacantes:
Muriqui, Obina, Neto Berola, Ricardo Bueno e Jheimy
Destes contratados, apenas Muriqui deixou o clube. O atacante foi negociado para o futebol chinês. Podemos observar que somente Diego Souza e Fábio Costa são titulares absolutos. Por enquanto, por causa do nome mesmo. Afinal, Diego Souza foi o melhor jogador do Brasileirão do ano passado, quando atuava pelo Palmeiras. Já Fábio Costa tem um histórico de conquistas, principalmente, pelo Santos.
Jairo Campos começou o ano muito bem. Mas, quando o Galo começou a enfrentar adversários mais fortes, o zagueiro da seleção equatoriana passou a apresentar algumas falhas. Da mesma forma, Zé Luis também caiu de produção.
Cáceres, da seleção paraguaia, e Lima não mostram, nem de longe, o futebol de outras passagens pelo clube. A irregularidade dos laterais Leandro e Fernandinho também impressiona. Aliás, não foi por falta de aviso, já que os dois jogadores viveram altos e baixos nos últimos anos.
Diego Macedo, Ricardo Bueno e Neto Berola mostram algumas qualidades, mas a situação do time prejudica o desempenho dos atletas, que ainda buscam reconhecimento no futebol brasileiro. Nikão, Jackson e Jheimy são completamente desconhecidos. Somente apostas.
Edson Mendez e Réver, das seleções equatoriana e brasileira, respectivamente, ainda não estrearam. São grandes esperanças, principalmente, por causa do currículo dos dois atletas. Daniel Carvalho também é um grande jogador. Fez apenas uma partida e foi expulso. Mesmo assim, é esperança de dias melhores para o Galo.
Obina é um caso a parte. O jogador fez muitos gols no inicio do ano. Mas, uma contusão tirou o atleta dos gramados por três meses. Obina precisa, mais do que outros jogadores, de rítmo de jogo. Não é solução imediata, já que é um atleta que demora adquirir bom condicionamento físico.
O lateral direito Rafael Cruz, contratado em fevereiro, ainda vive a expectativa de estrear com a camisa alvinegra. Ele, que estava machucado, deixou o departamento médico há duas semanas. Mas, sinceramente, Rafael Cruz não é nenhuma solução para o Atlético.
Inspiração colorada
Para a tranquilidade da torcida atleticana, em 2009, o Internacional também figurava na zona de rebaixamento na mesma 12ª rodada. No final da competição, os colorados se classificaram para a Libertadores com o vice-campeonato.
Se Luxemburgo conseguir o sonhado equilíbrio, o final do Atlético pode ser o mesmo do Inter. Caso contrário, o filme de 2005 pode se repetir para os alvinegros.
Imagem: Atlético Mineiro
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