sábado, 30 de abril de 2011

Coxa faz história

Luciano Dias (@jornlucianodias)

Caxias-RS 0, Coritiba 1. Mais uma vitória do Coxa. Foi o 22º triunfo consecutivo da equipe, quebrando o recorde do badalado Palmeiras de 1996. Os belos números não param por aí. Já são 27 jogos invictos, com 25 vitórias e dois empates.

Foto: Coritiba

Impressionante!! Mas, afinal, qual é o segredo do clube paranaense?

Na verdade, não tem nada de segredo. A boa fase do Coritiba é apenas fruto da manutenção de um trabalho iniciado por Ney Franco, em 2009, e continuado, este ano, pelo “tampão” (agora deixou de ser “tampão) Marcelo Oliveira, aquele mesmo rejeitado várias vezes pelo Atlético-MG.

O clube manteve boa parte do grupo campeão da série B do Brasileirão, em 2010. Assistindo poucas partidas da equipe, vejo um Coxa unido e rápido, que ataca e defende em bloco. Os jogadores estão sempre se movimentando, o que deixa o time versátil e difícil de marcar. E com este futebol moderno, as vitórias apareceram e não pararam mais...

O melhor veio na semana passada. Ganhar o Bicampeonato Paranaense, contra o rival Atlético-PR, dentro da Arena da Baixada, com goleada (3 a 0), não tem preço para os Coxas Brancas.

Sim, tudo bem: o Coritiba fez apenas quatro jogos com times de primeira divisão nesta temporada, mas RECORDE é RECORDE. É o suficiente para transformar jogadores médios, como Emerson, Bill, Davi, Marco Aurélio, Léo Gago e Rafinha em estrelas.

Na Copa do Brasil, a bela campanha se repete – seis jogos e seis vitórias. Na sequência da competição, o Coritiba tem um belo teste contra o Palmeiras. Um jogo que vai colocar em prova o time paranaense.

Mas é bom deixar claro. Perdendo ou não para os paulistas e fazendo boa campanha ou não no Campeonato Brasileiro, o Coritiba e o “tampão” Marcelo Oliveira já entraram para a história do futebol. E não adianta contestar!

Veja as 22 vitórias seguidas do Coxa:


Outros recordes:

Se levarmos em conta o período de invencibilidade, contando vitórias e empates, Botafogo e Flamengo lideram o ranking. A dupla ficou 52 jogos sem perder. O Flamengo, entre outubro de 1978 e maio de 1979, enquanto o Bota não foi derrotado entre setembro de 1977 e julho de 1978.

A surpresa está na terceira colocação. Entre 1967 e 1968, o Desportiva-ES ficou 51 jogos sem derrotas. Três jogos a mais que Bahia, Grêmio e Santa Cruz. Já o São Paulo ostenta invencibilidade de 46 jogos na temporada de 1975.

sábado, 16 de abril de 2011

POR ONDE ANDA? Wellington Dias

Luciano Dias (@jornlucianodias)

Quando o Brasiliense apareceu com destaque no cenário nacional, em 2002, ele era o craque do time. O POR ONDE ANDA? encontrou o meia-atacante Wellington Dias. De promessa do futebol brasileiro, o jogador passou a conviver com a palavra decepção. Hoje, por incrível que pareça, ele disputa apenas o campeonato municipal de Orizona, interior de Goiás.

O começo em Goiás

Wellington Vicente Dias nasceu em Caldas Novas, na região sul de Goiás. E foi em sua cidade natal que o jogador começou a sua carreira, em 1994. No mesmo ano, então com 17 anos, o promissor tentou a sorte no Flamengo. Ele foi aprovado na peneira rubronegra, mas a falta de adaptação no Rio de Janeiro e, principalmente, a saudade dos pais fizeram com que o meia-atacante voltasse ao Caldas Novas.

Em 1996, Wellington Dias conseguiu a chance de jogar na capital goiana. Primeiro, atuou pelo Atlético Goianiense. Ficou três anos no Dragão, onde viveu bons momentos. Em 1999, foi contratado pelo Vila Nova, mas não conseguiu fazer boas partidas. No mesmo ano, começou a peregrinação pelo interior goiano. Atuou pelo Anapolina (1999/2000), Grêmio Inhumense (2001) e CRAC (2001).

Tempos que Wellington Dias também era conhecido como Zezé, pois tinha o cabelo igual ao do cantor sertanejo Zezé di Camargo.

Brasiliense: o grande momento


Depois das andanças pelo interior goiano, Wellington Dias foi contratado pelo Brasiliense, time presidido pelo ex-senador Luis Estevão, em 2001. Era o começo da fama. O meia-atacante comandou a equipe de Taguatinga no vice-campeonato da Copa do Brasil de 2002. Wellington fez grandes partidas e foi o vice-artilheiro da competição, com oito gols.

Pronto! Com 24 anos, era questão de tempo para Wellington Dias jogar por um grande clube do futebol brasileiro. Rápido e habilidoso, o jogador foi disputado por times como São Paulo, Flamengo, Atlético-MG e Corinthians. Mas, a negociação não aconteceu. O motivo? Luis Estevão não liberou o jogador, que foi obrigado a permanecer no Brasiliense. Para se ter uma ideia, a multa rescisória para tirar o atacante do time candango era muito alta, cerca de R$ 15 milhões.

O sonho acabou


Insatisfeito, Wellington Dias permaneceu no Brasiliense, ajudando o time candango a conquistar a Série C, em 2002, e a Segundona, em 2004. A equipe de Taguatinga cresceu, mas o futebol de Wellington desapareceu na mesma proporção. Sem muito destaque no Brasiliense e convivendo com seguidas contusões, o jogador deixou o clube em 2006, depois de quatro anos.

Wellington Dias nunca mais foi o mesmo jogador. Rodou por várias equipes de menor expressão do futebol brasileiro. Em dois anos, foram seis clubes: Guaratinguetá-SP, Esportivo Guará-DF e Fast Club-AM, em 2007, e Guarani de Divinópolis, Iporá-GO e Funorte-MG (foto), em 2008.

Em 2009, Wellington Dias voltou ao Brasiliense. Mas passou longe de ter o mesmo sucesso da passagem anterior. Ele ainda foi emprestado para o Brasília, para o CFZ e para o Capital. Ano passado, na disputa da Segundona, o jogador recebeu algumas chances no Brasiliense. No entanto, o rebaixamento do time de Taguatinga para a Série C decretou a dispensa do meia-atacante.

O sonho de Wellington Dias de vestir a camisa de um grande clube acabava com aquela demissão.

Orizona

Você conhece Orizona? É uma simpática cidade do sul de Goiás, com pouco mais de 15 mil habitantes. E é neste município que Wellington Dias, agora com 33 anos, está jogando. O meia-atacante é um dos destaques do Guarani local, que disputa o Campeonato Municipal.

Isso mesmo! De promessa do futebol brasileiro, Wellington Dias se transformou no grande nome do disputado Campeonato Municipal de Orizona.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Preocupação cruzeirense!?

Luciano Dias (@jornlucianodias)

A primeira fase do Cruzeiro na Copa Libertadores deste ano foi memorável. O time teve a melhor colocação geral com números incríveis: 16 pontos (cinco vitórias e um empate), 20 gols marcados e apenas um sofrido. Foram quatro goleadas, sendo duas no Estudiantes (5 a 0 e 3 a 0), o algoz da decisão da Libertadores de 2009.

Números que credenciam ainda mais o favoritismo do Cruzeiro rumo ao tricampeonato. Foi a segunda vez que o time celeste teve a melhor campanha geral na primeira fase. Antes, o fato aconteceu em 1976, quando o time conquistou a América pela primeira vez. Ótima coincidência para os cruzeirenses.

Mas a empolgação deve parar por aí. Ser líder na classificação geral da primeira fase não quer dizer muito. A última vez que o time dono da melhor campanha sagrou-se campeão foi em 1996, quando o River Plate levou o caneco. De lá pra cá, apenas o Fluminense chegou à decisão, em 2008. Lembrança dramática para os tricolores, que perderam a final para a LDU (EQU), com o Maracanã lotado.

Para piorar, desde que a nova versão da Libertadores foi criada em 2000, com oito grupos, nenhum time que teve a melhor campanha na primeira fase conseguiu levar o título. Para ser ter uma ideia como não é bom ficar empolgado, o Santos, em 2007, e o Vasco, em 2001, tiveram 100% de aproveitamento na primeira fase, mas foram eliminados nas quartas de finais da competição. O Peixe caiu para o América (MEX), do carrasco Cabañas, e o Vasco foi eliminado para o Boca Juniors de Riquelme, que semanas depois seria o campeão.

O Corinthians foi líder geral neste começo em três oportunidades (1999, 2003 e 2010) nos últimos 15 anos, mas passou longe de conquistar o caneco. Por outro lado, o próprio Cruzeiro, bi campeão em 1997, mostra que ter melhor campanha neste início não é tudo. O time teve uma primeira fase muito irregular, mas conquistou o título naquele ano.

Injustas ou não, estas são apenas algumas peças que o mundo do futebol pode apresentar. Um esporte que nem sempre a primeira impressão é a que fica.

Veja a tabela que mostra o drama dos times que tiveram a melhor colocação geral na primeira fase, mas não levaram o título da Libertadores:


Manter as belas atuações

Números e coincidência de lado, o Cruzeiro tem tudo para quebrar o tabu este ano. Além de ter um bom elenco nas mãos, o técnico Cuca está dando um show tático. Variações de jogadas, padrão de jogo... O resultado é visto dentro de campo, com belas atuações e goleadas.

Um grande time começa com um grande goleiro. No Cruzeiro não é diferente, já que Fábio mostra que é realmente o melhor da posição no Brasil na atualidade. Pena que Mano Menezes não enxerga isso. Na zaga, a contratação do uruguaio Victorino caiu como uma luva. Inclusive, o contestado Gil teve um crescimento considerável . Pablo está surpreendendo na lateral direita e Gilberto esbanja categoria e experiência na esquerda.

No meiocampo, Cuca encontrou a formação ideal com dois volantes e dois meias. Quatro jogadores em grande fase. Marquinhos Paraná mantém a média, Henrique virou jogador de seleção, Roger está resgatando o bom futebol e Montillo (foto) é o craque do time. De fato, o argentino é o jogador que faz toda a diferença.

No ataque, a imprensa e os torcedores questionaram a ausência de um camisa 9. O que não está fazendo tanta falta assim. Vinte gols em seis jogos não é para qualquer equipe. Thiago Ribeiro e Wallyson, que costumam jogar pelos lados do campo, fazem gols em todos os jogos.

Agora começa uma nova Libertadores. O Cruzeiro tem tudo para ser campeão, caso mantenha as belas atuações desta primeira fase. O complicado é manter estas belas atuações.

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Atlético-MG: o México da Copa do Brasil

Luciano Dias (@jornlucianodias)

O Atlético-MG entrou na Copa do Brasil novamente como um dos sérios favoritos ao título. Afinal, o time tinha no inicio da temporada jogadores como Diego Tardelli, Diego Souza, Obina, Réver, Daniel Carvalho, além dos contratados Jobson, Mancini e Richarlyson. Mas, passados quatro meses, o Galo caiu novamente na competição. O time não conseguiu superar a ''força'' do Grêmio Prudente e acabou eliminado precocemente, nas oitavas de finais.

Guardando as proporções, o Atlético na Copa do Brasil é o México nas Copas do Mundo. Não que os mexicanos entrem como favoritos nos Mundiais. Mas a seleção sempre participa do torneio, parece que vai dar trabalho por ter bons jogadores, mas é eliminado precocemente, sem sequer chegar à decisão.

Se por um lado, o alvinegro é o clube que mais disputou a Copa do Brasil (22 participações), tem o ataque que mais marcou ao longo da história (260 gols), é dono da maior goleada em todos os tempos (11 a 0 sobre o Caiçara-PI, em 1991) e fez o artilheiro da Copa em duas edições (Gérson, em 1989 e 1991), por outro, o time não consegue deslancahar na segunda competição mais importante do país. As semifinais de 2000 e de 2002 foi o ponto máximo que o alvinegro alcançou.

A eliminação para o Brasiliense, nas semifinais de 2002, talvez seja a mais dolorida. O Goiás é outro que assusta. O clube esmeraldino é o maior algoz atleticano na história da competição. Foram três eliminações: 1989, 1990 e 2001.

Confira todas as eliminações do Galo na Copa do Brasil:






















Preocupação com o caos


A Copa do Brasil foi embora mais uma vez. Mas o Atlético não pode ficar ''chorando o leite derramado" e deve se preocupar rapidamente com o restante da temporada. Estamos em abril e o time de Dorival ainda não tem padrão de jogo. A bela equipe que se desenhava no início da temporada com as grandes contratações não vingou. Vendas, como as de Tardelli e Obina, e saídas estranhas, como as de Diego Souza, Ricardinho e Zé Luis, deixaram uma preocupação para os atleticanos.

Para se ter uma ideia do drama, o veterano Magno Alves e o inconstante Neto Berola viraram soluções. O técnico Dorival Júnior não consegue encontrar os laterais. O ataque sofre com o vaiado Ricardo Bueno. Renan Oliveira é o eterno craque, que nunca vinga. Na defesa, o time só não levou gol este ano justamente contra o Grêmio Prudente. Mancini e Daniel Carvalho não entram em forma. Até os elogiados Renan Ribeiro e Réver apresentaram falhas nos últimos jogos.

Diante de tantos problemas, o nome Guilherme se transformou em remédio, na lateral e no ataque. Se o antibiótico vai amenizar a dor, temos que esperar. O certo é que o Atlético precisa de uma operação, com urgência. Caso contrário, vamos ver um raio-x sofrido, como o do ano passado. Diante do caos na saúde, os sintomas de preocupação da torcida atleticana estão cada vez maiores.